Escrevinhação n. 900, redigido em 25 de julho de 2011, dia de São Cristóvão e de São Tiago, o Maior.
Por Dartagnan da Silva Zanela
Façamos vista grossa, sejamos brandos na hora de avaliar os resultados que nos são apresentados em sala de aula. Eis aí o mantra que se repete a exaustão em todo país e aqui, nestas terras da pena de Romário Martins, não é de modo algum diferente.
Discutir com os defensores das pedagogias populistas que pregam esse tipo de impropério é literalmente perda de tempo, visto que, estes, não enxergam as realidades humanas mais elementares, mas apenas as “suas” frases prontas e, pasmem, decoradas, simplesmente por achá-las bonitinhas.
Por essa razão, iremos mudar a perspectiva de nossas considerações. Não procuremos versar, neste libelo, sobre as controvérsias gritantes que se fazem presentes em todo esse colóquio pedagogesco, pois dizer que as frases bonitinhas são ordinárias e vazias como a alma de seus proponentes é perda de tempo. Eles apenas ficam magoados e nada mais.
Por isso, não reflitamos sobre as implicações macabras que se fazem prenhes nestas propostas, mas sim, sobre os frutos que advém destas e o façamos pela esteira das questões que iremos propor a seguir: imaginemos que toda essa pedagogia do coitadinho, toda essa didática do “mamãe! A barriga me dói”, fosse aplicada em todas as searas de atuação humana. Bem, imaginado isso, pergunto: você faria um tratamento odontológico com um dentista que fosse (de)formado em uma faculdade que aprovasse a todos? Já imaginou um engenheiro, sempre aprovado por conselho fazendo o projeto de um edifício? Ou então, um grupo de técnicos em eletro-mecânica que fizeram um curso que apenas preocupou-se em dar a ele uma visão “crítica” da realidade atuando em uma usina hidrelétrica? Por fim, você entregaria a saúde de seu filho nas mãos de um médico que tivesse sido formado nos moldes que são propostos pelas pedagogias do absurdo que fundamentam o sistema educacional vigente? Entregaria?
Pois é meu caro Watson, veja só como são as coisas. Por isso, digo com todas as letras, que toda essa patacoada pedagógica é apenas uma forma refinada de hipocrisia e nada mais, um simulacro onde pessoas encantadas por palavras de efeito retórico procuram disfarçar a sua pequenez posando para os demais, e para si, como uma manifestação de bom-moço e nada mais. Ora, gostemos ou não, maturidade não é algo que se cultiva por meio de brincadeirinhas e tapinha nas costas. Todo mundo sabe disso, mas poucos querem ver essa dura e simples realidade, não é mesmo? Quem ousa ser realista em uma terra de avestruzes?
Pax et bonum
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