Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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SIM SINHÔ! NÃO SINHÔ!

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

ABRA AS ASAS – Em todo lugar onde a palavra liberdade é idolatrada, transmutada numa ideologia, ou infectada por tranqueiras dessa estirpe, ela acaba sendo transubstanciada na mais vil manifestação da decadência humana. Manifestação essa vivida como se fosse o mais cristalino exemplo de liberdade ao mesmo tempo a que sepulta. Tal atitude idolátrica, ao invés de abrir as portas da percepção, apenas agrilhoa o indivíduo numa fria e soturna alcova existencial que tolhe a sua capacidade de compreender a realidade e impossibilita o sujeito de torne-se apto para captar a verdade que se manifesta através da vivência das consequências dos turvos atos de nossa lavra, guiados por nosso livre-arbítrio.

TRISTEZA DO BRASILEIRO – Para muitos, deixar tudo pra última hora é a regra. Essa é uma coisa bem brasileira e ninguém tasca. A grande maioria dos brasileiros - uns mais, outros menos - acaba sempre deixando alguma coisa pra hora do pega pra capar. Gostemos ou não, essa traço mal traçado faz parte da alma nacional.

Porém, todavia e, entretanto, o que é de causar dilatação escrotal crônica em qualquer um, é termos de ver um punhado de caiporas fazerem isso e, ainda por cima, insistirem em fazer aquela pose de indivíduos preocupados e responsáveis. Coisa digna da Framboesa de Ouro.

E pior! Eles querem te convencer por “A” mais “B” que a irresponsabilidade manifesta por eles não é deles não.
É dos outros. De alguém. De qualquer um, menos deles.

Seria isso sinal dos tempos? Não sinhô. É apenas mais um triste traço bem característico da brasilidade que insistimos em dizer que não nos pertence, apesar de estar com o nosso nome estampado em sua fronte com letras garrafais.

PALAVRAS ODIADAS - A disciplina deve, urgentemente, ser imposta para restaurar um mínimo de razoabilidade no ambiente escolar. Opa! Certas alminhas ao lerem isso dirão, escandalizadas, que disciplina não se impõem, que é um absurdo, retrógrado e blábláblá.

Carambolas! É incrível como muitíssimas pessoas tem pavor da palavra imposição. Ou seria da palavra disciplina? Não sei. O que sei é que não são poucas as almas sebosas que ao ouvir o anúncio de ambas - disciplina e imposição - são bem capazes de ter sonhos bem ruins. Mãezinha do sarampo! Tadinha delas.

Então mudemos os termos da prosa: a ordem externa à alma humana e, em particular, a ordem no ambiente escolar deve ser cultivada para que ela, a ordem, seja interiorizada pelos mancebos convertendo-se em hábitos virtuosos que se integrarão a personalidade do indivíduo e o auxiliarão na ordenação interior de suas inclinações, capacitando-o a tornar-se, no mínimo, senhor de si.

Sem o cultivo disso, da dita cuja da disciplina, que nos infunde a vivência da autodisciplina, todo e qualquer causo sobre educação não será nada mais que um punhado de colóquios flácidos pra boi dormir. E zefini.

LAVA-JATO NELES - Tem muito abestado gastando o seu juridiquês chinfrim, recheado com aquele surrado democratismo de botequim, pra tentar desmerecer o trabalho hercúleo que vem sendo feito pela equipe da Operação Lava-jato, equipe essa capitaneada pelo Juiz Moro.

Um trem fuçado desses é, como se diz, tão ridículo quanto [nada] original.

Bem, mas no mercado do abestamento ideológico brazuca, há sandices para todas as idades e todos os gostos mesmos. Ninguém pode se queixar.

Para os moleques adestrados ideologicamente, temos a tal invasão fantasiada de ocupação; a mais nova modinha dos desocupados revoltados podres de mimados.

Para os mais adultinhos, contamos com a sandice totalitária desvairada disfarçada de justa indignação em defesa da democracia dos compadres contra a operação Lava-jato e, principalmente, contra aquele que, como eles mesmos dizem:  "não pode ser nomeado”.

Enfim, no fundo, tudo isso, nesse mercadinho de fanfarronices críticas, não passa de uma palhaçada sem graça vinda do mesmo circo que transformou o Brasil num picadeiro; palhaços sinistros e sem graça e que insistem sem cessar em arruinar o nosso país transformando-o numa choldra ignóbil.

A MORTE DE FIDEL - Menos um ditador, filho de meretriz, canalha, covarde e genocida no mundo. Fidel se foi, mas ficaram nesse vale de lágrimas, aliviadas com a sua partida definitiva dessa vida, os familiares das milhares e milhares de vítimas do carniceiro do Caribe.

Além disso, permanece nesse mundo, infelizmente, a todo vapor, a sucursal do inferno construída em Cuba pelo barbudo falecido, juntamente com os tentáculos e ramificações que se espalham por toda a América Latina.

E, se isso já não fosse o suficiente, temos ainda que aguentar a chusma de idiotas, militontos ou não, chorando a morte del comandante biltre, elogiando-o como se ele tivesse sido o portador de virtudes que, de fato, nunca cultivou e que eles, seus cínicos e devotos admiradores, provavelmente nunca cultivarão.

Enfim, que Deus tenha misericórdia de sua alma; misericórdia que ele nunca teve para com seus adversários, piedade que ele nunca manifestou pelo sofrido povo cubano que ele flagelou totalitariamente por cinquenta e sete anos.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

[áudio] PROGRAMA AVE MARIA, 24 de novembro de 2016.

