Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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PROGRAMA AVE MARIA, 28 de outubro de 2010.


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.

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Comentários proferidos através das ondas da Rádio Cultura AM/FM entre os dias 18 a 22 de outubro de 2010.

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PEQUENAS NOTAS E NADA MAIS

Escrevinhação n. 856, redigido em 27 de outubro de 2010, dia de Santo Elesbão e São Frumêncio.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Certos homens odeiam a verdade, por amor daquilo que eles tomaram por verdadeiro". (Santo Agostinho)

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Muitas lições podem ser aprendidas neste pleito. Dentre elas, a que julgo ser da maior importância é que nesta eleição ficou patentemente claro que o povo brasileiro é profundamente conservador e que, paradoxalmente, não possui nem canais políticos, nem midiáticos e muito menos culturais para expressar os princípios que fundamentam a sua vida, os valores que regem o seu senso de cidadania.

Naturalmente, não devemos entender a palavra conservador no sentido pejorativo que a intelectuária canhota lhe atribui. Para estes, conservador é apenas uma topus (lugar comum) para insultar os seus desafetos, ou seja, todos aqueles que não concordam com suas idéias maravilhosas de um “mundo melhor possível”.

Entendamos por conservador o que Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e tutti quanti compreendiam. Trocando por miúdos: ser conservador, em princípio, significa compreender que apesar de todas as mutações e degradações que se apresentam no mundo existe na alma humana uma estrutura permanente que deve ser preservada, porque essa é essa nos define.

Todavia, na atmosfera cultural em que estamos inseridos na atualidade, tornou-se praticamente um valor supostamente sacrossanto que a sociedade e bem como a humanidade devem ser transformados em sua essência em algo hipoteticamente melhor mediante, é claro, a concentração de poder nas mãos de um grupo político que vê a si mesmo como sendo portador das mais elevadas qualidades, tal qual nos ensina o filósofo Olavo de Carvalho.

Aliás, como nos ensina o professor Michael Oakesshott, o conservadorismo se baseia, inicialmente, em um senso de “[...] gratidão adequada por aquilo que está à disposição e, consequentemente o reconhecimento por uma dádiva ou uma herança do passado”. E, nossa cultura reinante, ao contrário, nos ínsita a revermos tudo o que nos foi deixado, sem ao menos conhecer o que estará sendo supostamente revisto, justamente porque imagina-se que o nosso tempo é superior a todas as outras épocas vividas pela humanidade e que seria um dever de nossa geração mudar tudo para que tudo fique de acordo com nosso turva imagem e semelhança.

Tal impostura, presente em nossa cultura, é essencialmente gnóstica. O gnóstico, segundo Eric Voegelin, é aquele que vê a realidade como sendo essencialmente ruim. Vendo o mundo com essa visão nebulosa, lhe restaria apenas duas alternativas: a fuga da realidade ou a revolta contra ela. O que é interessante é que para este tipo, todo mundo é ruim, menos ele, é claro. Ama a humanidade, mas é incapaz de ser ao menos gentil para com os seus próximos.

Doravante, Russell Kirk, nos ensina que o conservador “[...] acredita que existe uma ordem moral duradoura. Que a ordem está feita para o homem, e o homem é feito para ela: a natureza humana é uma constante, e as verdades morais são permanentes”. Não é à toa que todo ciclo moderno foi profundamente marcado pela ação de uma intelectuária que tinha por objetivo inverter a percepção desse dado da estrutura da realidade para assim melhor impor a sua (in)compreensão de mundo as pessoas. Ou seja: disseminando a crendice de que os princípios morais não são universais ao mesmo tempo em que se afirma, levianamente, que eles seriam apenas um reles produto cultural, absolutamente relativo, para melhor subverte a ordem moral.

Por isso toda ação política, conforme nos lembra Leo Strauss, está fundamenta em uma compreensão do que seja “o melhor” e “o pior”. Consequentemente, esse pensamento do que seja um e outro, nos leva a um entendimento do que seja o Bem, do que seja uma boa vida, uma boa sociedade. Entretanto, muitas das vezes essa compreensão está em contradição com o que o ser humano é. Esse é o caso de toda doutrina materialista como marxismo e todos os matizes totalitários que crêem poder refazer a natureza humana, melhorar a humanidade sem ao menos parar para refletir que ele enquanto pessoa deveria, antes de cogitar isso, melhorar-se, como nos ensina Confúcio já a longa data.

Bem, é neste sentido que o povo brasileiro é conservador e, para surpresa da intelectuária orgânica rubra, neste pleito, apesar de não ter encontrado um grupo político que sinceramente represente os esses princípios, muitas pessoas encontraram uma bandeira que foi abraçada vivamente que é a luta contra a legalização aborto e a conversão ignóbil disso em “direito humano”.

Porém, é fundamental que não calemos a nossa voz após o dia derradeiro. É imprescindível que procuremos ter claro em nosso íntimo os valores que nos definem como pessoa e defendê-los publicamente, ensiná-los a quem tiver ouvidos, sem medo de sermos rotulados de conservadores, pois, defender a vida é um dos princípios do conservadorismo e, insultar com jargões e cacoetes mentais esvaziados de significado é a própria essência da mentalidade dos indivíduos que se denominam progressistas. E, se o sentido das palavras revela quem nós somos, tais palavras esvaziadas de sentido revelam claramente o que há realmente no íntimo destes boníssimos sujeitos, não é mesmo?

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Obs.: Com grande alegria estamos inaugurando em nosso web site - http://dartagnanzanela.k6.com.br - uma sala virtual de conferência. Nesta segunda-feira a partir das 18h00, teremos a primeira transmissão, ao vivo, de uma breve preleção e, desde já, agradecemos a sua presença.

Pax et bonum
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E DEPOIS O FANÁTICO SOU EU – breves considerações

Escrevinhação n. 855, redigido em 19 de outubro de 2010, dia de São Paulo da Cruz.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“Nada se aprende sem um pouco de trabalho”.
(Sta. Teresa d’Ávila)

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É incrível como as pessoas que menos compreendem as suas próprias razões são as primeiras a lhe chamar de fanático. Incapazes de flagrar-se como sendo os únicos a estar dando uma clara demonstração de obscurantismo secular ideológico em uma efusiva massa ululantemente “crítica” com seus jargões e cacoetes mentais que cansam qualquer ouvinte. Bastou que inúmeros cidadãos, Cristãos Católicos, Cristãos Evangélicos, Espíritas e inúmeras outras tantas almas que se esforçam em reger suas vidas pela régua do bom senso declarar o óbvio para elas se enfurecerem civicamente. Bastou apenas ser lembrado que legalizar a prática do aborto é um absurdo moral, que, mais do que imediato, os patrulheiros ideológicos rubros, sempre de plantão, já começaram a vociferar: “Fanáticos! Inquisidores! Conservadores! Retrogradas! Reacionários! Manipuladores da fé popular!” E por aí verga o andor de dissabores.

Tudo bem, se pessoas como eu são fanáticas, vamos então aos fatos: se volvermos as nossas vistas para as laudas do PNDH – 3, especificamente em suas páginas 91 e 92 encontraremos o seguinte: “Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a garantia do acesso aos serviços de saúde. (Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 12.05.2010).[e...] Recomenda-se ao Poder Legislativo a adequação do Código Penal para a descriminalização do aborto”. Não precisamos lembrar que o Programa Nacional de Direitos Humanos é um documento da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Trocando por miúdos: não se está difamando, insultando e muito menos manipulando ninguém, mas apenas apontando um fato que, em meu ver é, ao mesmo tempo, óbvio e de grande relevância.

Como também julgamos ser de grande relevância lembrar que o atual governo se comprometeu junto a ONU, em abril de 2005 a legalizar o aborto nesta terra de Vera Cruz e em agosto do mesmo ano, junto a mesma, a reconhecer o aborto como um Direito Humano da Mulher. Inclua-se aqui o boicote que houve a chamada CPI do aborto que iria investigar as origens do financiamento por parte de organizações internacionais para a legalização e a promoção do aborto no Brasil. Conclusão: bandeiras de longa data como estas não são abandonadas, meu caro Watson, mas apenas arriadas por conveniência e oportunismo que este momento sugere.

