Escrevinhação n. 978, redigida em 26 de novembro de 2012, dia de Bem-aventurado Tiago Alberione, de São Leonardo de Porto Maurício, de Santo Humilde de Bisignano, do Bem-aventurado Charles-Martial Allemand Lavigerie e de São Silveste.
Por Dartagnan da Silva Zanela
Não há educação sem disciplina. A clareza das normas nos revela limites. Com essa medida que nos é apresentada por elas vislumbra-se as possibilidades humanas. Os limites fortalecem o sujeito por exigir que ele seja exigente consigo, robustecendo o seu caráter e lapidando a sua personalidade. O aprendizado de qualquer coisa é assim.
Para que as normas cumpram seu desígnio, é de fundamental importância que elas sejam claras em seu enunciado, atribuam de maneira equilibrada o que é devido e o dever de cada um, apontando firmemente as sanções previstas no caso do cumprimento ou não do que fora estabelecido pela letra ordenadora. Sem isso, a disciplina é morta.
Por essa razão, entre outras tantas, que uma normatização truncada que exacerbe os direitos e minimize os deveres anula-se em o seu efeito educativo, pois, a banalização de uma sanção possível cria um curto-circuito em todo sistema, invertendo o sentido do mesmo.
Todo aquele que tem dois olhos e tem o hábito de usá-los, sabe que tais considerações ilustram o que vem acontecendo com a educação brasileira nas últimas décadas. Problema esse que, penso, cá com meus botões, é o ponto nevrálgico desta situação lastimável em que ela se encontra.
Por isso, francamente, não vejo no efeito sanfona que é imposto à carga horária das disciplinas escolares, um caminho sereno para melhorar a educação. Muito menos a introdução ou a retirada duma e doutra disciplina, mesmo que essas tenham validade duvidosa na formação dos mancebos.
Pra falar a verdade, no fundo de toda essa celeuma que hoje se orquestra em torno da carga horária das matérias, temos da parte dos professores, uma querela fortuita em nome dum corporativismo tacanho e uma gambiarra de gabinete da parte das autoridades responsáveis que se recusam, por pusilanimidade, ou por qualquer outra razão, a enxergar o óbvio ululante.
Falta coragem moral, aos professores e as autoridades, para admitir que o grande fiasco em que se encontra nossa educação deve-se justamente as concepções marxistas (e ópios similares) que são defendidas por ambos.
Não? Então me diga donde veio todo esse trololó que vitimiza o educando e criminaliza o professor como uma espécie de agente malicioso e excludente? E as hostes politicamente-corretas? E toda essa patacoada que sobrepõem o contexto social ao objetivo que deveria ser atingido pelo ato de educar? E a conversa fiada que reza que boa parte dos gestos dos educadores são atos potenciais de violência simbólica? Donde veio tudo isso?
Pois é, no frigir dos ovos, o que temos é uma imensa assembleia de inconscientes, com sua frívola criticidade inovadora, ditando o que deve ou não ser a (des)educação. Sem rever isso, sinceramente, não há solução. Trocando por miúdos, é o fim da rosca.
Pax et bonum
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