Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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NOTAS DUM DIÁRIO QUE JAMAIS FOI ESCRITO


Por Dartagnan da Silva Zanela


1. 
Há uma passagem duma obra da lavra de Joaquim Nabuco onde o mesmo nos diz: “Vede como é grande a bondade do Cristo, — as sobras de um coração gasto pelos desejos lhe parecem mais dignas ainda e sua aceitação do que a alvura de uma vida irrepreensível. Para isso, porém, foi preciso que o horror de si mesmo irrompesse das profundezas do ser, tal uma lava de arrependimento, transformando nodoas e impurezas em chama ou em fogo... Esses vulcões do coração alcançam uma grandeza incomparável nas Vidas dos Santos; dominam dali as vidas tranquilas que correm mansamente dentro dos vales que se poderiam denominar o vergel de Deus. Já hoje não aparecem desses arrependimentos ardentes. Arrastamos farrapos de alma”.

E assim vivemos hoje, muito mais do que ontem. Somos esfarrapadas almas. Cansadas. Envelhecidas e insistimos em fingir mocidade como se a meninice perene fosse uma excelsa qualidade.

Imaginamos que a plenitude que um ser humano pode realizar seria uma vidinha similar as que nos são apresentadas pelas midiáticas imagens. E como esse é todo o nosso horizonte, não somos mais capazes de conceber a magnanimidade dum santo; tornamo-nos incapazes de vislumbrar o que é um coração inundado de amor como o são os daqueles que viveram intensamente cada palavra do Evangelho do Senhor que nada mais é que Seu coração aberto e transposto em imprecisas palavras humanas, tamanha Sua bondade para conosco. Tamanha é nossa ingratidão para com Ele.

2. 
Millôr Fernandes defendia que todo cidadão tem direito, irrevogável, ao foda-se. Tal direito pode e deve ser exercido por qualquer um quando a ocasião assim exigir.

Vale lembrar que não é necessário o uso, específico, da expressão foda-se para fazer valer esse fundamental direito. Pode ser um vá se ferrar, ou um vai tomar no toba, dane-se, ou simplesmente uma vaia (curta ou comprida).

Pouco importa qual o instrumento verbal que você utilize para fazer valer seu direito. O que não podemos, não mesmo, é permitir que qualquer patrulha ideológica mimada, ou panelinha militante alienadamente crítica, queira melindrar o cidadão fazendo carinhas feias, beicinhos, dando pitinhos e petiz politicamente corretos e magoados.

Enfim, vaie quem você quiser e quem não gostar, foda-se.

Pax et bonum
blog: http://zanela.blogspot.com
e-mail: dartagnanzanela@gmail.com

Escrevinhação n. 1124, redigida em 17 de junho de 2014, dia de São Rainério de Pisa.

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