Doravante, lembro aqui as falas de algumas vozes oficiosas que afirmavam que esse documento (PNDH – 3) é fruto das discussões ceifadas nos movimentos sociais e que, por isso, representaria a vontade da sociedade. Todavia, perguntamos: em que medida esses ditos movimentos são legítimos representantes da sociedade brasileira? Ora raios, 87% da população brasileira é contra a legalização do aborto. De mais a mais, cabe destacar que muitas das mulheres e homens que praticaram ou foram coniventes com um aborto arrependem-se do feito e se colocam contra isso. Para os defensores do aborto isso seria um sinal de hipocrisia. Para os defensores do bom senso isso se chama arrependimento mediante um exame de consciência. Ah! Mas é claro que para se fazer e compreender o que é isso é preciso ter uma, não é mesmo?

Poderíamos ir para um pouco além dos fatos e refletirmos sobre os valores que estão presentes na defesa da legalização deste “problema de saúde pública”. A questão do aborto não é um reles pomo de discórdia ocasional e eleitoreiro, apesar de muitas almas obtusas apenas ver isso na querela. Temos presente nesta discussão toda uma peia em torno de uma concepção de civilização e de ser humano em jogo. Uma fundada em princípios metafísicos e sacros que compreendem o humano como um ser que transcende o material, tal qual nos ensina a Santa Doutrina Cristã. A outra apresenta-nos uma concepção materialista, utilitarista e hedonista do sentido da vida humana e vislumbra o indivíduo apenas como humano na medida em que possa mundanamente “ser” e nada mais.

Sobre este ponto, sabemos que a querela é muito mais extensa do que o parvo parágrafo que antecede a este. Aliás, a documentação sobre o tema é deveras significativa para ser desdenhada do mesmo modo que o que está em jogo é muito mais sério do que a vitória ou a derrota do candidato “A” ou “B” neste pleito.

Antes de findar, voltemos ao fanatismo. Estas “pessoas maravilhosas”, que acham um absurdo falar-se que o aborto não deve ser legalizado, afirmam sempre defender a liberdade de expressão, porém, sempre ficam espantadas, acachapadas, quando outras pessoas, adversários ou não, tem a ousadia de expressar idéias e ideais diversos dos seus. Que coisa em? Como podem ser assim tão ousados e abusar tanto assim da boa vontade destes indivíduos organicamente iluminados e comprometidos como eles? É, e depois o fanático sou eu.

Por fim, cremos que quem conseguiu descrever esta mentalidade da intelectuária militante coletivista de uma forma absurdamente clara foi o sociólogo Raymond Aron em sua obra clássica “O ópio dos Intelectuais”, o historiador Paul Johnson em seu livro “Os Intelectuais”, o Embaixador J. O. de Meira Penna em “A ideologia do século XX” e os filósofos Albert Camus em seu imperdível “O Homem revoltado” e Olavo de Carvalho em seus memoráveis “O Imbecil Coletivo” e “Da Nova Era à Revolução Cultural – de F. Capra à A. Gramsci”. Mas, para que apresentar essas obras juntamente com os seus autores? Ué, ao contrário do que os iluminados imaginam, as pessoas que não partilham de seus “ideais” estudam e, por incrível que pareça, existe muito mais coisas entre o céu e a terra do que julga a sua vã idolatria materialista.

[um dia desses, continua...]

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PROGRAMA AVE MARIA, 14 de outubro de 2010.


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.

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Comentários proferidos através das ondas da Rádio Cultura AM/FM entre os dias 13 a 15 de outubro de 2010.

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[pdf] BREVES REFLEXÕES CANINAS

BREVES REFLEXÕES CANINAS

BREVES REFLEXÕES CANINAS

Escrevinhação n. 854, redigido em 11 de outubro de 2010, dia de Santo Alexandre Sauli e do Bem-Aventurado Papa João XXIII.

