Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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O ÓPIO DOS INTELECTUAIS


Escrevinhação n. 980, redigida em 30 de novembro de 2012, dia de Santo André.

Por Dartagnan da Silva Zanela


O marxismo é o ópio dos intelectuais. Este livro, de Raymond Aron, é leitura obrigatória, praticamente um dever cívico, a todo brasileiro que queira compreender as razões da enfermidade que afeta a classe falante de nosso país e que, de um modo geral, fez adoecer a cultura brasileira.

Tanto ontem, como hoje, uma multidão de intelectuais sucumbiu diante da confusão advinda da secularização da cultura. Neste vazio criado pela “ausência” de Deus foi-se instalando mitologias mundanas e religiões civis que tinham por intento suprir, com arremedos pseudo-metafísicos chinfrins, essa necessidade estrutural da alma humana.

Como nos lembra Aron, no século das luzes (XVIII), havia uma tríade mitológica que encantava as classes letradas e que substituiria, em seu imaginário, a Santíssima Trindade. Esta versão trinitária secular era composta pelas seguintes “entidades”: o progresso, a razão e o povo. A partir do século XIX, essa trinca profana metamorfoseou-se em algo mais vil: a esquerda, a revolução e o proletariado.

Substituíram-se fatos dramáticos e estruturantes da vida humana por dogmas cientificistas devido a uma mistificação da ideia de ciência, onde se confunde a prática desta com o apego a crenças materialistas, dando a sensação de superioridade moral e intelectual a seus postulantes, mesmo que, em regra, estes não sejam superiores nem moral, nem intelectualmente. E assim são os marxistas, pseudo-marxistas, cripto-marxistas, marxianos e tutti quanti.

Eles falam uma mesma linguagem, comungam duma mesma mitologia, dos mesmos símbolos e, principalmente, dos mesmos “propósitos”, apesar de discordarem dos métodos para atingi-los. Trocando por miúdos: eles tem um instrumento cultural que lhes faculta sentirem-se integrantes de algo (supostamente) maior que dá sentido as suas vidas sorumbáticas.

Para eles, Marx é o novo Moisés e a luta de classes o seu Armagedom. Ditadores, juntamente com toda lavra de ideólogos rubros, integram a “hagiografia” de sua pseudo-religião pretensamente científica.

Em resumidas contas, o marxismo é uma doença do espírito, cujos principais sintomas são a crença de que só a esquerda pode anunciar o futuro, só a revolução pode eliminar o mal, somente o proletariado é capaz de salvar a humanidade e que só a história é o motor e síntese de tudo. Enfim, eles condenam a realidade e proclamam-se os demiurgos da nova humanidade, os arautos dum evangelho de ídolos ocos.

No fundo, não passam de almas infantilizadas, psicologicamente frágeis com suas frustrações políticas e pessoais lavadas num balsamo de fugas ideológicas chulas. Por isso, e muito mais, o marxismo é um íncubo ideológico que parasita a alma. Uma doença espiritual e, como tantas outras, têm cura. Porém, como toda enfermidade, depende da boa vontade da alma adoecida para enxergar seu ridículo original.

Pax et bonum
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