Por Dartagnan da Silva Zanela



O PROGRAMA AVE MARIA é o programa radiofônico da Paróquia NOSSA SENHORA DE BELÉM que vai ao ar pelas ondas da rádio IGUAÇU FM de segunda a sábado às 18h00. Na quinta-feira o programa é apresentado por "nóis mermo".

TUDO COMO ANTES NESSA TERRA ABERRANTE

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

NÃO LEU E GOSTOU – A maioria das pessoas que se dizem críticas conhecedoras (entenda-se partidárias passionais) de toda e qualquer tranqueira ideológica (marxismo, feminismo, ideologia de gênero, libertarismo e tutti quanti), dizem gostar dessas bugigangas intelectuais porque nunca, de fato, as estudaram devidamente.

Isso mesmo! Se essas almas realmente as tivessem estudado devidamente, no mínimo, não estariam mais tão histericamente empolgadas com elas. Nos melhores casos, ficariam enojadas de si mesmas por terem, durante tanto tempo, apostado tantas fichas e desperdiçado tanta energia de sua vida em sandices desse naipe.

Esse tipo de decepção consigo mesmo faz parte do processo de amadurecimento moral e intelectual de qualquer pessoa. Não tem jeito, É sempre assim: temos que sepultar o homem decrépito que há em nós para dar a luz para algo melhorzinho. Trocando por miúdos: tem que desapegar.

Enfim, por essas e outras que, quando um carniça diz ser um caipora coerentíssimo só porque continua fiel aos seus erros juvenis (ou não tão pueris assim), isso não é sinal de maturidade e de coerência não. Nem aqui, nem na Cochinchina. Isso é pura idiotice ideologizada, presunçosa, alienada e alienante. Só isso e olhe lá.

É DESSE JEITO - O modus operandi dos desafetos do professor Olavo de Carvalho é mais ou menos assim: não li e, por isso, odiei. Fazer o quê? Não se pode esperar nada mais substantivo de indivíduos que tem seus passos regidos pela batuta da efemeridade e no tom da superficialidade de sua trupe coletivista. Ou podemos?

PEDRA DE TOQUE - Quanto mais uma pessoa usa a palavra “crítico” para qualificar algo que ela faça, que ela considere digno de reverência – como educação crítica, consciência crítica, opinião crítica e tutti quanti – mais imbecil ela é. Não tem erro. Em regra é assim mesmo.

EIS A QUESTÃO - Sábios de todas as épocas, figuras de elevadíssimo quilate como Platão e Edmund Burke, sempre nos advertiram de que bastaria que os bons nada fizessem para que os maus triunfem; que seria suficiente não nos preocuparmos com os rumos da política nacional (da nossa polis) para que os maus arrogassem para si o papel de falar em nosso nome. Todos nós, dum jeito ou doutro já ouvimos ou lemos alguma advertência similar a essas. Todos. Entretanto, às vezes fico cá com os meus alfarrábios a matutar: qual seria o destino de uma sociedade se ela fosse regida por idiotas egolátricos movidos unicamente pelo espírito suíno de facção? Qual? Pois é, meu caro Watson, no contexto atual não é preciso fazer muito esforço imagético, nem ler as obras de Platão ou de Edmund Burke para constatar as consequências tragicômicas de uma insensatez dessa monta, não é mesmo?

O RESTO É RESTO - Uma coisa que realmente mata a alta cultura de uma sociedade não é o fato das pessoas no dia a dia falarem (ou até mesmo escreverem) de modo impreciso e incorreto. Somente pessoas tão chatas quanto vazias ficam histericamente apagadas a essas ninharias cotidianas. Um elemento que, de fato, mata a alta cultura de um país é quando as pessoas, principalmente aquelas que são diplomadas, não mais sabem diferenciar um livro de uma obra da grande literatura universal. Isso sim, cara pálida, mata e sepulta a alta cultura.

O CAMINHO - Todo aquele que, realmente, deseja aprender algo de bom nessa vida deve, necessariamente, saber ouvir e, para tanto, é imprescindível saber calar exteriormente e internamente. Sem isso não há concentração e, sem ela, todo e qualquer aprendizado acaba ficando mutilado. Feliz ou infelizmente, esse é o único jeito. Tudo o mais que queira desdizer essa obviedade não passa de embromação.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

APENAS UM PUNHADO DE MATUTADAS


Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

NÃO SE ESQUEÇA – Ensina-nos a Sagrada Escritura, juntamente com a sabedoria popular, que as companhias nos corrompem. Dependendo da qualidade delas, nos pervertem pra cacete. Sim, essa é uma verdade tão simples quanto óbvia e, por isso, em certa medida, ela não é totalmente fiel ao que afirma e, assim o é, porque na maioria dos casos, não são os colegas que corrompem o caipora não; os elementos apenas tornam evidente o tipo de pessoa que realmente somos. Trocando por miúdos: não são as companhias que nos acanalham não, elas apenas fazem o canalha que há em nós se sentir bem à vontade para colocar as suas manguinhas de fora e revelar-se sob os indultos de todas as luzes da cidade toda a sua desdita face.

APENAS UMA OBSERVAÇÃO - A celebração da memória de Zumbi como símbolo da luta contra a escravidão no Brasil não passa duma cabal demonstração duma profunda alienação histórica advinda dum orgulho tão soberbo quanto vazio que preocupa-se muito mais em, anacronicamente, inventar um herói nacional, para legitimar uma ideologia atual e atuante, ao invés de reconhecer os méritos e festejar a memória daqueles que, de fato, lutaram para pôr fim a essa prática ignóbil que é a escravidão.