“Gosto de porcos. Os cães olham-nos de baixo, os gatos de cima. Os porcos olham-nos de igual para igual”.
(Winston Churchill)

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ÉAlinhar ao centro uma fala comum, presente nos lábios de todos neste período eleitoreiro, fala esta que afirma ser nosso sistema político uma grande cachorrada. Olha, para ser franco, não vejo razões para discordar da sábia percepção popular. Todavia, se a VOX POPOLI me permite, esta afirmação, por se fazer tão presente nos ditos que vibram notas de fúria e de humor cáustico por entre línguas e dentes de muitos que merecem uma reflexão, mesmo que esta seja breve.

Se nosso sistema político é uma expressão canina, nossa cultura política e bem como os sujeitos que a integram são espécimes caninos também. Naturalmente, que da mesma forma que o homo sapiens, os canis familiaris não são todos iguais, porém, podem ser agrupados pelo seu gênero próximo e através de suas diferenças específicas.

Existem canis civis que são como legítimos cães adestrados. Estes são os militantes de uma ideologia política. São devidamente adestrados pelos seus grupelhos, prontinhos para dar uma resposta decorada para qualquer acusação que façam contra os seus donos ou que ameace a sua alcatéia. Talvez, a melhor imagem destes nos foi data pelo escritor George Orwell em sua fábula política A revolução dos Bichos, quando retratou o exército vermelho, e demais agentes do Partido, como cães devidamente amestrados desde a tenra infância pelos seus novos donos, os porcos. Esses tipos caninos latem e mordem, porém, somente quando estão em bando.

Além destes, temos também os cães domésticos. Sim, aqueles cidadãos caninos que integram apenas a massa de um eleitorado amorfo que fielmente vota sempre em um grupelho de um determinado cacique político. Totalmente néscio das grandes questões, este apenas se preocupa em abanar o rabo para alegrar o se dono e latir para os cães que não fazem parte de sua turminha. Latem, porém não mordem ninguém.

Outro grupinho eleitoral que merece destaque são a dos vira-latas. Estes não têm donos, mas bem que queriam ter. Vivem vagando de lá pra cá sem rumo e rapidamente abanam a cola quando alguém lhes joga uma regalinho. E como ficam faceiros! Entretanto, não são fiéis a ninguém, lambem a mão de todos que lhe presenteiam. A vida lhes ensinou que todos os senhores do poder que parasitam neste país não passam de biltres abusados que não merecem nossa confiança, mas que, de tempos em tempos, lhes afagam com alguns quitutes.

Temos os cães selvagens também. Não tem como nos esquecer de sua fisionomia. Estes são tão raros quanto perigosos para os donos do poder. Não inclinam sua cabeça para qualquer um. São livres e tem uma clara visão da caninidade da realidade política e, por isso, preferem viver em um ostracismo voluntário, rangendo os seus dentes para todos aqueles que tentam convencê-lo de que toda essa mixórdia é uma coisa digna e que merece o seu apreço. Ser de intelecto indômito, é sabedor dos perigos que tal cenário lhe apresenta e, devido a sua condição, sente-se impotente e isola-se de tudo e de todos.

Naturalmente, os donos do poder que cada vez mais se assenhoraram das potestades brasilienses, não são aqueles que têm no bojo de sua alcatéia cães do terceiro e do segundo tipo. Estes são instáveis. Todavia, aqueles que dispõem de fileiras e fileiras do primeiro tipo, não possuem amigos caninos, mas sim, um exército leal que pensa vinte e quatro horas por dia em como servir bem ao seu senhor. E, desculpe informar, mas apenas um grupo político possui esse tipo canino em seu canil político. E são estes que, em médio prazo determinam o resultado da luta pela hegemonia política. O partido que tiver a maior quantidade de militantes treinados terá uma vantagem insuperável frente aos demais. Por essa razão o resultado desta eleição, infelizmente, é obvio para quem usa os seus olhos para ver.

Mas, em meio a essa cachorrada toda, temos um tipo raro de cidadão. Tão raro quanto os cães selvagens. Este é o cidadão hachiko (do filme Sempre a seu lado). Isso mesmo, o cidadão que dá a sua vida pelo seu Verdadeiro Dono. O cidadão que cumpre fielmente o seu dever para com a Verdade. Estes são os cidadãos que não são nem condicionados por um adestramento, como o primeiro, não agem como um bajulador, similar ao segundo tipo. Não são oportunistas como os vira-latas e nem arredios como o quarto tipo. Estes são fiéis à Verdade que Deus semeou no coração e apenas a Ela servem, procurando a Verdade na vida política e não, fazendo da vida política a sua “verdade”, como comumente acontece nesta terra de desterrados.

