Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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DIRETO DO MUNDO DA LUA – PARTE V

Por Dartagnan da Silva Zanela

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I
A dissimulação é uma constante na sociedade brasileira. Não que em outras sociedades não exista um coeficiente de fingimento. Não é isso.

O problema é que em nossas terras nós superamos, e muito, todos os índices de fingimento, fazendo dele não apenas uma nuança ocasional que é utilizada para sobreviver. Aqui, dissimular, é um estilo de vida.

Não são poucos os que fazem da mentira sua profissão. E o número daqueles que encaram a dissimulação como uma vocação não é nem um pouco menor. Por essas e outras que esse é o problema número um de nossa sociedade.

Dum modo geral nos contentamos com a imitação e, em vista disso, ignoramos por completo a necessidade de toda e qualquer possibilidade de realização.

Por exemplo: não almejamos ser realmente bons; contentamo-nos em parecermos bons e, naturalmente, sentirmos que somos bonzinhos.

Não almejamos viver de acordo com o espírito republicano. Pelo contrário! Ficamos satisfeitos em fazer pose de cidadão e de sentirmo-nos portadores dum senso de justiça que, na prática, ignoramos.

Por fim, uma sociedade, onde a média geral das pessoas, investidas ou não de poder, age e, inconfessadamente, pensa assim, está fadada a ser um parque cenográfico com pessoas de papelão que vivem a  desmoralizar a democracia enquanto brincam de cidadão.

II
Russel Kirk adverte-nos: “o ideólogo não pode governar bem; mas, tampouco o pode o oportunista”. Ao ler essas palavras, invariavelmente, podemos ver, diante de nossas vistas, a cara escarrada da brasilidade estatizante. 

Dum lado temos uma chusma de ensandecidos com seus delírios ideológicos. Esses são disciplinados, organizados em falanges pós-modernas (posicionadas nas ruas, ambientes virtuais e instituições), com o intento de recuperar na América Latina o que o movimento revolucionário perdeu no Leste Europeu no começo dos anos 90 da centúria passada. Em resumo: é a turminha do Foro de São Paulo.

Na outra ponta, infelizmente, os oportunistas não são poucos. Desorganizados, eles formam uma verdadeira horda. Com sua mente pragmática e imediatista, pensam apenas em tirar vantagem pra si e para seus correligionários, pouco importando as consequências para o futuro da república. Resumindo: eles se importam pouco com o presente e com o futuro da nação porque são incapazes de conceber algo diverso da sordidez vivida por eles junto ao poder.

Por fim, em meia a essa confusão, existe aqui e acolá alguns estadistas perdidos. Algumas pessoas que são capazes de pensar a nação em termos mais amplos do que as limitações da alienação ideológica reinante e mais dignos que a rapinagem profissional que parasita as úberes estatais.

Verdade seja dita: os estadistas são poucos. Pouquíssimos. Mas, esses poucos, fazem a diferença.

@dartagnanzanela
http://zanela.blogspot.com/

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