O CINISMO DOS DEFENSORES DOS MANOS - Sabe aquela galerinha, que mora em condomínio fechado de classe média, com toda a segurança que o dinheiro pode pagar e que vive falando, dando chilique em defesa dos tais direitos dos manos, dessa depravação feita com os direitos fundamentais para indevidamente beneficiar os tais dos manos, sabe? Pois é, o que será que essa gente boazinha e cheia de não me toque teria a dizer, de relevante, quando traficantes; digo, manos, abatem um helicóptero da PM, matam quatro policiais e, de quebra, comemoram mui loucamente a atrocidade que fizeram? O que será que seria dito? O quê? Era bem isso que eu imaginei: nada que mereça ser ouvido com um mínimo de deferência. Nada.

PRA ORGANIZAR AS IDEIAS - Qualquer um que encare como sendo algo normal, numa sociedade minimamente civilizada, o fato de termos hordas criminosas abatendo um helicóptero da PM, atacando viaturas e delegacias de polícia, que aceite como algo normalíssimo para um país apresentar mais de sessenta mil homicídios por ano (aproximadamente), deveria, antes de qualquer coisa, enfiar a cabeça na privada e puxar a descarga pra fazer uma urgente lavagem cerebral e limpar a cuca de todo esse entulho ideológico, desse juridiquês politicamente correto infernal que apenas alenta e resguarda quem não presta, tornando todos os demais cidadãos reféns da insanidade que toma conta do nosso entristecido país.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

NOTAS DUM CAIPIRA MATUTANTE

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

NÃO HÁ NADA PARA COMEMORAR - A república no Brasil é uma ficção e, bem provavelmente, sempre será, porque desde o seu princípio ela foi uma farsa proclamada por picaretas revolucionários que se diziam ser as mais impolutas, abnegadas e bem intencionadas almas de toda a galáxia. De mais a mais, tudo o que se repetiu depois dessa cívica dissimulação chinfrim foi apenas mais um tanto do mesmo angu inicial, requentado com um e outro tempero ideológico diferente, pra disfarçar o gosto adstringente do golpe republicado que, em misto com a cobardia monarquista, até hoje amargam a desventura da história de nossa triste nação e o destino.

PARLAR - Uma nota distintiva entre os seres humanos e qualquer representante das demais espécies animais é que somente o tal do bicho homem é capaz de usar símbolos de maneira significativa.

Ou seja: somente nós somos dotados da capacidade de utilizar essa ferramenta extraordinária que é a linguagem. Ninguém mais. Nem mesmo aquele seu cachorro com quem você fica, ébrio ou lúcido, proseando por horas a fio.

Pois é. Porém, todavia e entretanto, a forma miserável que muitas pessoas utilizam essa ferramenta extraordinária, que é tão nossa, demonstra por A mais B, e de modo triste, que não são poucos os seres humanos que estão abandonando a sua espécie originária, colocando-se num patamar inferior a de qualquer cão vira-latas.

Sim, essas desorientadas almas falam, falam até demais, mas isso tudo que é dito nada quer dizer, pois, nem mesmo eles entendem o que estão querendo contar, haja vista que as palavras proferidas por seus lábios são tão desprovidas de significado e sentido quando a forma como eles vivem as suas sorumbáticas e insonsas vidas.

PIADA PRONTA E SEM GRAÇA - Diziam as más línguas que a tigrada politiqueira, toda poderosa que é, estava querendo criminalizar todos os cidadãos que ousassem falar qualquer obviedade sinistra sobre eles; digo, queriam eles criminalizar qualquer um que ofendesse a honra dos mui dignos políticos brasileiros. Pois olha, sou franco em dizer: a turminha que vive agarradinha nas úberes estatais não precisava dar tamanha demonstração de molecagem e cobardia, haja vista que, a atual condição da trupe estamental brasileira já é, em si, uma baita piada de mal gosto, sem graça e desprovida de qualquer originalidade.

RESPOSTA CRETINA PARA ENQUETE IMBECIL – Sabe aquele programinha sem sal, aquele programa de auditório boboca que foi colocado no lugar dos nossos desenhos animados preferidos? Pois é, recentemente essa tranqueira televisiva propôs uma enquete cretina mais ou menos nestes termos aos seus convidados: entre um policial e um criminoso ferido - um traficante baleado - quem você iria socorrer primeiro? Quem?

Bem, a resposta claudicante dada pelos convidados foram tão ridículas que não merecem nem mesmo um insulto injuriado. Todavia, a enquete canalha merece uma resposta caipiramente simples, a qual, seria a seguinte: socorreria primeiro aquele que se feriu no exercício de sua profissão.

Não ficou claro? Bem, então, tento outra vez: procuraria salvar primeiro aquele que está tentando ganhar a vida honestamente.

Não deu pra entender ainda? Bem, então tento de novo: socorreria aquele que está procurando, destro dos limites do possível, cumprir com o seu dever.

Já sei, já sei, não deu pra entender ainda. Então vou desenhar com giz de cera: eu socorreria aquele que qualquer pessoa - inclusive os cretinos que elaboraram essa enquete idiota - chamaria se estivesse sendo assaltado, agredido ou qualquer coisa do gênero. 

Isso mesmo! Socorreria o policial que, com suas imperfeições e limitações, tenta cumprir com as suas obrigações como cidadão e trabalhador frente a uma sociedade que, muitíssimas vezes, o despreza. Ponto. E tenho dito.

