Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 28 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

LANÇADOS AO INFINITO

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 25 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

LANÇADOS AO INFINITO

PARA OUVIR E SENTIR


Ouvir boa música não é apenas um deleite que podemos vez por outra entregar nossa alma. Acima disso, a audição de boa música é um ato de disciplina, de formação intelectual. Os gregos muito bem sabiam dessa prioridade. Idem os povos tradicionais.

Todavia, no ciclo modernoso em que encontramo-nos imersos, a “música” encontra-se em todos os ambientes, invadindo indiscriminadamente todos os cantos e recantos humanamente (ou não) habitáveis, na mesma proporção que o bom-gosto e a fineza de espírito fogem pela tangente, mediante as esquivas que tão bem nos são impingidas pela poluição que nos é imposta pelo desgosto propiciado pela indústria cultural.

Ou seja, cabe, a cada um de nós, reencontrarmos as pedras de toque que aqueles que nos antecederam recorriam para avaliar a qualidade da música que pode nos alimentar a alma.

Bem, o curioso neste quadro, é que o desdém pela eleição de critérios que separem o ruído da música chega ser absurdo. Tido como um reles luxo de gente esnobe.

Entretanto, é realmente curioso, para não usarmos outro termo, o quanto que as pessoas atualmente se preocupam com o que elas podem ou não comer, o que irá ou não fazer mal a seu corpo.

É, meu caro Watson, o corpinho que fique em forma e a alma que se lasque. Para o corpo, uma seleção refinada e equilibrada, para alma, qualquer coisa vai.

Dartagnan da Silva Zanela,
em 22 de fevereiro de 2011,
dia de Santa Margarida
e da Cátedra de São Pedro.

FELIZ CULPA

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 24 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

FELIZ CULPA

PROGRAMA AVE MARIA, 24 de fevereiro de 2011.

O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.



A ORAÇÃO DO JUSTO - parte III

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 23 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

A ORAÇÃO DO JUSTO - parte III

[pdf] DESTRUINDO DE MODO CONSTRUTIVISTA

DESTRUINDO DE MODO CONSTRUTIVISTA

A ORAÇÃO DO JUSTO - parte II

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 22 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

A ORAÇÃO DO JUSTO - parte II

DESTRUINDO DE MODO CONSTRUTIVISTA

Escrevinhação n. 874, Redigido em 18 de fevereiro de 2011, dia de Santo Flaviano, do Bem-aventurado João de Fiesole e da Bem-aventurada Gertrude Comensoli.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Nada perturba tanto a vida humana como a ignorância do bem e do mal".
(Cícero)

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Certa feita, em um amistoso colóquio com um velho amigo, este, havia me perguntado qual seria, a meu ver, a maior chaga do século XX. Sem pestanejar, respondi-lhe laconicamente: o coletivismo. Oh raios! Mas exatamente o que seria isso? Para responder essa inquirição, nada melhor do que recorrermos aos ensinos daqueles que, muito melhor do que nós, compreenderam o referido problema.

No caso, quem me vêm à mente para iluminar esse quadro é Friedrich A. von Hayek. Não penso aqui em sua obra O Caminho da Servidão, mas sim, sem sua trilogia Direito, Legislação e Liberdade e na sua monumental Constituição da Liberdade.

Dito isso, partamos diretamente para o ponto que está ao centro dessa preleção. Coletivismo, em resumidas palavras, é quando em um grupo humano edifica uma super valorização de determinadas entidades coletivas abstratas em detrimento da pessoa humana concreta. Trocando por miúdos, é quando a dignidade originária de um ser humano é abolida em nome de uma suposta dignidade que é inerente a uma imagem grupal que aufere a si mesma os mais elevados valores e, a outras, os mais parvos. É quando não se vê mais a pessoa humana em primeiro lugar em sua individualidade, mas sim, vislumbra-se, unicamente, o rótulo político-social que uma entidade coletiva lhe impinge.

Não julgar-se-ia o indivíduo pela sua singularidade como pessoa humana, mas sim, pelo fato dele ser visto como um antagonista dentro da “perene luta de classes”, ou por ser “integrante de uma suposta raça”, ou por ser membro de uma “falange libertadora dos povos”, em fim, como havíamos dito acima, julga-se as pessoas pelo enquadramento que nossa mentalidade coletivista atribui aos outros e a si e não pelo que realmente são: pessoas.

Se houve algo que marcou tragicamente a centúria passada e que continua a macular este início do terceiro milênio, é a tal da mentalidade coletivista e da moral construtivista advinda desta. No correr do século que a pouco findou, o socialismo (uma refinada manifestação coletivista com uma expressão moral construtivista) ceifou mais de cem milhões de almas inocentes e seus representantes continuam a posar no atual cenário com todo aquele ar de superioridade moral hipócrita que lhes é tão característico e, naturalmente, continuam a propor seus projetos (e a aplicá-los em larga escala) de edificar um mundo melhor destruindo, é claro, tudo que seja contrário a estes.