Por fim, em meio a pulgas e latidos, podemos nos indagar: que tipo de cão cidadão somos? Que tipo cívico, ou (depre)cívico você é? Tudo depende do caminho que você escolher para reger os seus passos.

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REFLETINDO COM O PAPA JOÃO PAULO II

“Aprendi que um jovem cristão deixa de ser jovem, e há muito não é cristão, quando se deixa seduzir por doutrinas ou ideologias que pregam o ódio e a violência… Aprendi que um jovem começa perigosamente a envelhecer, quando se deixa enganar pelo princípio fácil e cômodo de que o fim justifica os meios , quando passa a acreditar que a única esperança para melhorar a sociedade está em promover a luta e o ódio entre grupos sociais, na utopia de uma sociedade sem classes, que se revela bem cedo na criação de novas classes”. (Homilia de Papa João Paulo II aos Jovens em Belo Horizonte-MG, 1° de Julho de 1980)

Pe. Paulo Ricardo – Em defesa da Vida

Pe. Paulo Ricardo convoca todos os cristãos e homens de boa vontade a lutar pela vida. Apoia e confirma as denúncias dos bispos da Regional Sul 1 contra o Partido dos Trabalhadores (PT) em sua tentativa de legalizar o aborto em nosso país.



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Comentários proferidos através das ondas da Rádio Cultura AM/FM entre os dias 04 a 08 de outubro de 2010.

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Comentários proferidos através das ondas da Rádio Cultura AM/FM entre os dias 27 de setembro a 01 de outubro de 2010.

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[pdf] DEPOIS O LOUCO SOU EU

DEPOIS O LOUCO SOU EU

DEPOIS O LOUCO SOU EU

Escrevinhação n. 853, redigido em 01 de outubro de 2010, dia de Santa Terezinha do Menino Jesus.

Por Dartagnan da Silva Zanela

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“É necessário conhecer seu próprio abismo/E polir sempre o candelabro que o esclarece”. Com essas belas e singelas palavras da lavra do poeta Murilo Mendes, ceifadas de seu “poema dialético” iniciamos essa nossa modesta reflexão. Mas, sobre o que versará nossa pena? Sobre que sobras e quais luzes as letras desenhadas irão bailar? Ora, sobre aquelas que habitam em nós e que olimpicamente desprezamos. As luzes de nossa razão e as sobras de nossa ignorância voluntária.

O abismo é uma metáfora muito apropriada para a nossa compulsão de fingir sermos conhecedores de algo, pois ilustra com grande clareza o que fazemos na maioria das vezes em que mentimos para os outros, enganando a nós mesmos, posando como suposta autoridade sobre isso ou aquilo. Seja em um boteco, em uma sala de aula ou em qualquer canto desta terra de botocudos, cavamos a nossa própria cova para nos enterrar, nos privar das luzes da razão. Mas, o quão fundo é a nossa cova? É só olhar pra cima e ver o quanto a luz do conhecimento apresenta-se em sua alcova de opiniões mui bem fundadas em seu ego inflado pela vaidade e aí terá uma boa percepção desta medida.

Fazer uma topografia desta cova, que na maioria das vezes não é nem um pouco rasa, é fundamental para nos libertar de nosso desconhecimento. Para que possamos sair do fosso que construímos para nos agrilhoar é indispensável que não apenas conheçamos o que não sabemos, mas principalmente, investigar o que imaginamos conhecer. Um exemplo extremamente ilustrativo do que estamos apontando é o que se convencional chamar de “direita” e “esquerda”.

Quando essas duas palavras são ditas, o que elas evocam são muito mais um compacto de sentimentos e impressões subjetivas (socialmente construídas) da realidade do que propriamente os fenômenos que estas deveriam evocar em nossa mente. Não sei se o amigo leitor já parou para pensar nisso, porém, a palavra “esquerda” é definida pelos seus partidários com todas as loas que eles julgam ser apropriado e, a palavra “direita”, por sua deixa, é sempre definida pelos militantes da canhota com todo direito de insultos e pré-determinações pejorativas que os esquerdistas julguem “verdadeiro”.

