NÃO SERIA CORRETO AFIRMAR QUE a grande mídia vem, a passos
largos, erotizando os produtos da indústria cultural para dar a impressão de
que as relações humanas deveriam ser pautadas unicamente pela efemeridade dos
desejos.
Sim, ela promove isso, porém, o nome disso não é erotismo.
Aliás, o nome dessa tranqueira é bem outro.
O erotismo, por sua constituição, carrega um certo ar de
civilidade e beleza que dignifica, ao seu modo, os gestos e desejos humanos. Ela,
de certa forma, ajuda a educar os nossos sentimentos.
O que, na verdade, a grande mídia e seus demais tentáculos do
globalismo estão fazendo de modo desavergonhado, sem o menor pudor moral e com
nenhum pendor ético, é a redução de tudo e de todos à condição de reles
expressões bestialmente pornográficas, com o intento de fazer com que as
relações humanas sejam vistas, imaginas e, consequentemente, vividas num nível
abaixo do animalesca.
E se continuarmos nesse passo, bem provavelmente, em breve
estaremos ultrapassando todos os limites do hedonismo e do egoísmo.
Bem provavelmente estaremos, num curto prazo de tempo,
praticando novas baixezas, novas sandices, caindo audaciosamente num nível tão
vil e baixo que nenhum homem, em sã consciência e de época alguma, jamais
imaginou que poderíamos um dia chegar.
Pois é. Cá estamos.
(*) Professor, caipira,
escrevinhador e bebedor inveterado de café.
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