Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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AS PARTITURAS E SUAS CIFRAS

Escrevinhação n. 1043, redigida no dia 07 de setembro de 2013, dia do Beato Vicente de Santo Antônio.

Por Dartagnan da Silva Zanela


Toda sociedade tem lá o seu panteão de heróis, cuja memória de seus feitos é celebrada. Inclusive aquelas almas apatetadas que enxovalham a memória das almas exemplares. Estes também têm os seus (que são a sua carinha), ou procuram chamar para si esse tipo de veneração que, diga-se de passagem, lhes é totalmente indevida.

Esse comportamento é típico de pessoas moralmente perversas, de coração carcomido pelo rancor e pela inveja. Por serem incapazes dum gesto nobre ou duma atitude de grandeza, preferem destruir a imagem de todos aqueles que representam algo bom para que, deste modo, sua baixeza possa tomar o lugar da coragem, da honra e da santidade.

No fundo, bem no fundo, todos esses sujeitinhos que desmerecem os heróis de antanho assim procedem por soberba. Eles adorariam ser reverenciados, mas como são pessoas desprovidas de qualquer qualidade, ficam a chupar o dedo (criticamente, é claro). Enfim, o mundo está cheio de gente assim. Dito isso, reflitamos sobre essa carência de nossa pátria, os heróis. O que é um herói? Eis aí uma pergunta que merece toda nossa atenção.

O historiador francês Jules Michelet, em seu livro “A Bíblia da Humanidade”, ensina-nos que todos os povos depositam os seus tesouros espirituais e morais de modo especial para que sejam preservados. Do outro lado do Atlântico, Rudolph Emerson, em sua obra “Homens Representativos”, lembra-nos que alguns indivíduos, de certa forma, tornam-se uma medida das potencialidades humanas, que podem nos auxiliar no expurgo das baixas qualidades que fincam suas raízes em nossa alma.

Estando cônscios disso, podemos volver nossas vistas para as grandes tradições religiosas, para as narrativas míticas tradicionais e bem como para as obras da grande literatura universal (não apenas para história) para vermos que a humanidade, em sua diversidade, celebra um conjunto de valores universais realizados nos mais elevados patamares que um indivíduo pode vivenciar. Valores estes encarnados nas figuras d’algumas pessoas que são apresentadas como uma página da partitura celestial. Partitura essa que deve ser decifrada e executada por cada um que, sinceramente, deseje ouvir a melodia dessa caminhada para inspirar-se em sua jornada por esse vale de lágrimas.

Sim, heróis têm defeitos, como todo ser humano. Porém, seus atos refletem valores que engrandecem sua personalidade e enobrecem toda humanidade. São pessoas assim que merecem nossa deferência e que podem nos inspirar a sermos dignos, prestativos e bons. Caso contrário, podemos continuar a ver os patéticos espetáculos de rua que tomam conta de nosso país, imaginando que somos heróis na mesma medida em que fingimos ser cidadãos.

Pax et bonum
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