Ouvir boa música não é apenas um deleite que podemos vez por outra entregar nossa alma. Acima disso, a audição de boa música é um ato de disciplina, de formação intelectual. Os gregos muito bem sabiam dessa prioridade. Idem os povos tradicionais.
Todavia, no ciclo modernoso em que encontramo-nos imersos, a “música” encontra-se em todos os ambientes, invadindo indiscriminadamente todos os cantos e recantos humanamente (ou não) habitáveis, na mesma proporção que o bom-gosto e a fineza de espírito fogem pela tangente, mediante as esquivas que tão bem nos são impingidas pela poluição que nos é imposta pelo desgosto propiciado pela indústria cultural.
Ou seja, cabe, a cada um de nós, reencontrarmos as pedras de toque que aqueles que nos antecederam recorriam para avaliar a qualidade da música que pode nos alimentar a alma.
Bem, o curioso neste quadro, é que o desdém pela eleição de critérios que separem o ruído da música chega ser absurdo. Tido como um reles luxo de gente esnobe.
Entretanto, é realmente curioso, para não usarmos outro termo, o quanto que as pessoas atualmente se preocupam com o que elas podem ou não comer, o que irá ou não fazer mal a seu corpo.
É, meu caro Watson, o corpinho que fique em forma e a alma que se lasque. Para o corpo, uma seleção refinada e equilibrada, para alma, qualquer coisa vai.
Dartagnan da Silva Zanela,
em 22 de fevereiro de 2011,
dia de Santa Margarida
e da Cátedra de São Pedro.
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