Por Dartagnan da Silva Zanela
Um dos mantras que os sabichões da educação, com ou sem pose de guru, adoram repetir é a tal da educação democrática. Se gasta laudas e laudas para versar sobre essa nulidade que tanto ocupa o vácuo dessas alminhas. Laudas essas floreadas com aquele palavrório “cientificamente” empavonado que, no fundo, diz nada com coisa nenhuma.
Mas, vamos ao ponto: não existe democracia sem elite. Sim, sei que para as igrejinhas do Butantã essa afirmação soa sacrílega, fazer o que? Uma elite é apenas um grupo de pessoas que se destaca em algo e isso é um dos elementos estruturantes da realidade, gostemos ou não.
Sim, devemos questionar os critérios que são utilizados para formar uma elite, mas não a existência duma. Uma elite formada por critério familiar, censitário, corporativista, ideológico ou racial é reprovável, mesmo que seja a regra duma sociedade. Doravante, temos outros, como o mérito e o talento que deveriam ser a base para formar uma elite.
Os mais talentosos deveriam formar um verdadeiro corpo aristocrático e a eles ser entregue os mais elevados postos, comendas e responsabilidades, pois, como nos lembra o saudoso Wilson Martins, a democracia funda-se ao mesmo tempo no princípio da igualdade de oportunidade e no estímulo das diferenças por mérito, únicas legitimas do ponto de vista individual e bem como social.
Todavia, o que temos em nosso sistema educacional com seu pedagogesco democratismo é o contrário disso. Temos um simulacro de igualdade de oportunidade através dum Ensino (Fundamental e Médio) capenga com atestado de inépcia assinado pelo MEC por meio de sua política de cotas (um arremedo de [in]justiça social) num misto com o desestímulo a meritocracia através da nada velada política de não reprovação, digo, de reconhecimento do esforço (inexistente) de muitos alunos.
Desde os idos de Anísio Teixeira, nossa educação, toda ela, é uma ficção feita por meio de decretos e portarias. Ainda hoje, para ser boa, no entendimento dos sabichões, ela deve ser cheia de formulários a serem preenchidos e que isso, em seu imaginário doentio, garantiria que todos teriam acesso a uma educação formal de qualidade. Tudo muito bonitinho, no papel, mas ordinário, em sua execução.
Por isso, penso que devemos, urgentemente, lembrar, e não esquecer, três dados ululantes da natureza humana: (i) todos os seres humanos são diferentes quanto as suas potencialidades e talentos, (ii) a maioria absoluta dos indivíduos tende sempre a seguir a lei do menor esforço e (iii) sempre os medíocres irão invejar (por isso desdenham) os talentosos.
Imaginar que se pode educar alguém ignorando esses dados, ou é um claro sinal de demência, ou uma evidência inconteste de que os medíocres estão ditando as regras para a derrocada da democracia e da educação.
Pax et bonum
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