Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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O OUTRO ME (DES)HUMANIZA


Escrevinhação n. 1007, redigida em 20 de maio de 2013, dia de São Bernardino de Sena e de Santo Arcângelo Tadini.

Por Dartagnan da Silva Zanela


Um exercício que julgo imprescindível na formação dum indivíduo é o estudo atendo de biografias de grandes homens. Santos, sábios, místicos, militares, estadistas, escritores, cientistas, em fim, conhecer a vida de pessoas que procuraram dilatar sua existência para além da mediocridade cotidiana.

Recomendamos tal prática não com vistas a habilitarmo-nos na soturna compreensão do devir histórico. Não mesmo. Temos em vista o propósito muito mais interessante que uma reles e impotente masturbação mental edificada em meio a idas e vidas de conceitos ocos dum materialismo vazio.

Dito isso vamos direto ao assunto. Primeiro ponto: fiando-nos num estudo biográfico de grandes almas estamos elevando a nossa medida com relação às potencialidades humanas. Em regra, a sociedade, a grande mídia e bem como o sistema educacional, nos apresentam um panteão de figuras mesquinhas, medíocres e insignificantes moralmente em misto com idéias abstratas que passam a ser tidas como forças agentes que controlam e manipulam a todos, menos aqueles que as repetem simiescamente. Sim, temos que rir para não chorar.

Inevitavelmente quando temos como modelos de realização humana as figuras que nos são apresentadas pela grande mídia e pelo establishment a expectativas que construímos em relação às possibilidades humanas tornam-se às priores possíveis. A inexistência de figuras que encarnem a realização dos grandes valores convida a uma redução no horizonte das possibilidades humanas, visto que, os modelos que são colocados ao centro da vida em sociedade são a encarnação da baixeza.

Não é por menos que atualmente, mais do que em outras épocas, muitos indivíduos, principalmente os inteligentinhos, não sejam capazes de compreender o que é a santidade, o heroísmo, o senso de dever, o desprendimento, o amor a sabedoria, a coragem moral e toda a plêiade de valores que caracterizam a vida humana. E, é claro que não há nada que os medíocres mais odeiem do que serem lembrados da existência de pessoas que superam suas limitações ao invés de choramingá-las.

Segundo ponto: ao conhecermos a vida duma alma exemplar temos a oportunidade única de, imaginativamente, nos colocar nas situações que eles vivenciaram. Cenários, muitas das vezes espinhosos, mas que receberam destas pessoas respostas que ecoaram pelos séculos como a um brado hercúleo. Ora, as situações humanas que a vida nos apresenta não são tão variadas. Todavia, a resposta que é dada pelos indivíduos é vasta e dependem dum cálculo simples: a multiplicação as qualidades (morais, intelectuais e físicas) dum indivíduo pela sua capacidade de decisão (vontade). É desta tensão que se edifica o caráter de um indivíduo e forma-se a dignidade duma sociedade.

Todavia, não nos colocamos no lugar destes, nos cenários em que eles tiveram que tomar decisões que afetaram as suas vidas e a de milhares. Preferimos a confortável posição de ficar na condição infantil e ridícula de murmurar nossos infortúnios. No Brasil, isso se chama criticidade.

Veja só, nestas mal fadadas linhas não estamos a defender o culto de heróis, mas sim, em nos colocar em situações humanas possíveis para aprendermos a realizar as potencialidades presentes em nós por meio do exemplo daqueles que nos antecederam neste vale de lágrimas e vermos que a vida humana é capaz de muito mais do que a mediocracia reinante.

Tal estudo mudará a sociedade? Não. Aliás, esse é um intento deveras mesquinho por si só. Porém, este poderá mudar a sua maneira de viver a sua vida e de julgar as pessoas. E isso, penso eu, é algo de grande valia, inclusive para a sociedade.

Pax et bonum
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