Ah! Quanto à moral construtivista, que é inerente a toda manifestação coletivista. Essa simplesmente manifesta não o intento de preservar os valores que simbolizam a concretude do ser humano, mas sim, o turvo desejo de transmutar a natureza humana em algo que melhor se enquadre em sua visão coletivista da realidade. Neste caso, as palavras de Chesterton são muito ilustrativas, quando este nos diz que a diferença entre o poeta e o louco é que o primeiro coloca sua cabeça no mundo e o segundo esforça-se em colocar o mundo em sua cabeça.

E assim procedem todos os ideólogos, aposentados ou de plantão, em sua sanha de modificar o que desconhecem, ao mesmo tempo em que possam de, como eles mesmos dizem, “vanguarda revolucionária”, ou “intelectualidade orgânica”. Como diria Renato Aragão: “Aí, que meda!”

Tão obvio quanto dois mais dois são quatro é o fato de que todo indivíduo que se deixa amoldar por algo tão torpe acaba por se imbecilizar. E o pior é que o indivíduo que se integra a isso o faz crendo que está elevando-se aos píncaros do esclarecimento.

Sente-se assim não porque tenha compreendido a si mesmo e a realidade após um árduo esforço intelectual e uma grande labuta de estudos, não mesmo. Esses elementos crêem-se integrantes de uma vanguarda iluminada e, com base nesta ilusão, afirmam orgulhosamente sua ignorância intrínseca ao mesmo tempo em que cimentam suas mais “elevadas convicções”. Afirmam isso não com base na Verdade, mas sim, no apoio que a coletividade lhes transmite por meio do sentimento de solidariedade que é formado através do consenso grupal.

Por medo, para não dizer pavor, de ter de enfrentar a solitária jornada do conhecimento, muitos acabam aderindo voluntariamente a alguma espécie de coletivismo para que, deste modo, sintam-se confirmadas em seus erros, em sua desídia cognitiva, em seu perfídia intelectual, ao mesmo tempo em que passam a ver a si como sendo (i)legítimos arcanjos, anunciando uma nova era vindoura em que eles seriam a própria encarnação do bem e da justiça. Pois é, mais uma vez, repito: “Hum, que meda!”

Em fim, apesar do tom burlesco de nossa última fala, tal mentalidade, sim senhor, é realmente digna de ser temida. Mentalidade essa que encontra em nossa sociedade um fértil chão que é diuturnamente cultivado com valores construtivistas que são semeados pelos (de)formadores de opinião, pelo sistema de ensino e por nós, quando abdicamos de nossa consciência individual e da árdua tarefa de conhecer-se com presteza e sinceridade, para podermos, realmente, conhecer o que está a nossa volta e assenhorarmo-nos de nossa vontade. Mas, e quem realmente quer isso? Quem?

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.tk

A ORAÇÃO DO JUSTO - parte I

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 21 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

A ORAÇÃO DO JUSTO - parte I

A paixão, segundo São Matheus - Johann Sebastian Bach

O PÃO

Por Dartagnan da Silva Zanela,
Em 20 de fevereiro de 2011,
Dia de Santo Euquério.

Pão que dá a Vida
Vivifica meu ser
Lava as janelas
De minh’alma...
Para que eu veja a Verdade.

Pão que é Vida
Purifica meu toque
Dignifica meus gestos
Retifica meus afetos...
Para que eu testemunhe
Aquele que é a Verdade.

Pão da Vida
Liberta-me de mim
Guia-me à luz da Verdade
Agrilhoa-me a Ti...
Para que eu viva a Verdade.

Pão que traz a Vida
Leva-me pela via
Verdadeiramente Viva
Por Tu e em Ti...
Para que a Tua Verdade
Viva em mim.

PAULO FRANCIS – uma inspiração temperada com saudade

Paulo Francis, pseudônimo de Franz Paul Trannin da Matta Heilborn (Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1930 — Nova Iorque, 4 de fevereiro de 1997) foi um jornalista, crítico de teatro e escritor brasileiro.

Segue abaixo (em 7 partes) o especial do Manhattan Connection no GNT, exibido uma semana após sua morte.



DIAS PASSADOS EM VERSO

Por Dartagnan da Silva Zanela,
em 17 de fevereiro de 2011,
dia de Santo Aleixo.

A noite segue seu rumo
Serena em seu brilho
Misteriosa com suas sombras
Contrastando
Com o olhar envelhecido
Do garoto que versava
À luz do dia
Os sonhos que
Na aurora de seu caminho
Sua alma embebia
E que o embalava
Em um misto de anseio
E nostalgia
Pelos dias vividos
Em seus devaneios
Há muito abandonados
Com o findar dos dias
Em sonhos
A muito vividos...

REALMENTE, COMO SER GENTIL?


Isso mesmo, meu caro Watson! Como podemos tratar com gentileza pessoas que, na cara dura, nos insultam das maneiras mais desavergonhadas, como?

Neste ponto, não temos como discordar do poeta-filosofante F. Nietzsche, quando esse afirmava que para saber respeitar é preciso saber desprezar. Ora, não há possibilidade de respeitarmos, ao mesmo tempo e de modo similar, um assassino e sua vítima, um ladrão e o surrupiado, um pilantra e uma pessoa honesta.

Todavia, essa percepção obvia, dia após dia, vem se diluindo em nosso país e, naturalmente, gerando um estado de espírito perverso e cruel onde o vício mais torpe é elevado ao nível de tratamento similar de uma virtude cardinal. Obviamente que com tal gesto anódino, a virtude é destronada de sua posição natural, invertendo-se a hierarquia de valores e, consequentemente, pervertendo tudo que a alma humana mover com base nesta ordem de denegri a própria dignidade constitutiva do ser humano.

Tal fato é digno de lamento e causa-nos ojeriza, porém, continua sendo um fato ululantemente obvio.

Pax et bonum
Dartagnan da Silva Zanela,
em 16 de fevereiro de 2011,
dia de Santo Onésimo.

CRISTO VIVE EM MIM

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 18 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

CRISTO VIVE EM MIM

PROGRAMA AVE MARIA, 17 de fevereiro de 2011.

O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.


O PODER DAS PALAVRAS

Palavras são como pontes que ligam a realidade da alma humana à realidade objetiva do mundo que a circunda. São pontes que ligam um desejo e uma intenção humana a um objeto que é desejado ou foco de um intento pessoal ou grupal.

Quando essas fazem-se claras são verdadeiros gestos miraculosos que iluminam a vida e permitem que possamos transcender a pequenez em que nos encontramos. Todavia, quando essas são maculadas por intenções turvas embaladas por desejos malévolos, as palavras transfiguram-se em muralhas que nos ilham, que nos isolam do real, inclusive de nós mesmos.

Aliás, com grande facilidade, transformamos os meios de elevação em um instrumento de miséria e baixeza. Basta que vivamos uma vida apartada das virtudes para que nossos vícios maculem tudo o que tocamos, inclusive, as palavras que nos servimos.

Pax et bonum
Dartagnan da Silva Zanela,
em 14 de fevereiro de 2011,
dia de São Cirilo, São Valentim
e São Metódio.

A MEDIDA DO AMOR

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 17 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

A MEDIDA DO AMOR

[pdf] UM DEVER ESTRANHAMENTE DESDENHADO

UM DEVER ESTRANHAMENTE DESDENHADO

UM DEVER ESTRANHAMENTE DESDENHADO

Escrevinhação n. 873, redigido em 14 de fevereiro de 2011, dia de São Cirilo, São Valentim e São Metódio.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Não há lugar para a sabedoria onde não há paciência".
(Sto. Agostinho)

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Parlando sobre a educação, sobre o ex ducere em seu sentido lato e originário, não temos como nos esquivarmos das considerações tecidas por José Ortega y Gasset em seu livro Unas lecciones de metafísica. Neste, o filósofo espanhol simplesmente nos lembra o óbvio ululante: o que define o que somos é aquilo que fazemos enquanto um reflexo de nosso estado interior. Ou seja, o que define um estudante é o desejo ávido por estudar. Ponto.

Ponto, porém, esse abre espaço para muitas vírgulas que merecem a nossa atenção. Não no que tange a atitude tomada pelos outros, sejam eles alunos, professores ou mesmo pais, mas sim, no que essas pontiagudas palavras têm para versar a respeito de cada um de nós.

Isso mesmo. Via de regra, toda essa tigrada que adora passar pito nos outros sobre a importância da educação e o quanto que nosso país carece de investimento na área, nunca deu realmente a devida atenção à sua própria educação. Melhor! Na verdade, nunca, nem de longe, deram para sua própria educação a importância que eles morbidamente evocam com suas pífias palavras quando possam de “otoridades” no assunto.

Sei que essa questão é colocada em segundo plano em nossa sociedade, todavia, isso não a retira de seu lugar prioritário na hierarquia dos valores que estamos que nos coloca em cheque. Educação, meu caro Horácio, não é uma questão de Estado e, por isso, não há política pública que dê conta de esgotá-la. Educação, gostemos ou não, discordemos o quando quisermos, é e sempre será uma questão pessoal movida pela força volitiva que impulsiona o indivíduo na direção do objeto almejado. Neste caso, a plena realização de si através do conhecer.

Bem, no caso de nossa sociedade, no nosso caso, em especial, o que move os indivíduos não é, literalmente, a busca pelo conhecimento, pela plena realização. O que nos move é algo que venha atestar que somos detentores de um determinado conhecimento, mesmo que nunca o tenhamos procurado.

Esse atestado de ignorância auto-impingida apresenta-se com os mais variados nomes. São títulos que servem muito bem para o empavonamento curricular, mas que tem pouca valia no reino da sapiência.

Creio que um dos símbolos mais claros deste aspecto bárbaro de nossa cultura seja o desdém pelos livros que existe, pari passu, à idolatria que se alimenta em torno dos títulos e diplomas. Quando lemos a obra Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, temos diante de nossas mãos um claro retrato dessa doença que afeta a alma brasileira, quando vemos a estranhamento e as críticas proferidas pela vizinhança sobre o fato de Policarpo possuir muitos livros sua casa sem ao menos ser um bacharel, sem ao menos ter um parvo diploma na parede de seu lar.

Aliás, lembro-me, como se fosse ontem, quando se teve o início do surto febril por cursos de pós-graduação lato sensu em todo o país, em especial neste Estado da Federação, voltados para profissionais da seara da educação. Lembram-se? Pois é, então me digam uma coisa, qual foi o principal impulso motivador da procura desses cursos? Ah! Um relativo incremento salarial. Interessante! E o que mais chamava a atenção dos participantes? O conteúdo ministrado no mesmo ou a velocidade com que se poderia findá-lo? Hum! Fascinante esse tal amor, à brasileira, pelo saber, não é mesmo? Tão encantador quanto o teor estético dos diplomas pelos quais nos alienamos.

Em consonância com o que acima descrevemos, creio que as palavras do filósofo Olavo de Carvalho, presentes em sem seu artigo Educação ao contrário, publicado no Diário do Comércio em 27 de janeiro de 2009, são profundamente esclarecedoras e, ao mesmo tempo, provocativas.

Bem, o professor Carvalho diz-nos: “Clicando no Google a palavra ‘Educação’ seguida da expressão ‘direito de todos’, encontrei 671 mil referências. Só de artigos acadêmicos a respeito, 5.120. ‘Educação inclusiva’ dá 262 mil respostas. Experimente clicar agora ‘Educar-se é dever de cada um’: nenhum resultado. ‘Educar-se é dever de todos’: nenhum resultado. ‘Educar-se é dever do cidadão’: nenhum resultado”.

Que horror! Mas isso não é obrigação do Estado? Tudo bem, mas como o Estado pode dar algo que ele não tem? Como podemos cobrar algo que francamente não desejamos? Como podemos chamar de direito algo que não nos dispomos de corpo e alma para obter?

Tchó de Deus! Mas eu não estou falando de diplomas e certificados! Estou falando de educação. Sim, temos muita oferta de diplomas na praça (e até mesmo de instrução de qualidade), mas quantos estão realmente dispostos a se tornarem estudantes zelosos e devotados? O silêncio (ou a revolta) interior diante desta indagação muito nos esclarece sobre a gravidade do presente problema. Por isso ouçamos. Ouçamos o silêncio que clama por nossa atenção.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.tk

DOIS COMENTÁRIOS

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 16 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

DEUS PAI E AMIGO


A CIDADE ETERNA

O BOM COMBATE

Por Dartagnan da Silva Zanela,
em 14 de fevereiro de 2011.

Os punhos se mantém serrados
Mesmo estando cansados
Feridos
Pela força que os move
Na direção do combate
Que não se encerra.
Combate esse
Que se esquiva das tréguas.
Da alvorada ao cair do astro rei
A peleja segue seu curso
Como água de corredeira bravia
Que persevera sem descanso.
Assim é o dia,
Seguindo ele vai
Até ao anoitecer
Junto às brumas distantes.
E assim segue o guerreiro
Dos cansados punhos
Em sua luta
Na arena interior.
Segue ele
Com seu gládio
Sem reclinar a cabeça,
Mantendo a guarda armada
Contra as astúcias do inimigo
Confiando sempre
Naquele que É o Caminho
Servindo
Ao Senhor da vida.
Vida
Que apenas vale a pena
Se vivida for
No bom combate
Junto ao estandarte
Da radiante Verdade
No sacrifício do amor.

NO CAMINHO DE EMAÚS

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 15 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

NO CAMINHO DE EMAÚS

OBSTÁCULOS PARA ORAÇÃO

Comentário proferido por Dartagnan Zanela - dia 14 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

OBSTÁCULOS PARA ORAÇÃO

ORAÇÃO DA SERENIDADE

Amém.