Falando o português bem claro: tal fato nos apresenta a evidente hegemonia ideológica que o marxismo exerce hoje no imaginário político e cultural de nosso país. Todos os temas, todos os assuntos e questões são sempre vistos e apresentados por um viés à canhota em nosso país. Aliás, não custa lembrar que não preciso ser marxista para pensar a partir dos moldes desta ideologia. Basta apenas repetir o que a atmosfera cultural lhe dita.

Tanto isso assim o é que expressões como “direitista”, “conservador” e “neoliberal” são utilizados como (i)legítimos insultos contra os desafetos político-ideológicos. Mas o que, exatamente, essas palavras querem dizer, em termos objetivos? Se formos sinceros responderemos apenas que o único significado que se apresenta às nossas vistas é o de um compacto de sentimentos confusos de um termo pejorativo utilizado levianamente para rotular os adversários e nada mais.

Se perguntarem-se sobre os nomes dos grandes teóricos da esquerda, a resposta facilmente virá aos lábios. Biltres que fazem a cabecinha da civitas brasilis como Karl Marx, Lênin, Trotski, Mao, Antônio Gramsci, Herbert Marcuse, Antônio Negri, Paulo Freire, Gutiérrez, Boff, Fanon, Heinz Dieterich, Chomsky e tutti quanti. Agora, se fosse perguntar aos ignorantes que se auto-intitulam “pessoas críticas” e que adoram rotular as pessoas com os seus chavões esvaziados de significado (tal qual são suas almas: estéreis de sentido), que nomes nos citariam? Que obras leram? Provavelmente niente, porque eles nunca leram um teórico conservador ou liberal e nem sabem a diferença que há entre um e outro, visto que, nem conhecem com a devida profundidade o que eles defendem.

Na verdade estes indivíduos não lêem e não estudam nada, mas fingem muitíssimo bem com a sua decoreba de palavras de ordem de seus grupelhos ideológicos. Tudo isso apenas com o lado esquerdo de seus cérebros, é claro. Certa feita, em um encontro repleto destas pessoas maravilhosas, “críticas” a um nível crítico, estava a ouvir todo aquele trololó sobre “democracia racial” e a obra de Gilberto Freire. Em meio ao entrevero, resolvi perguntar aquela perguntinha sacana: quem dentre vós já leu a obra de Gilberto Freire? Houve primeiramente um breve silêncio. Em seguida, ouviu-se um tímido não e, por fim, uma alma sincera confessou: “não lemos porque ela é muito densa”. Todavia, sem conhecê-la, todos a estavam condenando pelo que eles ouviram dos comentadores invejosos e sicofantas que, por sua deixa, são incapazes que construir algo, no mínimo, similar ao que fez o mestre de Apipucus.

Todo mundo fala que a “direita” é isso ou aquilo, entretanto, de que direita estamos falando cara pálida? Da direita rotulada pela esquerda ou da direita pensada pelos seus teóricos? Que sacanagem, não é mesmo? Pois é, se formos capazes de, francamente, assumirmos que fomos e somos feitos de bobos na intimidade de nossa alma pela desinformação semeada em nós devido as facilitações geradas pela nossa desídia intelectual, estaremos dando um passo significativo para nos libertar de nossa alcova mental.

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[pdf] MULTIPLICIDADE DO ESTRAGO

MULTIPLICIDADE DO ESTRAGO

MULTIPLICIDADE DO ESTRAGO

Escrevinhação n. 852, redigido em 08 de setembro de 2010, dia de São Tomás Vilanova, São Sérgio I e do Bem-aventurado Frederico Ozanam.

Por Dartagnan da Silva Zanela

“Somente se tem Deus, quando não se dispõe de nenhum Deus próprio, confiando-se somente ao Deus que é o Deus”.
(J. Ratzinger – Papa Bento XVI)

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Todas as religiões são iguais. Eis aí um discurso que se faz presente em meio a esse caudal relativista-multicultural da sociedade contemporânea. Discurso esse que é uma falácia até a sua medula, como tudo o mais que parta do princípio chulo do nivelamento das manifestações humanas a partir do pré-suposto relativista que infecta a grande mídia, os círculos intelectuais e a educação.

