Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DIRETO DO MUNDO DA LUA – PARTE II

Por Dartagnan da Silva Zanela

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I
Infelizmente, nem sempre servimos com o zelo necessário a causa que mais amamos.

Isso não significa que, necessariamente, nosso amor seja duvidoso. Não. Sinaliza apenas que somos demasiadamente tímidos por não lutarmos por aquele que é o objeto de nosso amor. Significa que, por covardia, permitimos que ele não se tornasse o luzeiro que guiaria nossos passos em nossa jornada por esse vale de lágrimas.

II
A timidez, com o tempo, converte o amor sincero em frustração inconfessa. E essa, ao seu modo, encobre o nosso temor frente aos olhares dos outros. Encobre o nosso desejo de sermos aprovados pelas multidões. E essas, por sua deixa, vão nos matando, lentamente, até nos tornarmos um cadáver ambulante, vivendo uma vida sem sentido, como aqueles que integram a patuleia ululante que nos vigia e, dos quais, ansiamos pela aprovação de seus torpes olhares.

Matamos o objeto de nosso amor em nome da patética aprovação de pessoas que vivem a devorar os sonhos e a vida umas das outras para que todos tenham, ao mesmo tempo, uma vida fútil e tola. Uma não-vida.

III
Quando as pessoas chamam de monstruosidade uma banalidade e veem uma monstruosidade como sendo algo banal é porque elas perderam, literalmente, todo o senso das proporções, não restando o mais vago sentido de justiça em seu coração.

IV Ensina-nos Sto. Agostinho que não devemos descansar para trabalhar, mas sim, trabalhar para descansar; que não devemos exigir regalos dos outros sem antes servirmos abnegadamente ao próximo e que não devemos cobrar respeito de nossos iguais se antes não formos capazes de, obviamente, sermos respeitosos com todos e conosco mesmo.

Simplificando: os méritos apenas podem ser reconhecidos quando realizamos os necessários sacrifícios para merecê-los. Sem isso, não pode haver descanso, nem regalo, respeito ou mérito. Sem isso, a única coisa que resta é o recalque de gente criticamente crica que faz do lamento fingido a sua profissão. Apenas isso e nada mais.

V
Apenas nos tornamos gente depois que rezamos. Tornamo-nos gente apenas depois do momento que nos apresentamos desnudos diante do Senhor com nossa alma maculada e com nosso coração envergonhado, para que Ele possa nos perdoar e reparar os males que fizemos a Sua imagem que está em nós.

VI
Há duas formas de chamarmos a atenção dos olhares. A primeira é desejando que eles voltem-se para nós; a segunda é pouco importando-se com eles.

No que se refere ao segundo modo: chama-se a atenção realizando, abnegadamente, tudo aquilo que deve ser feito, importando-se pouco com a repercussão que isso ou aquilo venha a ter. Nesse caso, silenciamos nosso ego para que a verdade fale através de nossos gestos.

Já no primeiro essa dignidade inexiste porque a vaidade duma alma vazia não permite isso. Ela invade todo o espaço e por meio de estardalhaços indiscretos procurando chamar a atenção de tudo e de todos para si, pouco importando o que se esteja fazendo. Aliás, na maioria das vezes, é algo vexaminoso. No mínimo.

Na sociedade atual, é abundante o primeiro tipo com sua pseudo autossuficiência petulante e minguado o número daqueles que desprezam a efemeridade dos olhares em favor da substancialidade dum gesto que transpire dignidade. Infelizmente.

VII
O cargueiro é barulhento, não porque esteja vazio. Ele o é porque está cheio de abóboras podres que bem se acomodam na sua decomposição e na imundice do carroção. Por isso, junto com o sonoro incômodo ele deixa sua marca pestilenta no ar por onde passa.

VIII
O atual governo re-re-reeleito, ocultou, estrategicamente, os dados do IBGE e do IPEA, está “refazendo” o relatório da PETROBRAS por causa da operação Lava-jato e pedindo para que o Congresso "remende", em regime de urgência urgentíssima, a LDO para que o déficit, fruto da incapacidade congênita de governar, seja magicamente transformado em superavit (superavit negativo. Mais uma invenção da novilíngua petista). Isso sem falar dos escândalos que não param de pipocar. São tantos que fazem até mesmo os cretinos corarem de vergonha e indignação.

E tem gente que ainda acha que aqueles que votaram contra o PT tinham apenas, como dizem, ódio no coração e nenhuma razão para justificar a sua rejeição. Achem o que quiser. A verdade é uma só: o que aqueles que votaram contra o petismo tem chama-se visão.

IX
Quem faz da ética sua bandeira, o faz para melhor esconder a roubalheira.

X
George Orwell atualizado: Déficit é superavit. Superavit é déficit. Controle social da mídia é liberdade de impressa. Liberdade de impressa é censura.

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