A ALEGRIA DO VERSAR

Por Dartagnan da Silva Zanela,
em 13 de fevereiro de 2011,
dia de São Martiniano.

Belo é o sorriso
Que rima com o olhar
Que ri de si
Ao ouvir o gargalhar
Daquele que se sente feliz
Por nos fazer sorrir
E por estar
Nesse momento
Com sua imagem
Refletida
Nas meninas
Do nosso olhar.

PALAVRAS DE CARPEAUX

Nesta semana, em que estamos retornando às atividades letivas, recomendei para um grupo de alunos um ensaio de Otto Maria Carpeaux intitulado A IDÉIA DA UNIVERSIDADE E AS IDÉIAS DAS CLASSES MÉDIAS. Ensaio esse, de uma proficuidade única e de uma beleza singular. Espero toque esse a alma dos estudantes do mesmo modo que tocou a minha quando o li pela primeira vez há 12 anos.

Em vista disso, gostaria nesta nota blógica apenas de chamar a atenção para dois trechos das luminosas laudas redigidas pelo esguio punho de Carpeaux, os quais seriam: “O abismo entre o progresso material e a cultura espiritual aumenta de dia para dia, e as armas desse progresso nas mãos dos bárbaros é fato que clama aos céus”. Meditando a partir destas palavras, não temos como não vermo-nos imersos nesse abismo que dia após dia vem se aprofundando mais e mais, não é mesmo?

O segundo trecho que elencamos e que, por sua deixa, é a lembrança da cura dessa maledicência: “A história das universidades é a história espiritual das nações”. Nós, professores e alunos, estamos escrevendo parte significativa dessa história e, por isso, penso que devemos indagar sobre a gravidade de nosso papel nesse devir. Estamos nós, trabalhando e caminhando para arrancarmo-nos desse abismo de sombras que é a sociedade de massa estupidificada em seu orgulho e vaidade ou nos dispondo volitivamente a dar continuidade e aprofundamento das sobras que ousam obstruir a flama do Espírito e da Verdade?

Eis aí, a questão que não quer e não pode ser calada.

Pax et bonum
Dartagnan da Silva Zanela,
em 12 de fevereiro de 2011,
dia de São Julião Hospedeiro, de Santa Eulália
e do Bem-aventuradoReginaldo de Orleans.

COMENTÁRIO RADIOFÔNICO

Comentário proferido - dia 11 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

CABEÇA E SENTIMENTOS

PROGRAMA AVE MARIA, 10 de fevereiro de 2011.

O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.


COMENTÁRIOS RADIOFÔNICOS

Comentários proferidos - 09 e 10 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

ORAR COMO CRIANÇA - PARTE II


SOMOS CRISTÃOS

[pdf] UMA PEQUENA QUESTÃO

UMA PEQUENA QUESTÃO

UMA PEQUENA QUESTÃO

Escrevinhação n. 872, redigido em 08 de fevereiro de 2011, dia de São Jerônimo Emiliano e Santa Josefina Bakhita.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Sou responsável por aquilo que não fui". (Georges Bernanos)

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Em praticamente todos os cantos do Paraná vemos o retorno as aulas. Em todos os rincões desse Estado da Federação vê-se pessoas ansiosas para voltar a freqüentar as salas que existem para além dos umbrais que delimitam o espaço escolar. Agora, o que significa esse anseio? Será que todo esse sentimento é fruto da fome pelo conhecimento? Não sei e, para ser franco, não tenho interesse em especular sobre as intenções alheias. Todavia, creio piamente que seria de grande relevância que cada um investigue e medite sobre as suas intenções. Tal reflexão, se feita com abnega sinceridade, poderá render bons frutos para quem a ela se dedicar.

Dito isso, voltemos às aulas. Ao início delas. Sendo poucos ou não, sempre aqueles que se fiam pela vereda do caminho reto, almejam alcançar os picos mais elevados e, para tanto, estão dispostos a fazer os necessários sacrifícios para tal. Sim, essas almas são raras, já de longa data nos diz Platão. Tão raras quanto indispensáveis, pois são essas as pessoas que chamam para si a responsabilidade por aquilo que estão fazendo e pelo que estão aprendendo.

Pois é, se há um conselho que creio ser aproveitável para aqueles que realmente desejam aprender, seria esse e nenhum outro, porque esse é o cerne do aprendizado de qualquer disciplina.

O estudo começa quando nos inclinamos voluntariamente às verdades que irão se desvelar às janelas de nossa alma para que essas possam adentrá-las e lapidar as crostas de ignorância que habitam em nós. Para tanto é fundamental que compreendamos e aceitemos humildemente o fato de que nós não somos maiores que a realidade. E, se desejamos crescer com o ato de aprender, é fundamental que tenhamos clara em nossa alma essa pequena verdade.

Se estivermos abertos para plenitude dessa via, não teremos como nos esquivar da necessidade de consagrarmo-nos ao conhecer, como nos aconselha Sertillanges. Aliás, como o mesmo nos diz, em sua obra “A vida intelectual”: “Uma vocação não se satisfaz com leituras vagas nem com pequenos trabalhos dispersos. Requer penetração, continuidade e esforço metódico, no intuito duma plenitude que responda ao apelo do Espírito e aos recursos que lhe aprouve comunicar-nos”.

Por isso a responsabilidade é um ponto nevrálgico nesse processo. Assim o é, porque o sujeito central no ato de aprender é aquele que chama para si a pecha do interesse pelo que está sendo estudado. Professores, livros, demonstrações técnicas, ensaios, práticas, tudo isso terá sentido e valia se na alma que deles for beber, realmente estiver cônscia do que ela realmente quer com tudo isso que estará sendo ensinado por esses agentes.

Lembro aqui que não estamos nos referindo a uma turma de alunos. Não mesmo. Um grupo de pessoas não assume, jamais, a responsabilidade por algo desta monta. Em grupo, para ser franco, é muito mais fácil de nos esquivar do ato de aprender e da responsabilidade a ele inerente. É mais fácil de dissimular que estudamos, praticando algo totalmente diverso, justificando todo um engodo através de um simulacro que mascara a realidade com os mais elevados (e fingidos) valores.

Sobre esse ponto, meu caro Watson, vale à pena lembrar o que nos ensina o filósofo Olavo de Carvalho. Esse diz-nos que: “Quanto mais incoerentes são nossas crenças, maior é o esforço de nossa vontade no sentido de dar um simulacro de coerência àquilo que não tem. Ora, se um indivíduo consegue fazer isto, quanto não conseguirá a coletividade? Nesta, você recebe o reforço de seus semelhantes e é protegido pela idéia de que, se erra, não erra sozinho, e de que tantos juntos não poderiam errar de maneira alguma. O auto-engano coletivo é mais eficiente do que o individual”.

Doravante, cada um de nós, pessoalmente, pode e deve assumir a responsabilidade pela sua educação e responder por ela como um sujeito que se vê cônscio de seus interesses e inquietações e que, por essa razão, deseja consagrar-se a essa devota atividade, que é uma vida de estudo, com toda a responsabilidade por ela requerida.

Pouco importa a idade que tenhamos, cada um de nós tem essa luz no interior de seu ser que pode ser avivada por nossa inspiração ou enfraquecida pela nossa lassidão. De um jeito ou de outro, a decisão será nossa. Se optarmos pelo justo caminho, seremos responsáveis pela nossa escolha. Agora, se optarmos pelo turvo caminhar, ainda assim, a responsabilidade continuará a ser nossa, mesmo que nos esforcemos em nos iludir, acreditando que a culpa é de tudo e de todos, menos daquele que é o sujeito basilar das decisões por nós tomadas. No caso, nós mesmos.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.tk

COMENTÁRIOS RADIOFÔNICOS

Comentários proferidos - 07 e 08 de fevereiro - no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

ORAR FEITO CRIANÇA


O SILÊNCIO DE DEUS EM NÓS

O BEM INFORMADO

Chega ser engraçado ver o que muitas pessoas fazem para estar, como diz, “bem informadas”. Informadas sobre coisas que, nem de longe, poderiam ser um bem.

Um pote cheio de quinquilharias continua sendo o que é. Do mesmo modo que uma pessoa com a alma tomada por picuinhas, mesquinharias e futilidades continuará a ser aquilo que é, não importando se essas miudezas tenham sido publicadas no último segundo na grande mídia ou que sejam lidas e vistas por milhões de almas desnorteadas.

Por isso, creio eu, que a pergunta a ser feita por nós, no que tange o ato de informar-se, não é sobre qual seria a última novidade, mas sim, o que realmente pode contribuir para que nos elevemos em Espírito e Verdade.

E mais! Não se deveria esperar que os meios de informação nos sugestionassem o que pensar e questionar, mas sim, questionarmos, a nós mesmos, sobre o que realmente desejamos saber.

Ops! Saber. Eis aí uma palavra que tem apenas uma função alegórica na sociedade hodierna. De modo algum se deseja ampliar os átrios do entendimento. O que, no fundo, a maioria deseja é apenas ter a resposta acertada para as perguntas rasas repetidas por todos no momento.

Na real, o que se deseja sumamente é ter o que falar, não saber do que se está falando, não é mesmo?

Pax et bonum
Dartagnan da Silva Zanela,
em 08 de fevereiro de 2011,
dia de São Jerônimo Emiliano
e de Santa Josefina Bakhita.

