Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

Pesquisar este blog

FURANDO O TAL DO PONTO DE VISTA

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Não leve as suas ideias muito a sério. Não mesmo. Todavia, procure, na medida do possível, fazer tudo que está sob sua responsabilidade com a devida seriedade sem ficar ideiando bobagens.

(ii)
Quando o caos se instaura, fica difícil de rastrear os responsáveis diretos e indiretos, de verificar como os atos desse, daquele e, obviamente, também os nossos, se entrelaçaram para gerar a cama de gato onde todos padecem. Uns mais, outros menos, mas todos sofrem tendo de carregar consigo a sua fatia de agonia. Na verdade, pra ser bem sincero, não é difícil fazer esse rastreamento não. O problema é que sempre é muito mais cômodo para nossa consciência afogada em auto piedade procurar um culpado para os males que nos assolam do que entender o que realmente está acontecendo e admitir a nossa dose de culpa.

(iii)
Depois da tragédia capixaba quantos serão os caras de pau que irão levantar a voz para falar qualquer coisa sobre o tal desarmamento e a respeito da dita cuja desmilitarização da polícia, quantos?

(iv)
Escarnecer do padecimento alheio é feio pra caramba. Como é. Agora, cinicamente fazer isso com aquele que sofre por causa da consequência direta de seus atos é cretinice no mais elevado grau, indigno até mesmo para mafiosos da pior espécie.

(v)
Não se leve tão a sério assim. Não vale a pena. Mas leve a sério a realidade e a forma como nos situamos nela para vê-la, amá-la e entende-la.

(vi)
Os idiotas levam muitíssimo a sério as suas ideias de fuinha. Muitíssimo. Os imbecis, por sua deixa, preferem cultivar um senso escroto de humor para valorizar as mesmíssimas tranqueiras. Enfim, o que diferencia um do outro é apenas uma questão de estilo. Só isso e olhe lá.

(vii)
Quando o sofrimento é grande, e a alma também, ele é suportando silenciosamente. Se a alma é miúda qualquer unha encravada torna-se um pé de briga com Deus e o mundo.

(viii)
Desprezar o poder e suas tentações é a única fonte autêntica de liberdade. Todo o resto é servidão.

(ix)
Quando a balburdia é a linguagem vigente o silêncio é o único companheiro que pode nos aconselhar verdadeiramente.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

Nenhum comentário:

Postar um comentário