UMA PALHAÇADA SEM FIM - O Caipora é incapaz de entender um punhado de versos de Camões; o mesmo berne nem consegue cogitar que é possível, através desse entendimento, compreender a sua porca vida e, por essa incapacidade orgulhosamente adquirida, o sarnento imagina que é capaz para mudar a mundo só porque um doutrinador fantasiado de professor disse que ele é portador da dita cuja consciência crítica que, no contexto atual, não passa de um modo elegantemente fingido de dizer que você está plenamente apto para ser usado como massa de manobra num jogo sórdido de poder. Só isso e nada mais.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.
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[áudio] PROGRAMA AVE MARIA, 17 de novembro de 2016.

Por Dartagnan da Silva Zanela

   

 O PROGRAMA AVE MARIA é o programa radiofônico da Paróquia NOSSA SENHORA DE BELÉM que vai ao ar pelas ondas da rádio IGUAÇU FM de segunda a sábado às 18h00. Na quinta-feira o programa é apresentado por DARTAGNAN DA SILVA ZANELA.

REFLEXÕES DUM SAQUAREMA – parte IV

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

VEIO PRA FICAR - Os feitos e malfeitos de um político são similares as grandes obras de arte. Elas não são repetíveis e os efeitos de sua presença no mundo ecoam sem cansar pelos infindáveis corredores da história. Não há dúvida alguma de que tanto aquilo que hoje convencionamos chamar de arte [modernosa] e bem como as lambanças perpetradas pela classe política brasileira são obras únicas do mau gosto e do grotesco que, com toda certeza, tem o seu lugar garantido no mausoléu da mestra da vida para dar testemunho às gerações futuras do estado fecal da época atual. A nossa época.

O CÚMULO DO RIDÍCULO - As invasões de instituições de ensino - que continuam a assombrar vários cantos da nação brazuca - que cinicamente, através dum sorrateiro jogo linguístico, são chamadas de ocupações, vistas bem de perto não passam dum cristalino sintoma do estado demencial em que se encontra boa parte da sociedade brasileira que confunde essa palhaçada sombria com a dignidade de um ato de desobediência civil, que identifica essa esbórnia tosca com uma manifestação cívica legitima. Tudo isso, junto e misturado, é um claro sinal da total perda do senso das proporções em misto com a mais abjeta falta de caráter que hoje toma conta da alma nacional.

MUITO MAIS - Não há mérito algum em lutar por si. Isso é um dever de cada um de nós. Podemos até cair, mas devemos cair pelejando, sempre. Agora, lutar pelos outros, por aqueles que amamos, ou por aqueles que nem mesmo sabem o nosso nome, é o que realmente torna a vida mais que um mero devir de um materno ventre para uma cova junto à mãe terra. É esse tipo de justa que torna a vida bem mais que um mero existir.

O FIM DA PICADA - Quando um (de)formador de opinião brasileiro diz, do alto de toda a sua furibunda empáfia, que os EUA deveria rever a sua democracia é porque além de ter perdido o senso das proporções, ele perdeu totalmente a noção do ridículo e reconheceu, publicamente, que nada conhece de história do Brasil e, principalmente, a respeito da história dos EUA e sobre o seu sistema político. Ora carambolas! O que nosso país tem pra ensinar ao mundo, de um modo geral, e para os EUA, em particular, no quesito democracia? O que caramba? Tem tanto a ensinar sobre isso quando um pedófilo tem para ensinar a uma professora normalista a respeito de como se deve educar uma criança. É mais ou menos por aí.

PIADA SOMBRIA - Comunistinhas são unas criaturinhas engraçadinhas mesmo. Vejam só como eles são: ao mesmo tempo em que eles fazem elogios para tranqueiras como a autodenominada República Democrática da Coréia do Norte, pra Cuba, Venezuela, ou pra qualquer porcaria totalitária similar, ficam dando pitos em Deus e em todo mundo sobre como deveria ser a dita cuja da democracia e, ainda por cima, querem nos convencer com aqueles mimosos zoinhos de psicopata, que eles entendem pra caramba do babado democrático e que sabem muitíssimo mais a respeito dos tais direitos humanos fundamentais. Enfim, palhaçada tem limites, principalmente aquelas que não têm a melhor graça.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

REFLEXÕES DUM SAQUAREMA – parte III

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(DES)INFORMAR É A REGRA - O tom reinante na grande mídia brazuca é um só. Todos os (de)formadores de opinião estão fazendo aquele teatrinho de salão para tentar justificar a sua descarada atuação enquanto desinformantes, ao que se refere a "cobertura" feita por eles da eleição presidencial nos EUA.

Pois é, ninguém admite o fiasco; ninguém faz nem mesmo um mea-culpa daqueles bem jaguara sobre o ocorrido, nenhum abençoado desculpa-se por não estarem, de fato, informando os brasileiros de modo probo; nenhuma dessas almas bate no peito pra dizer que seu jornalismo era apenas um mal disfarçado esforço de propaganda para os Democratas (entenda-se agenda Globalista), ou ao menos reconhece que estavam fazendo uma indisfarçada torcida emocionada pela senhora Clinton (o que dá na mesma).

Resumindo o entrevero: o escândalo do ano não é a vitória do senhor Trump, mas sim, a maliciosa (in)cobertura jornalística feita pela grande mídia – tanto pela de lá quanto pela de cá - sobre o pleito eleitoral que findou. Se eles tivessem realmente preocupados em, zelosamente, informar os seus leitores e/ou telespectadores, não teriam que estar agora dando uma de João sem braço com a maior cara de tacho.

Fazer o que, não é mesmo? Faz parte da vida.