Sem muitas delongas, lembramos logo de início que as religiões não são manifestações humanas do mesmo gênero. Muito pelo contrário. Cada uma delas possui elementos muitíssimo específicos. O que elas têm em comum é sumamente desdenhado pelos devotos do multicultarismo. Todas as religiões fundamentam-se nos mesmos elementos que se fazem presentes na estrutura metafísica da realidade, tal qual nos explica Fridjof Schuon em seu livro LA UNIDAD TRANSCENDENTE DE LAS RELIGIONES. Ou seja: as religiões verdadeiras (não as seitas biônicas) são essencialmente objetivas, visto que se baseiam em elementos perenes que constituem a realidade e estão presentes na alma humana.

Uma confissão religiosa não é um conjunto de opiniões que uma pessoa emite sobre Deus, sobre si mesmo e sobre a realidade. Uma religião é uma via pela qual o indivíduo procura encontrar-se com Aquele que É mais ele do que ele mesmo, um meio onde um indivíduo procura realizar a perfeição que lhe é cabido por sua natureza primordial e que, devido a uma mácula originária, decaímos desta condição.

Ora, se existe um elemento constante tem todas as tradições religiosas é esta: o declínio originário da humanidade. Mas esta semelhança que há entre as mais variadas tradições não é um reles constructo cultural, não mesmo. É um elemento constante na constituição da alma humana que é manifesto de maneiras singulares em cada tradição, mas sempre, comunicando a mesma verdade universal.

Dito isso, cremos que fica claro perceber que cada tradição sacra procura apresentar um caminho para resolução deste problema perene. Cada uma apresenta-se como uma via de elevação da alma humana. Todavia, elas não são idênticas. No máximo podem ser análogas, mas nunca idênticas e nem devem ser tratadas como tal. Por que? É simples: se toda tradição religiosa é uma via de salvação não é possível seguir mais de uma via ao mesmo tempo. O objetivo de uma vida religiosa é amoldar nossa vida de acordo com os preceitos desta para que possamos nos libertar de nosso egocentrismo, de nosso universo subjetivo para que a Verdade gradativamente nos molde e venha a nos lapidar e isso é apenas possível em uma via e não em várias fiadas ao mesmo tempo de acordo como ânimo do sujeito.

É mais do que comum vermos pessoas fazerem uma literal miscelânea Sacra sem ao menos flagrar-se da confusão que está gerando para sua alma e, na maioria das vezes o faz não em nome do respeito pelas demais tradições, mas sim, (i) por um ato de rebeldia frente a sua tradição originária (ii) ou como fruto de uma manifestação de seu orgulho, de seu desejo de moldar a si mesmo, por crer ser mais sapiente do que a Revelação Divina. Revelação esta que na maioria absoluta dos casos é desdenhada por este que a recusa.

E vejam só, não estamos dizendo que não é apropriado conhecer outras tradições religiosas. Não mesmo. O que afirmamos e endossamos mais uma vez é que elas são manifestações de gêneros distintos e que, por isso mesmo, não devem ser niveladas em um mesmo patamar, tratadas e manipuladas de maneira leviana como se todos fosse uma mesma coisa, como se fossem reles curiosidades musicológicas e nada mais.

Aliás, todo aquele que com afinco se dedica a uma confissão compreende claramente que conhecer e viver uma única religião é um trabalho para vida toda o que, por essa mesma razão, acaba gerando uma grande sentimento de piedade para com todas as demais manifestações sacras verdadeiras, tal qual nos ensinam Fridjof Schuon, o Papa João Paulo II, C. S. Lewis, Prabhavananda e tutti quanti. Piedade esta cada vez mais ausente no mundo contemporâneo, mundo este marcado pelo seu ignóbil materialismo norteado pela crendice idolátrica multicultural.

Em um mundo onde uma clara noção hierárquica dos valores é desdenhada, o respeito torna-se um reles simulacro, pois, não mais sabemos o que é digno de tal sentimento por não mais sabermos o que é e o que se deve desprezar.

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