Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Tudo é breve e fugaz quando
tomamos a eternidade como medida de todas as coisas, de todas as pessoas e de
nossas ações. Tudo se torna perdurável e aflitivo quando tomamos nossa
insignificância ontológica como medida de tudo, de todos e, principalmente, de
nossas obras.
(2)
Ano eleitoral é assim mesmo: as
raposas, as senis e as juvenis, escovam seus pelos, dão aquela recauchutada no
visual pra, mais uma vez, tentar convencer todo mundo no sítio republicano que
o galinheiro está seguro, ou que ele ficará mais seguro, se suas aveludadas
mãos estiverem junto das incautas penosas e, é claro, dos ovos de seus preciosos
ninhos galináceos.
(3)
Diante de Deus, coração pulsante
de nossa consciência, nós temos apenas deveres. Ponto. Todavia, quando vemos no
horizonte de nossa vida apenas os tais dos “nossos direitos” em toda parte, em
todas as questões, seja aqui ou acolá, é porque expulsamos vergonhosamente o
Sapientíssimo de Sua morada em nossa consciência para, desse modo, idolatrar o
nosso perene egocentrismo com mais comodidade.
(4)
Encontrar a devida medida, o tom
apropriado para as nossas palavras e atitudes é como achar uma espécie pedra
filosofal das ações humanas.
(5)
Procure fazer o bem em tudo o que
fazer, mas procure saber o que é o bem para não confundi-lo com a aparência de
bonzinho e, principalmente, para não pensar que o bem seja a mesma coisa que as
imposturas politicamente corretas ranhetas reinantes.
Como fazer isso, sinceramente,
penso que seja algo que não se possa responder sem cair em grave leviandade.
Todavia, se tua consciência, se o
coração pulsante de tua alma, procura ardentemente o Sumo Bem, se você deseja
ser o instrumento Deste para que Ele seja derramado sobre tudo o que fazemos e
sobre todos aqueles que tocamos com nossas palavras e ações você, com certeza,
saberá.
(6)
Às vezes, gostemos ou não, há
certos males que são necessários. Ignorar essa afirmação que nos é brindada
pela sabedoria popular é desprezar uma verdade universal: que o coração humano
necessita muitíssimas vezes ser contrariado para poder conhecer o bem e,
consequentemente, tornar-se bom.
(7)
Jamais espere que uma pessoa lhe
dê o que ela é incapaz de ofertar-lhe. Prefira fazer como São Paulo: procure
ser para todos aquilo que cada um carece. Esqueça-se de si para ser quem você
deve ser. Todo o resto é bobagem, por mais importância que atribuamos ao restante.
(8)
Muitas vezes, quando alguém
almeja muito um cargo público, é porque o fracasso, humano e existencial,
subiu-lhe à cabeça. Isso talvez explique a voracidade manifesta por muitas almas
sebosas pelas ditas sinecuras que podem ser tomadas, em qualquer tempo, de
maneira imoral, não necessariamente ilegal, através das sazonais investiduras
eleitoreiras.
(9)
Muitas vezes não sabemos o que
dizer, nem como fazê-lo, porque simplesmente não aprendermos a ouvir e,
principalmente, porque ignoramos como deveríamos fazê-lo.
(10)
O caminho que nos encaminha para
as alegrias futuras é aquele que nos leva a regressar ao nosso doce lar, junto
de nossa amada família.
(*)
professor e cronista.
Site:
http://dartagnanzanela.webcindario.com/