Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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AMOLANDO A LÍNGUA CEGA


Por Dartagnan da Silva Zanela


CIRCENSE - Lula, atualmente, só dá o ar da graça em picadeiro fichado com publico prévia e devidamente amestrado.

PONTO - O Villa é rápido no gatilho e até engraçadão, mas não é tal, nana nina não. E não adiante espernear nem fazer insinuação porque, no fim das contas, é o Olavo quem tem razão.

LÍNGUA FERINA (i) - Muita gente gosta de ter uma “boa” resposta na ponta da língua e que essa, a língua, seja afiadíssima. De minha parte, não sou afeito a isso, por incrível que possa parecer. Na verdade, não desejo ser ferino e certeiro com as palavras o tempo todo e a qualquer momento.

Para mim, mais importante que ter uma suposta resposta na ponta da língua, é possuir um desejo sincero de encontrar a resposta apropriada para os problemas que nos são apresentados. Mais importante que termos uma língua amolada é sabermos claramente o peso das palavras que iremos ou não utilizar.

Outra coisa: muitas vezes, quando sinceramente procuramos uma resposta para as questões que a vida nos ventila, e as encontramos, nem sempre essa resposta é de fácil comunicabilidade para os demais. Às vezes, é uma tarefa hercúlea que exige de nós uma clareza que nem sempre conseguimos ter.

Por isso, mesmo que muitos creiam ter a resposta acertada na ponta duma lamina lingual, nem sempre isso é verdade. Por exemplo: muitas vezes imaginamos estar constrangendo alguém com algumas palavras duras sobre algo, porém, por não sabermos claramente do que estamos falando e nem mesmo compreendemos o peso de cada uma das palavras utilizadas nesse intento, acabamos mesmo nos expondo a um ridículo desnecessário simplesmente por não termos optado pelo silêncio.

Na verdade, a afobação para ter uma resposta persuasiva apenas nos brinda com o vexame de um engano inevitável. A petulância de queremos sempre ter uma língua aguda apenas oculta a insegurança gerada pela lufa-lufa anterior que habita e domina.

LÍNGUA FERINA (ii) – Engraçado. Vejam só como são as coisas: as pessoas que querem, muito, ter uma resposta na ponta da língua e expô-la a qualquer um, mesmo que essa não lhe seja solicitada, dum modo geral não nutrem, de modo algum, um interesse similar pela procura da dita resposta acertada.

É que para procurá-la demanda-se trabalho; para falar, imaginando sabê-la, basta não ter desconfiômetro e nem um cadinho que seja de educação doméstica.

LÍNGUA FERINA (iii) – As opiniões, não importam quais sejam, se reproduzem igual a bactérias: por divisão (mitose). O conhecimento, ao contrário, germina.

O segundo, muito lentamente, pode tornar-se uma frondosa árvore; a primeira, rapidamente manifesta-se como uma incontrolável epidemia.

DIPLOMA NA MÃO – Quando você ouve alguém dizer que: "só acredita naquilo que é lógico e cientificamente comprovado”, pode ter certeza que você está diante dum idiota. O fato do sujeito não ter cogitado as implicações lógicas dessa afirmação, e não entender o absurdo científico inerente a ela, atesta isso.

O DESGOSTO DO GOSTO - Uma coisa evidente, como nos ensina La Bruyère, é gosto. Ora, existe bom gosto e mau gosto. Não compreender a importância dessa fina distinção é manifestar, de antemão, o total desrespeito de si mesmo e, principalmente, um total desamor pelo próximo, como consequência inevitável de tal atitude. Por isso, gosto se discute, sim senhor.


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