Lousa de recados

Pax et bonum a todos.

Está iniciando mais um semestre letivo e, naturalmente, temos um gratificando trabalho pela frente. Por isso, convidamos os acadêmicos do 1º período do curso de Publicidades e Propaganda e do 1º e 3º período do curso de Direito para que façam o download do plano de ensino da disciplina (disponível no link SALA DE AULA) que está sob minha responsabilidade e que será cursada por vocês.

Sendo isso que temos para o momento, findamos por aqui. Fiquem todos com Aquele que é e que caminhemos todos pela vereda da Verdade e que sejamos guiados por Aquele que é a Verdade, o Caminho e a Vida.

Cord.
Dartagnan da Silva Zanela
06 de fevereiro de 2011,
dia de Santo Paulo Miki e companheiros.

A ALEGRIA DOS DIAS

Por Dartagnan da Silva Zanela

Oh! Poema velho!
Escrito, sem ser dito,
Em velho papel,
Amarelado
Pelos cair dos dias
Que nos sorriem
Com sóbria alegria...
Ao ver as marcas
Deixadas
Pelo seu toque
Em nossa face
Envelhecida
Com o versar
Do verso
Que não foi escrito
E nem dito.

Em 01 de fevereiro de 2011,
dia de Santa Veridiana.

UM BATE-PAPO ABOTOADO

Muitas das vezes, fico cá com meus botões, remoendo algumas idéias (ou algo próximo disso), indagando a esses sólidos senhores que ficam para fora das casas de minha camisa, se eles são capazes de dar-me uma luz quanto ao penoso estado de dissimulação que se assenhora da alma nacional. Mas eles não me respondem. Ficam ali, imersos em um silêncio e numa serenidade de dar inveja a qualquer um. Principalmente a mim, que convivo com eles há tanto tempo.

Em fim, o ponto é esse e continua em aberto para todos aqueles que tem espaço, em sua maculada alma, para a tal da sinceridade, pois, essa mátria terra brasilis apenas irá sorrir fartamente quando nós, seus filhos, formos capazes de ser, realmente, coerentes conosco e não apenas em nossas esparsas cogitações. De sermos homens por inteiro, como diria Machado, e não aos pedaços, como infelizmente somos, em meio as nossas queixas histriônicas e transgressões forretas.

Dartagnan da Silva Zanela,
Em 05 de fevereiro de 2011,
dia da Venerável Mestra Tecla Merlo,
de Santa Ágata e Santa Adelaide de Vilich.

COMENTÁRIOS RADIOFÔNICOS - 31/02/2011 à 04/02/2011

Comentários proferidos no programa CONVERSA AO PÉ DO RÁDIO que é transmitido pela Rádio Cultura AM/FM de Guarapuava.

OS SANTOS


DOR E MISERICÓRDIA


COMO ANDA A NOSSA FÉ...


ORAÇÃO E CORAÇÃO


A LUTA CONTRA NOSSOS CAPRICHOS

PROGRAMA AVE MARIA, 03 de fevereiro de 2011.


O Programa Ave Maria é o Programa radiofônico da Paróquia Nossa Senhora de Belém e vai ao ar de segunda à sexta das 18h00 às 18h20. Nas quintas a apresentação do mesmo é feita por Dartagnan da Silva Zanela.




[pdf] FINGINDO AMAR O QUE SE DISSIMULA TER

FINGINDO AMAR O QUE SE DISSIMULA TER

FINGINDO AMAR O QUE SE DISSIMULA TER

Escrevinhação n. 871, redigido em 31 de janeiro de 2011, dia de São João Bosco, de São Pedro Nolasco e de São Francisco Silveiro Maria Biachin.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Rogo a Deus como se esperasse tudo d’Ele, mas trabalho como se esperasse tudo de mim".
(Sto. Tomás de Aquino)

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“Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas”. Assim nos ensina São João Bosco. E com os pés sob essa sentença, iremos pautar este breve colóquio. Para respeitar-se realmente a pessoa humana é fundamental que deixemos clara nossa reprovação aos erros. É inadmissível que se tenha a complacência para com o erro como sinônimo de respeitabilidade pela dignidade do indivíduo.

Entretanto, o que testemunhamos em nossa sociedade? O que vem sendo vivido e praticado nas últimas décadas em nossas instituições de ensino? Justamente o contrário do que fora afirmado acima. Por isso reafirmamos o que em outras ocasiões já havíamos apontado: um dos grandes males que paira sob essas terras de Pindorama, é a o fingimento endêmico e, neste caso específico, o amor fingido pela educação.

Esquece-se que educar não é sinônimo de ser “queridinho” e muito menos de posar de “defensor dos frascos e comprimido”.

Sim, educar é um ato amoroso, não meloso. Ensinar amorosamente é saber dizer não quando necessário. É saber repreender quando convém. Corrigir quando o erro manifesta-se, como também é saber ensinar com amor quando compreendemos que em algumas ocasiões é necessário punir certas atitudes tomadas pelos mancebos que nos são confiados, sejam eles nossos filhos ou nossos alunos.

Há quem evoque em contrário ao que fora apontado por nós aqui, a memória do filósofo grego Sócrates e mesmo a presença de nosso Senhor Jesus Cristo. Nada mais impróprio, como também nada melhor para demonstrar a leviandade dessas almas, visto que os ensinos de ambos apenas reforçam o que fora apresentado por nossa pena e tinteiro.

Se as almas que assim pensam conhecessem realmente os ensinos daquele que foi aclamado pelo oráculo de Delfos e tivessem lido os diálogos de seu grande discípulo, Platão, saberiam, claramente, que em nenhuma ocasião Sócrates exalta o bom-mocismo histriônico.

Aliás, lemos no diálogo Apologia de Sócrates, a seguinte recomendação para aqueles que ficariam responsáveis pela educação de seus filhos após a sua morte: “[...] castigai-os, atormentai-os com os mesmos tormentos que eu vos afligi, se achardes que eles estejam cuidando mais da riqueza ou de outra coisa que da virtude; se estiverem supondo ter um valor que não tenham, repreendei-os, como vos fiz eu, por não cuidarem do que devem e por suporem méritos, sem ter nenhum. Se vós assim agirdes, eu terei recebido de vós justiça; eu, e meus filhos também”. Nossa! O que será que os pretensos “educadores” modernosos diriam para Sócrates por tecer essa recomendação?

Quanto ao Cristo, basta que leiamos com atenção os Santos Evangelhos e perceberemos que nunca nosso senhor utilizou-se de meias palavras em Seu divino magistério. Sempre foi franco e, muitas vezes, duro em Seu ensino. Aliás, o mesmo nos diz (Matheus V; 37) para que nosso sim seja sim e que seu não seja não e que o resto é subterfúgio do maligno.

Doravante, salve engano, o que nossa sociedade, como um todo, e nosso sistema de ensino, em particular, têm feito senão seguir um rumo turvo e duvidoso? O que Sócrates realmente diria a nós sobre esse quesito? O que temos a dizer ao Mestre dos mestres a respeito disso tudo?

Por isso que a vereda do ensino não é uma estrada que tem como horizonte a obtenção de popularidade. Não se deve ter como meta no ato de educar a obtenção de “x” pontos de audiência. Ensinar, consiste, na maioria das vezes, em arrancar o indivíduo do seu submundo umbilical para mergulhá-lo na realidade humanamente vivida. Para tanto, é imprescindível que o mancebo receba as ferramentas intelectuais necessárias para essa jornada e que saiba utilizá-las razoavelmente.

Agora, tratar um garoto, e mesmo um adolescente, como um ser frágil, delicado, que pode carregar um trincado terrível em sua personalidade no restante de sua vida por causa de um “A” desagradável que lhe foi dito, não é ensinar e muito menos uma demonstração de amor e de respeito para com a pessoa humana.

Quem elogia e apazigua o erro degrada tudo o que é digno. Corrigir o erro é libertar a pessoa do circulo vicioso em que ela está agrilhoada. Combater o erro é lapidar no indivíduo a dignidade que lhe é originária. Mas, para isso, é fundamental que saibamos dizer não. Que saibamos repreender o que não condiz com uma pessoa que pretenda crescer em dignidade, prestatividade e bondade. E mais! Além disso, é necessário que não tenhamos medo de agir assim, pois, quem ama, não teme desaprovação. Teme sim, que a pessoa amada se perca.

Se continuarmos a caminhar no parvo passo hodierno, estaremos sabotando não apenas a vida da tenra geração que está sob nossa tutela; estaremos solapando os alicerces de nossa sociedade, como nos ensina tanto Gustavo Corção quanto Chesterton.

Ora, se tememos preservar e nos negamos transmitir a herança civilizacional recebida, se não mais é nosso intento corrigir e lapidar os nossos jovens para que eles tornem-se senhores de sua vontade, o que estes se tornarão? Que tipo de homens eles serão quando estiverem crescidos? E mais! Perguntemos junto com o filósofo Julián Marías: o que as gerações educadas por aqueles que estão sendo educados por nós irão ensinar as gerações que estarão sob sua tutela? Já pararam para pensar nisso?

É esse o caminho que está sendo trilhado por nós, sejamos capazes ou não de ver os plúmbeos ares que existem no horizonte dessa estrada que, apesar de apelar constantemente para as palavras amor e respeito está muito distante de ser sinalizada por elas.

Pax et bonum
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