UM GRANDE PREJUÍZO - Quando perdemos a visão da imensa abrangência da dimensão simbólica da realidade, inevitavelmente mutilamos a nossa capacidade de entendimento dela e de nós mesmo e, por isso, nos tornamos inaptos para compreender as inúmeras facetas que se apresentam sobrepostas diante de nossos olhos todo o santo dia.

Quando isso acontece, gradualmente perdemos a percepção da finalidade da existência, do sentido da vida, que acaba sendo reduzido a reles princípios materialistas e quantitativos que tem apenas como significado a materialidade e possível utilidade de tudo e de todos.

Pois é, mas, por incrível que possa parecer para alguns, um indivíduo humano, e bem como todo o universo, não podem ser reduzidos à mera utilidade. Fazer isso é mutilar o sentido de ambos. E se o fazemos é por ignorarmos a razão última da existência do universo e o sentido de nossa jornada por esse pedacinho dele. E ignoramos por não mais sermos capazes de contemplar o aspecto simbólico de toda a criação.

UMA DOLOROSA FACADA - Se a nossa capacidade de admiração, se nossa percepção estética é mutilada, inevitavelmente, a nossa capacidade de entendimento e compreensão ficam seriamente avariados e, consequentemente, nos tornamos incapazes de diferenciar tudo aquilo que é belo daquilo que é disforme. Não apenas isso. Inevitavelmente, com o tempo, nos tornamos incapazes de diferenciar aquilo que é verdadeiro de tudo o que seja falso. Resumindo: a deformação das artes desfigura a inteligência humana.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

[áudio] PROGRAMA AVE MARIA, 10 de novembro de 2016.

Por Dartagnan da Silva Zanela

   

O PROGRAMA AVE MARIA é o programa radiofônico da Paróquia NOSSA SENHORA DE BELÉM que vai ao ar pelas ondas da rádio IGUAÇU FM de segunda a sábado às 18h00. Na quinta-feira o programa é apresentado por DARTAGNAN DA SILVA ZANELA.

REFLEXÕES DUM SAQUAREMA – parte II

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

O LIMITE DOS LIMITES - A insensatez não tem limites. Todos sabem disso. Inclusive aqueles que abusam do direito que todo ser humano tem de exercer livremente a sua. O que muitos esquecem é que a tolerância e a paciência com o despautério presunçoso têm lá os seus limites. Limites esses que, no caso brasileiro, vem sendo abusadamente ultrapassados nos últimos tempos por indivíduos que se julgam muito, muito sabidos, mas não são não.

ESPELHO, ESPELHO MEU – Ensina-nos Henri Amiel que a criança vê o que realmente somos através do que nós inconfessadamente queremos ser.

Bem, gostemos ou não de admitir, muitos dos problemas que hoje impactam a sociedade brasileira advém justamente daquilo que nós mais desejamos; desejos que acabam sinalizando que o que é por nós desejado seria algo digno e benfazejo; desejos esses que manifestamos através de nossa maneira leviana de ser - de querer ser.

E o que tanto desejamos? De um modo geral, queremos colher suculentos frutos sem necessariamente ter de lavorar para cultivá-los.

Parênteses: não estou afirmando que todos os brasileiros sejam assim. Não mesmo. Deus me livre e guarde!

O que digo e repito é que há um número significativo de indivíduos que quer apenas se dar bem na vida sem fazer nada, ou quase nada, para tanto e que, tal sonho, aparece aos olhos dos mancebos como algo mais do que desejável; apresenta-se como um exemplo; como um puto mau exemplo travestido de atitude cidadã e que, em muitíssimos casos é ensinado como sendo isso.

Por isso que o próprio Amiel afirmava em seu Diário Íntimo que o princípio fundamental da educação é - e sempre será - em primeiro lugar educar-se a si mesmo para tornar-se senhor de sua vontade e escravo de sua consciência, como dizia Humberto de Campos. 

Porém, enquanto continuarmos sendo escravos de nossos desejos e estes permanecerem sendo os senhores de nossa consciência, nosso sistema educacional permanecerá sendo o que é: uma tremenda piada de mau gosto.

ALMA SUÍNA – Todo aquele que se considera invencível, insuperável e ontologicamente gostosão esquece-se frequentemente de que os dinossauros também eram - até onde se sabe - aparentemente fodasticamente fodasticos e, todos nós sabemos muitíssimo bem como eles terminaram, não é mesmo? Pois é.

GOSTE OU NÃO, ELE TEM RAZÃO - Afirmar que alguém tem razão porque disse que algo iria acontecer assim e assado não é de modo algum sinônimo de culto a personalidade ou qualquer tranqueira do gênero. Não é isso. Dizer que alguém tem o péssimo hábito de estar certo naquilo que diz é reconhecer que ele sabia muito bem do que estava falando e que todos os que diziam o contrário, por soberba, preguiça - e vai saber por quais outras razões - estavam redondamente enganados porque não sabiam de que estavam parlando, apesar da forçada pose de sabichão. Por isso digo e repito: o Olavo tem razão, a grande mídia não.

COISA DE CATOLICÃO – Veja, não são poucos os católicos – ou catolicães, como dizia Agripino Grieco – que afirmam, de maneira imodesta, que apesar deles serem católicos eles são a favor disso ou daquilo que, por definição, seriam coisas totalmente contrárias aos ensinamentos da Santa Madre Igreja. Bem, não sou ninguém na ordem do dia pra dizer o que cada católico deve pensar ou dizer em favor ou contra aquilo que a Igreja ensina, porém, permitam-me lembrar que, talvez, quando estivermos diante do Altíssimo, Ele poderá muito bem nos dizer que apesar de termos dito, em vida, que éramos católicos, que Ele não nos reconhecerá como tal. Aí, nessa altura do campeonato, lascou tudo. 

