Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
Muitas vezes nos perguntamos:
como é que podem esses caiporas com duas mãos canhotas, sujeitos trabalhadores,
com apenas alguns trocados no bolso como eu e você, não serem capazes de
enxergar o óbvio ululante que está diante de seus olhos, como? Como eles não
enxergam que a sua comandanta, juntamente com a trupe petralha, afundaram o
Brasil no fundo do fundo mais fundo dum fétido poço? Como? É difícil de
entender.
Quando estamos com uma pessoa
assim, junto de nós, muitas vezes uma pessoa de nosso círculo de amigos -
pessoa essa que queremos bem - vemo-nos diante duma situação desconcertante.
Aí, paramos e pensamos: pô! Ele é
um cara inteligente - ao menos parece ser – e mesmo assim continua cego, surdo
e, em grande medida, doido.
Talvez, pensando com os nossos
botões, digamos para nós mesmos: ele raciocine assim por não ter acesso às
informações necessárias, imprescindíveis para compreender o que está
acontecendo com nossa nação. Por isso, com toda boa vontade do mundo, muitos de
nós procura apresentar inúmeras fontes, dados, referências, o escambau, pra ver
se ele abre os seus olhinhos para a triste realidade que se faz presente diante
de suas ventas e, mesmo assim, o carniça permanece fechado em copas.
Faz-se isso e, muitíssimas vezes,
ele continua na mesma. Obtuso às gritantes obviedades que se apresentam diante
de suas vistas ideologicamente destemperadas.
Complicando, não é mesmo? Mas não
criemos pânico! Esse entrevero tem solução. Ao menos há um plano “B” mais
viável.
É o seguinte: o problema não está
no acesso a informações, mas sim, nos fundamentos – na ideologia que toma o
lugar dos fundamentos filosóficos - que ele utiliza para avaliar tudo o que lhe
chega à vista.
Dum modo geral essas pessoas de
alma rubra e vista tacanha conhecem apenas – mal e porcamente – os rudimentos
dum marxismo pra lá de vulgar - e olhe lá. O que, por sua deixa, torna a sua
capacidade de compreensão da realidade limitada ao parco horizonte de consciência
que o marxismo permite que seus sectários tenham.
Resumindo: falta-lhe
bibliografia, como diz o filósofo Luiz Felipe Pondé. Quando existe alguma em
seu íntimo, é claro, porque, em muitos casos, o que há é apenas uma afetação
pseudo-intelectual e nada mais.
E é óbvio que não adianta
passar-lhe uma lista quilométrica de livros porque ele não irá ler. Apenas
ficará com muita raiva de você. Vai achar que você está se “ametidando”. Por
isso, tenhamos paciência e procedamos lentamente se realmente desejamos salvar
a inteligência do amiguinho comuna.
Repito: quando os elementos que
fundamentam nossa percepção da realidade são turvos, estragados, é mais do que
certo que, ao tentar pensar, o mequetrefe irá ter uma congestão cerebral.
Se os fatos não se encaixam nos
ditames de sua ideologia, ele acabará deformando a realidade para que, na
marra, ela seja encaixada em seu paupérrimo esquema mental e é por isso que a
leitura de livros como “O imbecil Coletivo”, “O mínimo que você precisa saber
para não ser um idiota” - ambos da lavra de Olavo de Carvalho - e “Ideologia do
século XX” da autoria de José Osvaldo de Meira Pena, tem uma força praticamente
terapêutica na alma de muitos indivíduos.
Esses livros não trazem novas
informações sobre o momento triste que nossa pátria vive e não apenas uma visão
fria e distante sobre os nossos problemas. Não. Essas obras apresentam novos
fundamentos, bons fundamentos, para que possamos analisar e compreender com
maior clareza o que está ocorrendo em nosso em torno e, principalmente, sobre o
que está acontecendo conosco mesmo.
Enfim, se você deseja muito abrir
os olhinhos de seu amiginho canhoteiro, ao invés de bater-boca com ele, indique
esses livros – ou pelo menos lhe dê uma fotocópia de um e outro capítulo - para
que ele deite suas vistas nessas suas laudas e, desse modo, possa ser iluminado
pelas lúcidas letras da lavra desses dois grandes brasileiros.
Melhor! Leia-os, se até o momento
você não os leu e aí, quem sabe, você poderá ofertar ao seu “chegado” uma
possibilidade mais sólida de purificação de suas viciadas vistas por ter,
primeiro, aquilatado o seu olhar.
Procedendo assim, naturalmente,
você não irá solapar o pensamento esquerdista em todo o país, nem em seu Estado
e, não se engane, nem mesmo em seu município. Porém, você estará fazendo algo
de significativo por uma alma que, apesar de suas ideias errôneas e posições
políticas equivocadas, você o tem na conta de amigo.
É isso que um amigo, que um bom
amigo deve fazer: ajudar com sentimento fraternal e piedade cristã aqueles que
estão enlaçados por nossa amizade.
E se não der certo, se outras
tentativas suas também falharem, apenas deixe-o de lado com seus delírios, reze
por ele, e siga o seu caminho não dando para ele uma importância que ele,
juntamente com seus equívocos ideológicos, de fato não tem.
Pode até não parecer, mas, proceder
assim, também é uma obra de misericórdia. Uma grande obra. Porque fingir não
ver a loucura ideologizada de um amigo não é amizade nem aqui nem no caramba a
quatro. É bajulação acovardada pura e simples.
É isso. Fim de causo.
(*)
professor e cronista.
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