Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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OS SINOS DOBRAM POR VOCÊ


Escrevinhação n. 982, redigida em 18 de dezembro de 2012, dia de São Graciano e de São Vunibaldo.

Por Dartagnan da Silva Zanela

Parece um tanto que estranho, na falta de palavra melhor, falar sobre o Santo Natal nos dias atuais. Dias estes onde as almas vêem-se embebidas num hedonismo egocêntrico forjado nas labaredas cálidas dum materialismo sustentado por um ateísmo prático que alivia as consciências dos fiéis amornados.

Para aumentar mais ainda o clima de contradição o cenário de fim de ano parece corroborar. Nesta época, como todos sabem, tudo está a venda, inclusive a dignidade. Mas não se engane! É postiça. Aliás, toda ordem de quinquilharias encontra-se a disposição das mãos humanas ávidas por migalhas de felicidade de lagartixa.

Junte a isso, ainda, as reuniões familiares. Papai, mamãe, titia, papagaio, cachorro e tutti quanti. Reunimo-nos com os nossos para falar mal dos que estão ausentes e, em muitos dos casos, para parlar dos que estão presentes. Brigas, desentendimentos, lavação de roupa suja e, é claro, para aliviar a pressão da ocasião, muita bebedeira, que fica registrada nas fotos mal batidas que são estampadas nas redes sociais que, também, nestes dias, ficam mais etílicas.

E se tudo isso já não bastasse temos as contas! Além das ordinárias temos as extraordinárias que são exigidas pelas festas de fim de ano. O Natal, em muitíssimos lares destas plagas, parece mais um banquete romano que outra coisa. Aí o número do saldo mensal não mais bate com o dos débitos! Os olhos esbugalham, a cabeça dói e, para aliviar a consciência, toma-se um ou mais porretassos sempre acompanhados da atávica frase: “Que se dane tudo! Ano que vem eu resolvo!”

De fato, parece estranho, mas não é. Porque Cristo é o sol radiante que vem ao mundo para rasgar esse sombrio véu noturno que encobre a alma humana nos dias atuais, como nos dias de todas as épocas. É em meio a um cenário como esse, de falsas esperanças e pseudo-alegrias que um vívido sinal de luz rasga os céus de nosso coração para nos apontar a estrada que nos levará para Aquele que nos revelou a face da Verdade e da Vida.

Da mesma forma que hoje, a dois mil e doze anos atrás, o Messias era desejado, mas não esperado. Esperava-se um rei todo poderoso que escorraçasse com os inimigos do “povo” e hoje, espera-se que ele faça o mesmo, porém, que seja multifuncional, biodegradável, com responsabilidade social e que tenha, pelo menos, dois anos de garantia. Dum jeito ou doutro, Nosso Senhor Jesus Cristo, é o Messias inesperado tanto pelas almas de antanho, como por nós.

É em meio a todas essas contingências que parecem nos reduzir e nos degradar que Deus nos sorri, junto ao coração, convidando-nos a transcender as muralhas do caos presente. É neste cenário catastrófico que o Verbo Divino Encarnado bate às portas de nossa alma para que aprendamos com Ele, que é manso e humilde, a sermos filhos de Deus e não mais do mundo.

Por isso, nesta data, sejamos como a um pinheiro, adorado de virtudes, para resistirmos aos gélidos ares do mundo. Alegremente, prostremo-nos diante do presépio para contemplarmos as portas do Céu na face dum menino e que este Santo Natal inunde nosso ser com as alegrias que não são deste mesquinho mundinho.

Natale hilare 
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