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

[áudio] CONVERSA QUIXOTESCA (n. 16), 06 de outubro de 2016.

Por Dartagnan da Silva Zanela

 

TERMOS DUM CRISTÃO SEM TERMOS – IV

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

TEMOR E TREMOR – Numa passagem do Evangelho de São Lucas, Nosso Senhor lembra-nos do óbvio ululante como, aliás, Ele frequentemente o faz e nós, de nossa parte, repetidamente ignoramos. O obvio é que tudo aquilo que é agradável aos homens – ao mundo e a carne – não é agradável a Deus e, por isso mesmo, isso tudo acaba sendo agradabilíssimo aos principados e potestades das trevas.

Por essas e muitas outras que o temor de Deus é princípio de sabedoria, como nos ensina o livro dos Provérbios. Já o temor do mundo e a fraqueza da carne, por sua deixa, são o antônimo disso e, mesmo assim - sabe-se lá por que cargas d’água – acabamos por preferir o segundo em detrimento do primeiro.

Bem, seja como for, nunca é demasiado tarde para revermos nossas esquisitas escolhas.

OS DIAS – Saber aproveitar a vida não tem nada que ver com encontrar a melhor maneira de desfrutar os nossos dias de peregrinação por esse vale de lágrimas, ou de inventar a fórmula mágica do melhor "como estar aqui". Saber viver, saber solver o que a vida tem a nos ofertar, tem haver com encontrar um por que viver; encontrar um sentido para elevar-nos da monotonia nossa de cada dia para que a nossa caminhada seja mais que um vagar sorumbático que vá de uma aurora casual até um crepúsculo inoportuno.

CUSTA TANTO – O poder sempre cobra um elevado preço daqueles que o cobiçam. Um preço bem alto; que vai muito além da imaginação de todas as almas que apostam as fichas de sua vida na obtenção dele. Porém, é perfeitamente imaginável, e suficientemente temível, para todos aqueles que desejam ardentemente conquistar não o reino dos césares, mas sim, o de Deus.

ASSIM DESSE JEITO - Estudar a palavra de Deus não é e nem deve ser encarada como uma forma de interpretá-la à luz de nosso limitado entendimento. Estudá-la, deve sim, ser um esforço sincero e abnegado de interpretação da vida, da nossa vida, à luz da sabedoria divina manifesta por meio das palavras presentes nas páginas da Sagrada Escritura.

AO SOM DA GAITA - Quando o ritmo da música muda, a cidade estremece. Assim apontava Platão, com singular agudeza. Não só isso. Quando o ritmo da música, juntamente com sua melodia e harmonia, são transubstanciados, os alicerces da alma são abalados. Por isso a cidade treme e os olhares atentos temem pelo que está por vir.

DUAS DIREÇÕES - Uns esforçam-se em fazer do ato de orar o centro pulsante de suas vidas; outros, por sua deixa, fazem da sua excitação sensual - juntamente com as fantasias que dela advém - o centro irradiante de sua existência. Os primeiros labutam pelas coisas do alto; os segundos deleitam-se em ficar agrilhoados com o que há de mais baixo em nossa alma.

(*) professor, cronista e bebedor de café.
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MENSAGEM AOS CATEQUIZADOS DA PRIMEIRA EUCARISTIA – Paróquia Nossa Senhora de Belém, VI/XI/MMXVI


Crianças, caminhamos lado a lado até aqui. A partir de hoje vocês passam a dar novos passos, poderosos passos em sua peregrinação para o céu, pois esse é o nosso destino, o nosso propósito, a razão de existirmos.

Somos um sonho de Deus que tornou-se realidade pela vontade Dele para retornarmos, um dia, de corpo e alma para os Seus braços paternos. É isso que procuramos ensinar para vocês nesse período de preparação; é nisso que esperamos que vocês dediquem-se daqui pra frente.

Mas antes que vocês se despeçam dessa etapa de fortalecimento da fé, que é a Catequese, permitam-me lhes dar uma última lição. Lição essa que será breve, mas espero que seja duradoura.

Não existe glória sem sacrifício. Sem sacrifício não há salvação. Era isso que santo Agostinho queria dizer quando afirmou que o Céu é para os violentos; porque devemos lutar pelo Céu. Não podemos economizar nossos esforços para conquistar a Pátria Celeste. Reino esse que nos foi prometido por Deus; mas, a Jerusalém Celeste deve ser ardentemente desejada por nós.

Por isso, lembrem-se, sempre: o céu é para todos aqueles que, neste mundo, o desejam mais do que tudo o que existe nesse mundo. Repito: o céu é para todos aqueles que, neste mundo, o desejam mais do que tudo o que existe nesse mundo.

E quando fraquejarmos, lembremos da imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo pendurado no madeiro da Cruz e sigamos o seu exemplo como o fizeram todos os santos de Deus que sabiam o quanto Jesus se sofreu para que tivéssemos esse tesouro que é o Santíssimo Sacramento.

Que Deus abençoe a todos, hoje e sempre...

OS PÚTRIDOS FRUTOS DAS UTOPIAS

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

Qualquer pessoa simples diferencia-se pra caramba das simplórias almas supostamente esclarecidas porque elas são capazes de espontaneamente reconhecer a qualidade de algo apenas pela despretensiosa observação dos frutos produzidos pelo lavoro daqueles que dizem ser o suprassumo da bondade humana. E assim o são porque eles, os saquaremas, absorvam muito bem a velha lição dos evangelhos que diz que pelo fruto podemos conhecer muitíssimo bem os atributos de uma árvore.

Por essas e outras que as almas simples, de um modo geral, desconfiam sempre das tais utopias. Aliás, somente almas sebosas e pueris acreditam no quadrado redondo anunciado pelas profecias marxistas. “Profetas” que não se cansam de dizer que o melhor ainda está por vir e que as tragédias paridas pelas suas ações ideologicamente desorientadas não são responsabilidade deles, a vanguarda do amanhã, porque o sonho rubro ainda não foi plenamente realizado e, por isso, eles dizem que a culpa toda seria da sociedade, do sistema, do raio que o parta, mas nunca, nunquinha, deles.

O curioso nisso tudo é que um caipira quando ouve alguém com uma lorota dessas, instintivamente desconfia do dito feito um velho cão perdigueiro.

Já a tigrada ilustra, cheia de salamaleques intelectuais e certificados de não-me-toque, ouve a mesma carapeta e, contrariando a sabedoria matuta, passa a ponderar absurdamente sobre o disparato ouvido e conclui que seria um desatino não labutarmos pela porca utopia que lhes parece ser tão bonitinha quanto ordinária.

Enfim, por essas e outras que o escritor argentino Ernesto Sabato dizia que as revoluções, no início, são anunciadas com letras maiúsculas e, com o tempo, são contadas com caracteres minúsculos para, por fim, acabarem sendo dissimuladamente apresentadas entre aspas. E, assim o é, porque é preciso ter um mínimo de maturidade e dignidade para se reconhecer como autor de seus erros e retratar-se por eles. Dignidade essa que falta, como falta, para toda a intelectuaria de mentalidade revolucionária. Dignidade essa que qualquer roceiro tem e sobra.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

[áudio] CONVERSA QUIXOTESCA, 04 de novembro de 2016.

Por Dartagnan da Silva Zanela

 

REFLEXÕES DUM SAQUAREMA – parte I

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

ESTULTICE REFINADA – Chega ser engraçado vermos a tigrada que defende esse trem fuçado chamado relativismo moral. E é hilário porque eles fazem a defesa disso pra tudo que é lado e em todos os cantos como se isso fosse uma espécie de verdade absoluta.

Para eles, a inteligência humana e a realidade como um todo são sempre relativas, porém, todavia e, entretanto, para essas alminhas as suas confusas e contraditórias opiniões são sempre e necessariamente absolutas.

Bastam cinco minutos de prosa com essa gente para constatar essa sua maneira esquizofrênica de ser deles.

Por essas e outras que não consigo levar a sério esse papo de relativismo que, no frigir dos ovos, é apenas uma presunçosa manifestação duma estultice elegantemente trajada que acaba conquistando os corações desavisados devido à refinada e sedutora maneira dela se apresentar.

COM OS PÉS CALCADOS NO ROCHEDO – Um justo, necessariamente, não pode ser de modo algum imparcial. Isso mesmo! Jamais! Um homem justo, fundamentalmente, deve ser contra o crime, contra o mal em todas as suas formas e manifestações. Esse é o seu partido. Essa é sua rocha. Perdendo-se ela, todo o resto passará a habitar no terreno movediço da incerteza; condenando, em muitos casos, a justiça a ficar refém do crime por meio dos grilhões de uma pérfida dissimulação de misericórdia.

SEM A MENOR NOÇÃO – Recentemente vi um vídeo sobre uma dessas diarreias cívicas, que o pessoal com duas mãos canhotas chama de manifestação legítima de um movimento social, onde um grupelho de arruaceiros, dissimulando serem cidadãos, provocava de maneira acintosa a polícia.

Bicho feio mesmo. Na verdade, ridículo.

Lá pelas tantas, uma das distintas almas sebosas é empurrada por um dos policiais que simplesmente afastava o bafo e a baba de onça que estava sendo regurgitada em seu rosto, tamanha era a petulância (depre)cívica manifesta pela criaturinha.

Bem, é claro que logo após esse ocorrido, histérica e cinicamente, todas as alminhas revoltadas ali reunidas começaram a gritar, fazendo aquele fiasco que a mídia adora noticiar.

Diante de tanto chilique politicamente engajado, sou franco em dizer: é urgente, urgentíssimo, que passemos a colocar os devidos pintos nos “is” e reaprendamos a discernir entre o que de fato é uma atitude cívica digna do nome e não mais confundi-las com essas tranqueiras, com essas esbornias cretinas que tem como única finalidade gerar factoides através da manobra da massa ignara juvenil.

Enfim, enquanto continuarmos a mimar essa turba de “sem noção” continuaremos a ser essa sorumbática nação que, em seus delírios constitucionalescos, imagina-se ser uma consolidada democracia quando, na real, não passamos duma vulgar oclocracia regida pelas mais vis oligarquias empeçonhadas por toda ordem de toxinas gregárias e totalitárias.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

[áudio] PROGRAMA AVE MARIA, 03 de novembro de 2016.



O PROGRAMA AVE MARIA é o programa radiofônico da Paróquia NOSSA SENHORA DE BELÉM que vai ao ar pelas ondas da rádio IGUAÇU FM de segunda a sábado às 18h00. Na quinta-feira o programa é apresentado por DARTAGNAN DA SILVA ZANELA.

[áudio] CONVERSA QUIXOTESCA (n. 14), 03 de novembro de 2016.

Por Dartagnan da Silva Zanela

 

Comentário radiofônico sobre o problema da objetividade e da imparcialidade.

UMA TRISTE MILONGA

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

O estudo da história pode ser justificado de várias maneiras. Justificativas essas que tem em vista a realização de determinadas finalidades. Aliás, como toda e qualquer ação humana.

Dentre as muitas justificativas que se fazem presentes, podemos constatar com relativa clareza um propósito subjacente a todas: o de fomentar um inconfessável rancor difuso fantasiado de indignação cidadã em misto com uma atitude de irreligião materialista artificioso disfarçado de criticidade.

Quanto o magistério da referida disciplina funda seus alicerces nesse tipo de solo o resultado a ser parido é um só: a deformação das almas que passam a imaginar-se como sendo as criaturas mais justas e impolutas que já caminharam por esse mundo e que, por isso, acreditam que caberia a elas corrigirem os infindáveis erros que foram cometidos pelos nossos antepassados.

Pois é. Quanta soberba. Quanta presunção numa só época e presente no ensino de uma única disciplina escolar. Detalhe: ela não é a única que sofre deste mal.

De minha parte, penso que a “mestra da vida”, como em tempos pretéritos a história era chamada, deveria procurar alicerçar as estelas de seu ensino na humildade e na gratidão - virtudes fundamentais para a boa formação duma personalidade.

Ora, é importante lembrarmos que, apesar dos inúmeros pesares, aqueles que nos antecederam neste mundo tem, no mínimo, a experiência de suas vidas, bem ou mal vividas, a nos legar para aprendermos o que significa bem viver; experiência a qual muitíssimas vezes desdenhamos de modo estupidamente imoderado. E, gostemos ou não de ouvir, tudo o que nos foi transmitido pelas gerações de antanho é infinitamente maior e mais precioso do que tudo o que somos capazes de produzir em nossa porca vida imersa na mais tosca efemeridade.

Enfim, se não somos capazes de reconhecer essa obviedade ululante é sinal de que a perversão (anti)educacional atual da história já rendeu seus pútridos frutos em nossos desavisados corações.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

DIÁRIO DE BORDO: DATA ESTRELAR INCERTA - 015

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

CONFUSÃO DO CÃO – A liberdade é, ao mesmo tempo, uma realidade e uma ilusão. Uma realidade enquanto uma possibilidade de realização humana frente às limitações que nos são impostas pela estrutura do mundo real; e uma ilusão diabólica quando certas concepções de liberdade passam a ser idealizadas por nós, como se elas fossem uma manifestação absoluta de nossa vontade que se sobrepõe a estrutura do real. Na primeira agimos na realidade a partir de seus limites e dos nossos. No segundo agimos num simulacro a partir dos ditames de nossos desejos.

CIDADANITE E OUTROS BICHOS - Não confundamos o que queremos com aquilo que é - ou que deveria ser - porque toda confusão desse gênero é um fruto pútrido.

A feliz coincidência do querer com o que deve ser ocorre quando o primeiro (o desejo) é devidamente ordenado e isso apenas ocorre quando procuramos dispor nossa vida à luz das virtudes.

Agora, quando vivemos de modo desordenado, fiando o nosso passo na vereda dos vícios morais e cognitivos, gostemos ou não, as nossas veleidades serão apenas uma manifestação, um sintoma da nossa intemperança.

Descomedimento esse que vê nesse tipo de faniquito uma imagem aliciante daquilo que será considerado pelo indivíduo uma necessidade inalienável, imprescindível, levando-o a agir feito criancinha mimada que bate o pé para, de birra em birra, poder chantagear os pais e assim obter o que quer.

Pois é, no Brasil atual, esse tipo de atitude mesquinha, tosca e infantil tornou-se sinônimo de cidadania crítica. Uma coisa linda de se ver sendo praticada por adultos e incitada (ou ensinada) aos jovens.

O PONTO DO CONTO – Não existe nada mais desprezível no mundo político que as perseguições e represálias que tenham motivação partidária.

Quando mandatários, ou caciques legisladores, usam de suas prerrogativas para assediar uma ou mais pessoas que não endossaram o seu apoio a suas pessoas, esses estão mostrando o quão mesquinho e cinicamente pueril eles são.

E, como almas desse naipe abundam nessas terras de botocudos, não será tão cedo que teremos essa pestilência varrida pra longe de nossa anêmica democracia.

A BOLA DA VEZ – Lulinha, o ex-presidente maravilha, discursou, não faz muito, para algumas alminhas perdidas de sua trupe, num ambiente controlado, em algum canto do Brasil. Ele disse, entre outras lulices, que aqueles que são anti-petistas e que desprezam sua pessoa pelo que ele é não passam de pessoas que estão azedas feito limão.

E é claro que ele foi aplaudido! Direito dele e daqueles o que o mimam. Direito o qual ninguém negará. Mas, tem uma coisa: a turma anti-petista não tá azeda não. Pelo contrário! Todos estão faceiros, ao menos a maioria, feito pinto no lixo, haja vista que não tem como não rir pacas frente ao vil e ridículo estado em que se encontra o partido da ética juntamente com seu grande líder, o homem mais honesto do Brasil.

VALORES TROCADOS - Para bandidinho e bandidão, aqui nessa terra de desterrados, todas as garantias e mimos lhe são afiançados; agora, para os homens fardados que, dentro de suas muitas limitações e possibilidades, procuram servir e proteger aqueles que se esforçam em seguir o estreito caminho, a esquisita tribo brazuca, esclarecida e diplomada, não diz nem mesmo um modesto e envergonhado obrigado.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.