Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(i)
De um modo geral, os professores
com duas ou mais mãos canhotas – cuja cartilha começa com greve e termina com
invasão [ou ocupação, como preferem dizer] - não entendem que uma coisa é ser
[ou imaginar-se] professor, outra bem diferente é ser visto e reconhecido como
um.
Querer a primeira sem lavorar
para edificar a segunda é um baita tiro no pé. Podemos até desgostar disso,
mas, como dizem os tongos, essa é a mais pura verdade. Só não vê isso quem não
quer.
As potestades estatais entenderam
muito bem essa lição e a colocaram em prática com paciência e astúcia
maquiavélica; já as facções sindicais não e, ao que tudo indica, não estão
muito interessadas em aprender nada com essa amarga instrução que nos é
oferecida pelas muvucas dos últimos anos para infelicidade geral daqueles que
elas supostamente dizem representar.
(ii)
Se um grupo de pessoas que
capitaneia uma associação ou sindicato tem por intento utilizar-se dessa
organização para desgastar a imagem de um político e de seu partido, tudo bem,
que o faça. Principalmente se esse for o braço sindical de um partido político
adversário desse. Como dizem os tongos: isso faz parte do jogo.
Porém, todavia e, entretanto,
seria bom que tais indivíduos se lembrassem de que ao fazer isso eles estão
utilizando-se de outras pessoas como ferramenta política [como massa de
manobra]. Pessoas essas que, muitíssimas vezes, ignoram total ou parcialmente os
objetivos subjacentes à ação perpetrada em seu nome por aqueles que estão na
direção do grupo.
E tem outra: seria bom que essas
pessoas não se esquecessem de que, quando nos fiamos nesse tipo de peleja com o
propósito de desgastar a imagem de alguém, nós também, inevitavelmente,
acabamos nos desgastando, principalmente se ignoramos o quão resistente é o
adversário ao mesmo tempo em que ignorasse a importância de construirmos e
cultivarmos uma boa imagem perante a opinião pública. Não calcular adequadamente
essa variável seria duma leviandade sem tamanho.
E tem mais uma: quando se ataca
alguém é mais do que natural que esse alguém revide, cedo ou tarde, com mais
intensidade, principalmente se esse outrem for mais forte e tiver uma dose
maior de paciência para aguardar o momento mais apropriado para dar o bote.
Antecipar as ações e reações do
adversário é algo imprescindível. Aliás, algo que qualquer um que jogue xadrez
sabe muito bem.
Enfim, não é preciso nem dizer,
mas direi: ignorar essas obviedades é morte na certa. Morte política e degola
da imagem de todo um grupo de pessoas que foram utilizadas como instrumento
numa operação política mal orquestrada e, não assumirem a devida cota de
responsabilidade pelos ônus gerado pela ação malfadada é algo, no mínimo,
temerário. No mínimo.
(*) Professor, cronista
e bebedor de café.
Nenhum comentário:
Postar um comentário