Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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ENTRE MISTÉRIOS OBSCUROS E LUMINOSOS


Por Dartagnan da Silva Zanela


Quem deseja conquistar o poder, primeiramente, peleja para reescrever a história de acordo com o tom e ritmo que lhe seja mais apropriado para a execução de seu plano de assalto.

Consegue-se, com muito lavoro, impregnar o imaginário societal com determinadas imagens e jargões que são popularizados através do sistema de ensino, publicações jornalísticas e produções artísticas, televisivas e cinematográficas. Tal impregnação comumente é chamada por muitos de história oficial. De nossa parte, prefiro referir-me a essa prática como construção duma história convencional.

Ora, uma coisa é você querer, com sinceridade, investigar as escaramuças que deram forma a tessitura de nossa sociedade. Outra coisa é repetir um amontoado de jargões e cacoetes mentais sobre as mesmas. Repetição essa que mui bem encobre a inconfessa preguiça cognitiva dos repetidores.

Quando agimos dessa forma, inevitavelmente reduzimo-nos a reles marionetes nas mãos daqueles que colocaram esses slogans para circular. Porém, quando adotamos a primeira postura, tornamo-nos, literalmente, uma criatura que destoa do ritmo confuso que embala a massa crítica que, criticamente, não se cansa de repetir as mesmas patacoadas politicamente corretíssimas. E fazem isso acreditando que estão destoando da forma oficiosa de ver a vida e interpretar os fatos.

Os exemplos dessa lamentável situação são muitos. Porém, atenhamo-nos à apenas um, para ilustrar. É presente na história convencional o cacoete que afirma ter sido o Papa Pio XII um assecla de Adolf Hitler. Afirmação essa repetida com aquela candura doutoral típica dos ignorantes presunçosos.

Ora, o referido Sumo Pontífice era tão alinhado com o Nazismo que foi o coautor da Encíclica MIT BRENNENDER SORGE (Com profunda preocupação), do Papa Pio XI, que condena o Nacional-socialismo. E mais! O Cardeal Eugenio Pacelli foi o idealizador e articulador da estratégia que, secretamente, em 1937, permitiu que a referida encíclica chegasse ao território alemão e fosse lida, simultaneamente, nos púlpitos de onze mil Igrejas germânicas. Foi Papa XII quem salvou milhares de judeus e perseguidos políticos das garras do terceiro Reich ocultando-os no Vaticano e Conventos de Roma. Também foi o organizador de inúmeros planos de fuga para esses.

Por conta disso, foi elaborado pelos Nazistas um plano para sequestrar Pio XII, porém, felizmente, isso nunca veio a ser concretizado. Entretanto, imaginando que isso poderia ocorrer, ele tinha pronta uma carta de renúncia ao pontificado. Ou seja: se sequestrado fosse, não era mais o papa e não poderia ser utilizado como objeto de barganha.

Aliás, durante muito tempo, na Santa Sé, Pio XII realizou, secretamente, inúmeras orações de exorcismo por Hitler, pois, como ele mesmo afirmava: o olhar daquele homem não era apenas o olhar dum homem.

Enfim, levando todos esses fatos em consideração não se tem como continuar crendo que Eugenio Pacelli teria sido o “papa de Hitler”. A não ser que se tenha algum interesse escuso para se defender tal engodo.

Por isso, aqueles que amam, francamente, a mestra da vida, sabem que ela, a história, quando devidamente estuda, sempre nos surpreende e nos instiga a atirar nossos esquemas mentais ideologicamente chulos no lixo. Porém, seus pseudo-amantes se contentam em apenas “ficar” com ela, superficialmente, repetindo aqueles velhos e surrados bordões aprendidos num livro didático ou no correr de sua [de]formação, continuada ou não.

Pax et bonum
Blog: http://zanela.blogspot.com
e-mail: dartagnanzanela@gmai.com

Escrevinhação n. 1125, redigida em 17 de junho de 2014, dia de São Rainério de Pisa.

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