Por Luiz Felipe Pondé
A relação de grande parte da nossa mídia e dos intelectuais locais com os Estados Unidos continua sendo a de uma inveja infantil improdutiva, uma síndrome que podemos chamar de "I. I. I. Adição". Psiquiatras brasileiros poderão descrevê-la no futuro, caso eles mesmos não sofram da síndrome de inveja infantil improdutiva. E, como toda síndrome infantil, é primitiva e quase incurável.
Agora, com a eleição nos EUA, de novo, a síndrome se mostra na ridícula parcialidade da maior parte da cobertura e análises (se podemos chamar "gritos da torcida" de análise). A torcida grita: Obama é a prova de que homens criados por mulheres fortes e independentes produzem homens melhores (na realidade, homens com medo das mulheres...), Obama é a cura para a doença (a crise econômica) que assolou os EUA porque ele não representa os milionários e esses são malvados... risadas...
As "cheerleaders" gritam: os republicanos são obviamente idiotas que representam velhos caquéticos brancos que não representam a população americana (apesar de os republicanos terem o controle da Câmara de Deputados e de vários Estados). Pesquisas apontam que, em anos, o partido estará morto porque esses caquéticos terão morrido (pouco importa se grande parte dessas pesquisas são feitas pelos próprios liberais, "esquerda americana", e de existirem mulheres, negros e hispânicos mesmo entre candidatos no Partido Republicano).
Não acredito em causas ideológicas para as ideias políticas, mas sim em causas mais primitivas e da ordem da tara: a base da crítica aos EUA é a simples inveja de que eles são mais ricos. [continue lendo]