Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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MINHA HELENA E SEU IRMÃO

Escrevinhação n. 877, redigido em 16 de março de 2011, dia de Santo Heriberto.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"É tão grande a força do amor que transforma o amante em imagem do amado". (Santo Agostinho)

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O nascimento de uma criança é literalmente um milagre que tem a força singular de invadir os corações mais duros para inundá-los com a luz da vida que se faz manifestar através desses pequenos. Não há uma única sisuda face que não sorria diante de um miúdo rostinho que, de tão tenro, ainda mal sabe expressar, com clareza, a riqueza que habita em seu ser e, mesmo assim, nos encanta.

Seus pequenos olhos falam em uma linguagem única diretamente ao coração humano. Mesmo os corações embrutecidos pelo tempo, abrem-se. Abrem-se com a mesma dificuldade apresentada pelos pequenos quando dão os primeiros passos. E como são belos esses momentos!

Na realidade, são os passos primeiros, as primeiras imagens da vida, tão mágicos quanto os dados pelas suas rechonchudas pernas. Esses, quando estão sendo dados pelas suas faculdades cognitivas, levarão os raios de Apolo ao reino de sua imaginação, que deitarão raízes no solo de sua memória para que sua intocada razão cultive luminosos frutos em sua eviterna caminhada.

É, meu caro Horácio, escrevinho essas modestas linhas porque minha vida foi invadida mais uma vez por essa infante chama. Nasceu minha filha Helena! Nasceu à irmã de meu amado Johann!

Olha, se ver a alegria estampada no rosto de um adulto por estar diante da chama do milagre da vida nos tira o chão, testemunhar a alegria incontida de um pequeno ao receber em sua vida a presença da irmã que há tanto ansiava, não tem preço. E não existe MasterCard que cubra.

É, meu solzinho, seu irmão sonhava com sua chegada, ansiava pelo cruzar de seu olhar com o dele e eu, em vê-los juntos neste alquímico momento que transfigura as almas, aquilatando-as, permitindo que através de um instante tenhamos contato com o sublime que é característico das moradas celestes. Momento este que irradia a sua essência por todos os dias de nossa vida, ecoando sua angélica cantiga para além dos dias, adentrando a eternidade.

Os filhos e os irmãos, minha amada Helena, não apenas nos completam, eles nos revelam uma face de nossa alma que muitas das vezes nos era desconhecida e, em muitos casos, ignorada pelo nosso olhar amortecido e corrompido pelas lides cotidianas que o mundo de nós exige. Você, minha querida filha, em nossas vidas, é a luz que, sem dúvida alguma, nos auxiliará no conhecimento de nós, mostrando-nos toda a grandeza divina que há em tudo e que, como diz-nos Santa Tereza d’Avila, que também está habitando em nós.

Sim, filha minha, é isso mesmo! Você não o sabe e, provavelmente, nem mesmo o seu irmão, mas muito do pouco que sou, como homem, devo a vocês dois, Helena e Johann. Normalmente, as pessoas afirmam que um filho é a criação dos pais, ou que um filho é a continuação de nossos atos neste mundo, ou simplesmente que vocês são a mesma carne e o mesmo sangue nosso. Sim, é verdade, mas você e seu irmão, minha pequena Helena, são mais do que isso. Teu mano e você são a imagem real e luminosa que me mostra o que devo me tornar para merecer estar junto Daquele que é na Pátria Celeste.

Sim, minha filha! Santo Cura d’Ars, uma das hercúleas almas que foram maiores que este vale de lágrimas, nos ensina em seus sermões que os filhos são para os pais um caminho de salvação se estes forem capazes de amar a Deus amando-os; se formos capazes de crescer em Espírito e Verdade auxiliando-os a crescer, protegendo-os dos males que estão no mundo e em nós que nos convida a desviarmo-nos da vereda aberta pelo Verbo divino que Se fez carne.

Em fim, filha minha, você é uma bênção que eu não mereço. Mas como o Divino Pai, por misericórdia, está a banhar-me nestas águas da fonte de Água vida, que é você e seu irmão, irei eu entregar-me de corpo e alma a essa dádiva que tento amo. Se não mereço tão grande graça, confesso e afirmo, piamente, que cada passo que ainda darei por este chão, será para tornar-me digno merecedor de ser chamado, por você, de pai e assim aprender com vocês, Helena e Johann, os caminhos que por mim ainda são desconhecidos.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.tk

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