Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

Pesquisar este blog

A PEDRA DESDENHADA PELOS CONSTRUTORES – parte IV

Escrevinhação n. 822, redigida em 14 de abril de 2010, dia de Santa Liduína e de São Benezet, o pequeno Bento.

Por Dartagnan da Silva Zanela

- - - - - - - + - - - - - - -

Ensina-nos Santo Irineu que “Deus se fez o que nós somos para nos fazer o que ele É”. Deus é o fundamento da realidade, o princípio que a tudo estrutura. Quando Seu nome é evocado, não estamos nos referindo a mais um ser, mas sim, Aquele que sustenta a todos os seres, inclusive a nós, presunçosos seres humanos. Por isso, quanto Santo Irineu lembra-nos deste fato simples. Com essa lembrança, nos deparamos com o quão pequenos somos e, ao mesmo tempo, o quanto que nosso ser é tomado pelo orgulho e encharcado na pústula da vaidade.

Amorosamente Deus se fez pequenino para que possamos crescer e poder nos aproximar de Seu esplendor. Neste gesto divinal, temos a imagem do caminho que todos podemos e devemos fiar nossos passos para nos tornar àquele de devemos ser e não mais aquilo que as circunstâncias nos transformam. Para tanto, é fundamental que aprendamos com o Cristo a nos fazer pequeninos para que a grandeza possa ser semeada em nosso coração, no centro de nosso ser.

Por essa razão que F. Schuon, ensina-nos que “O Cristo retraça no mundo exterior e histórico o que acontece, desde o começo do tempo, no mundo interior da alma. No homem, o Espírito puro se faz ego, a fim de que o ego se torne puro Espírito”. Trocando por miúdos, quando estamos deitando nossa vista, por exemplo, nas páginas do Santo Evangelho não estamos apenas visualizado um acontecimento que marcou a história, mas sim, diante de um retrato do conflito interior que se faz presente na alma humana. Conflito entre o que devemos ser com as fraquezas que permitem que o mundo, a carne e o demônio nos moldem e nos desvie para uma vereda que nega a razão de nossa existência.

Complicado? Creio que não. Mesmo assim, permita-nos recorrer a uma situação cotidiana para podermos perceber o quanto que esse conflito se faz gritante no âmago de nossa alma. Vejamos: todo bom Cristão tem por hábito ler e meditar sobre os ensinos da Sagrada Escritura diuturnamente. Infelizmente, a maioria inconteste não o faz e quando o faz a conclusão primeira que vem a mente do indivíduo, ou mesmo brota de seus lábios, é de que ele não concorda com o que está escrito nas Páginas Sagradas e que a realidade não pode e nem deve ser do jeito que Elas ensinam.

Espere aí. A Bíblia Sagrada está errada e você está certo. Essa é a conclusão? Será que quando fazemos isso paramos para refletir sobre o tamanho absurdo que estamos afirmando? Este Livro é a manifestação da Vontade Divina em palavras humanas. É um estrado do Reino de Deus entre os homens para ser aprendido, vivido e testemunhado. Mas, no entender de boa parte dos leitores ocasionais deste Livro este é apenas um livro antigo e ultrapassado e que ele, o leitor, em seu moderno entendimento compreende mais sobre o que é a vida e o destino humano do que os autores inspirados. Percebem o absurdo desta situação que hoje se faz tão corriqueiro?

Não é à toa que Santa Catarina de Siena nos alerta, através dos ensinamentos recebidos diretamente do Verbo, dizendo: “convence-te de que não deves acreditar em opiniões”. Especialmente nas opiniões que habitam o nosso coração. Ou você vai me dizer que o seu parvo entendimento da Letras Santas é superior a Elas próprias? Somente partindo deste ponto, percebemos dentro de nós a atuação das forças que nos distanciam da Verdade e que leva-nos a nos apegar as miudezas da vida. Ou você vai me dizer que trocar a Ciência Sagrada por qualquer ideologia materialista moderna é um bom negócio?

Por fim, ainda recorrendo aos ensinos presentes na obra da 32ª santa doutora da Igreja, não nos esqueçamos, se possível for, de procurar examinarmos a nossa própria pessoa à Luz da bondade Divina, pois, essa atitude, nos guia silenciosamente para o vale do autoconhecimento. Conhecimento do estado em que se encontra essa nossa luta interior.

Pax et bonum
Site: http://dartagnanzanela.k6.com.br
Blog : http://zanela.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário