Por
Dartagnan da Silva Zanela
CIRCENSE - Lula, atualmente, só dá o ar da graça em picadeiro fichado com publico prévia e devidamente amestrado.
PONTO - O Villa é
rápido no gatilho e até
engraçadão, mas não é tal, nana nina não. E não adiante
espernear nem fazer insinuação porque, no fim das contas, é
o Olavo quem tem razão.
LÍNGUA
FERINA (i) - Muita gente gosta de ter uma “boa” resposta na ponta da língua
e que essa, a língua, seja afiadíssima. De minha parte, não sou afeito a isso,
por incrível que possa parecer. Na verdade, não desejo ser ferino e certeiro
com as palavras o tempo todo e a qualquer momento.
Para mim, mais importante que ter
uma suposta resposta na ponta da língua, é possuir um desejo sincero de
encontrar a resposta apropriada para os problemas que nos são apresentados.
Mais importante que termos uma língua amolada é sabermos claramente o peso das
palavras que iremos ou não utilizar.
Outra coisa: muitas vezes, quando
sinceramente procuramos uma resposta para as questões que a vida nos ventila, e
as encontramos, nem sempre essa resposta é de fácil comunicabilidade para os
demais. Às vezes, é uma tarefa hercúlea que exige de nós uma clareza que nem
sempre conseguimos ter.
Por isso, mesmo que muitos creiam
ter a resposta acertada na ponta duma lamina lingual, nem sempre isso é
verdade. Por exemplo: muitas vezes imaginamos estar constrangendo alguém com
algumas palavras duras sobre algo, porém, por não sabermos claramente do que
estamos falando e nem mesmo compreendemos o peso de cada uma das palavras
utilizadas nesse intento, acabamos mesmo nos expondo a um ridículo
desnecessário simplesmente por não termos optado pelo silêncio.
Na verdade, a afobação para ter uma
resposta persuasiva apenas nos brinda com o vexame de um engano inevitável. A
petulância de queremos sempre ter uma língua aguda apenas oculta a insegurança
gerada pela lufa-lufa anterior que habita e domina.
LÍNGUA
FERINA (ii) – Engraçado. Vejam só como são as coisas: as pessoas que querem,
muito, ter uma resposta na ponta da língua e expô-la a qualquer um, mesmo que
essa não lhe seja solicitada, dum modo geral não nutrem, de modo algum, um
interesse similar pela procura da dita resposta acertada.
É
que para procurá-la demanda-se trabalho; para falar, imaginando sabê-la, basta
não ter desconfiômetro e nem um cadinho que seja de educação doméstica.
LÍNGUA
FERINA (iii) – As opiniões, não importam quais sejam, se reproduzem igual a
bactérias: por divisão (mitose). O conhecimento, ao contrário, germina.
O segundo, muito lentamente, pode
tornar-se uma frondosa árvore; a primeira, rapidamente manifesta-se como uma
incontrolável epidemia.
DIPLOMA
NA MÃO – Quando você ouve alguém dizer que: "só acredita naquilo que é
lógico e cientificamente comprovado”, pode ter certeza que você está diante dum
idiota. O fato do sujeito não ter cogitado as implicações lógicas dessa
afirmação, e não entender o absurdo científico inerente a ela, atesta isso.
O
DESGOSTO DO GOSTO - Uma coisa evidente, como nos ensina La Bruyère, é
gosto. Ora, existe bom gosto e mau gosto. Não compreender a importância dessa
fina distinção é manifestar, de antemão, o total desrespeito de si mesmo e,
principalmente, um total desamor pelo próximo, como consequência inevitável de
tal atitude. Por isso, gosto se discute, sim senhor.
Blog2: http://zanela.blogspot.com
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