Todos somos pecadores. Todos. Entre nós não há exceção. Basta
um pingo de sinceridade para consigo mesmo, um mínimo exame de consciência para
sabermos que somos indignos sujeitinhos que apenas por misericórdia divina
seremos salvos de nós mesmos, de nossos pecados e demônios.
Entretanto, tal obviedade, dita em nossa sociedade que,
narcisisticamente, idolatra suas tais identidades, ideologias, taras, fantasias
sexuais, verrugas e unhas encravadas não parece algo tão óbvio assim não.
Para essa galerinha, com seus nichos identitários modernosos,
nada é pecado, nada, exceto que alguém ouse dizer que eles podem estar errado e
que são tão pecadores como qualquer ser humano. Aí, meu amigo, é B.O. na certa.
Ora, a tirania da ideologia de gênero, do politicamente
correto e doutras tranqueiras similares, com seu puritanismo às avessas não me
deixam mentir sozinho. Esses bagulhos mentais tão frequentemente utilizados
para, arbitrariamente, classificar tudo e todos, permite aos seus usuários
considerarem-se criaturinhas acima do bem e do mal por simplesmente fazerem
parte dum nicho, dum grupo, que reúne a turma dos lindos e moderninhos que se
proclamam a galerinha “do bem”, que sabe odiar em nome do bem.
E ai de quem discordar! Será rotulado de herege, fóbico,
feio, merecendo ser queimado vivo, consumido pelas labaredas da ardente
fogueira das vaidades progressistas, como nos lembra João Pereira Coutinho.
Eu sei, isso é ridículo. Estou sabendo. Mas é assim mesmo que
a banda toca nas fileiras descoladamente modernas que não tem medo de manifestar
o seu “ódio do bem”. Fazer o quê?
Por fim, lembro-me que, certa feita, G. K. Chesterton havia
dito - ou teria sido C. S. Lewis? Não lembro direito. Bem, se o primeiro não
disse isso o segundo teria falado - algo mais ou menos assim: a Igreja
ensina-nos que tudo é pecado; porém, ela perdoa tudo. Tudinho. O mundo, por sua
deixa, declara que nada é pecado; entretanto, ele, o mundo, em nome sabe lá do
que, condena tudo, tudo mesmo, tal qual o politicamente correto, a ideologia de
gênero e todas as demais tranqueiras que compõe a cultura da morte com seu
barulhento modus operandi fazem embebidos no mais refinado licor de auto
piedade.
Bem, é isso. Fim de prosa. Está na hora duma boa xícara de
café.
(*) Apenas um caipora
bebedor de café.
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