Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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Uma religião para todos?


Por Carlos Ramalhete

50 anos atrás, o grande estudioso do fenômeno religioso Mircea Eliade observou que se estava na etapa inicial de um novo tipo de “religião”, baseada no secularismo radical, sem Deus ou deuses. Religião, afinal, é isso: é a ligação, ou busca de ligação, do homem com a ordem de todas as coisas. Nossa sociedade, vendo-se como autora da ordem do mundo, criou esta forma religiosa: uma religião ateia, em que o homem é seu próprio deus.

No paganismo clássico, os deuses são homens aumentados, inclusive em seus defeitos: Mercúrio, Loki ou Exu não são companhias agradáveis, por mais que com eles seja possível negociar. Nesta nova “religião”, no entanto, o homem não é aumentado; ao contrário, suas funções fisiológicas e prazeres sensíveis tornam-se o objeto do culto. Busca-se a saciedade, não a perfeição. [continue lendo]