Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DA (DEPRE)CÍVICA INDIGNAÇÃO

Escrevinhação n. 906 redigido em 30 de agosto de 2011, dia de São Félix e Santo Adauto.

Por Dartagnan da Silva Zanela


A imagem de um marmanjo entregando-se a um teatrinho bufo de auto-piedade é algo que, a cada dia que passa, faz-se mais freqüente nesta terra de desterrados. E o pior de tudo é que os ditos e escarrados sujeitinhos não se flagram do quão ridículo eles se tornam portando-se assim, principalmente por cobrirem-se com o infame manto de cidadanite.

É aquele trololó de meu direito a isso pra cá, é o blábláblá de meu direito a aquele outro pra lá, batem o pé, esperneiam, até choram e reclamam, sorrateiramente, pelas vielas impudicas do anonimato sobre as grandes injustiças do mundo. Mas, me diga uma coisa cara pálida: o que você fez pelos outros para ser merecedor de tamanha distinção? O que você fez por você mesmo para que as pessoas passem a olhá-lo e ouvi-lo com tanta essa atenção?

Por favor, não chore e nem fique bravinho, porque as questões que realmente interessam são essas. O resto é colóquio flácido.

Gostemos ou não, nossa persona não é assim tão grande quanto à mensuração feita por nossa umbilical medida. Aliás, se formos francos, facilmente constataremos que a atenção e zelo que exigimos dos outros é algo imensamente maior que a atenção e zelo que dedicamos à tarefa de compreender e aprimorar esse sujeitinho que somos. Trocando por miúdos, queremos ser o centro das atenções do mundo sem nunca termos sido o centro de nossa atenção.

E o pior de tudo meu caro é que essa impostura, compreensível, não aceitável, em uma criança, faz-se cada vez mais típica no comportamento de pessoas adultas que se sentem impotentes, incapazes de tomar uma decisão que reverta o quadro que a faz mergulhar neste estado.

Quando falamos em tomada de decisão, não estamos sugerindo que agitemos faixas, cartazes e bandeiras, saindo para as ruas protestar. Uma ação desta monta nada mais é do que um sintoma do problema acima apontado, não a solução. De mais a mais, a diferença que há entre um protesto, em si, e um choro infantil, é que o segundo, dá dó, e o primeiro dá nojo.

Uma decisão madura consiste em assumirmos responsavelmente as rédeas de nossa vida, traçando planos de médio e longo prazo que exigirão de nós (não dos outros) sacrifícios para a sua concretização.

Para fazer isso não à precisão de pose e nem mesmo de aplausos. Mas exigirá abnegação e perseverança na realização de algo que apenas nós, e ninguém mais, pode fazer. E aí, por fim, pergunto eu: quem realmente está disposto a seguir por essa pedregosa via, quem? Pois é, repetir o chororó é bem mais fácil.

Pax et bonum
site: http://dartagnanzanela.tk
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com

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