Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
AÍ NÃO DÁ PRA ENTENDER - Algumas situações vividas por certas
pessoas chegam a ser gozadas. Bem gozadas mesmo.
Explico-me: não são poucas as
almas que, agoniadas diante das dificuldades do dia a dia, clamam aos céus para
que esses lhe abram novas janelas para arejar os padecimentos advindos das
portas que lhe foram fechadas em suas ventas.
Clamam, imploram a todos os coros
celestiais para que intercedam por elas e, quando atendidas, não compreendem,
ou não aceitam de bom grado o que a brisa do destino lhes trouxe para a soleira
de sua morada.
Diante de situações como essa,
fico cá com meus alfarrábios, matutando, matutando e, caipiramente, concluo
que, de fato, infelizmente existem pouquíssimas oportunidades em nosso país,
atualmente; todavia, o que temos em maior abundância em nossa sociedade são
almas de minguada vontade para aproveitar os bons ventos quando eles sopram;
uma gana mirrada pra fazer germinar as sementes que foram depositadas nas trêmulas
e desacreditadas mãos dos suplicantes do momento.
Enfim, meu caro, nesses casos,
não sei, mas imagino que não há santo que socorra. Não mesmo.
EIS A QUESTÃO - Num país onde praticamente tudo é pra lá de
reprovável, imagino que não deva haver lá muito mérito em ser aprovado.
De que vale ser reconhecido por
uma sociedade que sistematicamente desmerece o tal do mérito? Não sei.
Bem, deve ter lá algum valor
nisso, haja vista a grande procura pelas tais vãs glórias que são regularmente
brindadas pela mesma a muitos, como direi, distintos cidadãos.
Na real, penso que a questão é
saber o que está, de fato, sendo valorado nessas situações. Na verdade, imagino
que seja melhor não saber isso não.
Por hora deixemos quieta essa
infame questão.
É POR AÍ - Todo aquele se considera uma pedra angular da sociedade,
que imagina ser uma pecinha insubstituível na mesma, na real, não é nada disso
não.
Esse tipo de gente,
invariavelmente, não passa dum reles e incômodo cascalho no sapato de todos. Só
isso e nada mais.
BARBÁRIE VERTICAL - Quando o disforme, quando a aberração passa a
ser tratada como algo não apenas aceitável, mas como sendo algo normal, é
porque já estamos a dois passos da barbárie.
Quanto infantes sentem-se à
vontade para dizer obscenidades numa sala de aula diante de suas professoras e
colegas, cônscios de que nada pesará sobre seus petulantes ombros, é porque a
barbárie já chegou e está dizendo que veio pra ficar.
(*)
professor e cronista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário