Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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LIBERTANDO OS ENJAULADOS ENJAULANDO-OS

Escrevinhação n. 894, redigido em 14 de junho de 2011, dia da Bem-aventurada Iolanda da Polônia.

Por Dartagnan da Silva Zanela


O amigo leitor já assistiu ao filme Enjaulados? Então não perca tempo e dê um jeito de encontrá-lo e assista. Este é um dos poucos trabalhos, se não for o único, do cineasta Andy Anderson lançado em 1998. O filme o versa sobre os dilemas enfrentados dentro sistema educacional contemporâneo que confia tolamente em uma hipotética benevolência infusa da juventude, fechando as vistas para a torpeza que toma conta de suas almas e que faz-se refletir em seus atos.

O filme em questão narra o drama de um professor substituto que se vê agrilhoado pelo sistema que faz das tripas coração para impedi-lo de transfigurar aqueles jovens monstrinhos em seres dignos, prestativos e bons. Todavia, não podia ele nem mesmo desaprovar as atitudes torpes destes, pois, segundo o entendimento da direção do colégio, dos advogados, dos pais e da Dona Norma (a pedagoga) ele estaria ferindo os direitos desses coitadinhos.

Diante disso, ele toma uma atitude extrema. Bem, você pode muito bem imaginar o que ele fez: ele os seqüestrou e os enjaulou com o objetivo de educá-los. Trocando por miúdos, o professor resolveu tomar uma atitude extrema frente a uma situação extrema. Ele amava aqueles garotos e não suportava vê-los sucumbindo em hábitos viciosos estimulados sorrateiramente por pessoas que apenas possam de boazinhas.

Em meio ao desenrolar da história é levantada a questão: não estaria o professor manipulando os alunos? Não estaria ele adestrando-os? Em resposta, são lançadas essas perguntas: e o que o sistema educacional tem feito? O que a mídia faz? O que a sociedade como um todo faz? Não há como não considerar a hipótese de que nos acovardamos moralmente e cruzamos os braços diante da destruição em massa que está sendo feita nas almas que integram essa geração e é a isso que a película em questão nos chama atenção.

Estamos diante da total degradação dos valores e, juntamente com eles, de todo o senso de proporção que dá forma a uma conduta digna e a única coisa que faz-se é lamentar, discretamente, sobre os males que assolam o que convencionou-se, em nossa hipocrisia ululante, chamar de educação, porém, quantos realmente tem coragem de dar um basta e fazer deste a sua atitude perante esse circo infernal, quantos?

Falta-nos muita fortaleza para fazer aquilo que é dever de nossa geração e nos sobram cavalares doses de pusilanimidade disfarçada sinicamente de prudência. Definitivamente, falta-nos educação tanto quanto nos sobra dissimulação.

Pax et bonum
http://dartagnanzanela.tk

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