Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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O TREM QUEBROU DE VEZ


Um cansativo e repetitivo palavrório que, uma vez ou outra, acaba sendo entoado pelos devotos da capelinha do Butantã da estrelinha cadente do barbudinho megalomaníaco dos últimos dias é aquele que reza ser o povo brasileiro, dum modo geral, um punhado de gente corrupta e que seria uma hipocrisia sem par sujeitos que furam a fila e pulam a cercado querer apontar o dedo acusador para o senhor Lula por ele ter, junto com os seus pares do Foro de São Paulo, quebrado com o país no intento de realizar os seus devaneios totalitários. Bem, essa ladainha é repetida aqui e acolá por inúmeras pessoas dos mais variados naipes e, por isso, creio que seja justo indagar: tais gritos de indignação são feitos com o intento de conclamar a sociedade brasileira para elevar-se da decadência moral indicada ou tão só e simplesmente para, de maneira cínica e oportunista, com toda aquela afetação postiça, defender o intocável chefe do esquema criminoso e totalitário de poder que fez o Brasil descarrilhar? E lembre-se: perguntar não ofende da mesma forma que refletir não mata.

(ii)
A galerinha daquela capelinha da estrelinha xoxa caída não se cansa de mostrar o quão grande é a sua fidelidade canina ao seu senhor. Quando indicam o número sem fim de “otoridades” públicas envolvidas em escândalos de corrupção o fazem imaginando que cada um dos brasileiros deve de ter, como eles, um bandidinho de estimação do coração. De minha parte, todos aqueles que abusaram da boa fé do povo brasileiro - e que, diga-se de passagem, muitos até a pouco estavam, de alguma forma, mancomunados com o barbudinho mor – devem encontrar o seu destino, independente da coloração ideológica, pois, como nos ensina a Sagrada Escritura (Lucas XII; 48), àqueles que muito foi dado, muito será cobrado. Então, que assim seja.

(iii)
Verdade curta e grossa que aprendi, ainda menino, com meus pais: uma pessoa sã de lombo deve procurar ganhar a vida com o suor de seu rosto. Por isso, abra olhos e muito cuidado com todo caipora que disser que vai garantir a nossa vida, independente do nosso esforço e apesar de nosso mérito. Um sujeito que se propõem a esse tipo de papel não passa dum canalha perigoso que quer, de modo sorrateiro, reduzir-nos a condição de serviçais, duma clientela de um populista qualquer. De mais a mais, chamar isso de cidadania, como se faz hoje em dia, é simplesmente o fim da rosca do tal do bom senso. Pior! Quando se perde a rosca do senso das proporções o sujeito passa a crer, candidamente, que a defesa de seu sinhozinho seria uma espécie de dever (depre)cívico que, se cumprido for, acabará por custar a autonomia da nossa consciência.

(iv)
O povo brasileiro é trabalhador, porém, a nossa classe política, dum modo geral, parasitária e perdulária, trata-o como se ele fosse igualzinho a ela. Aí, historicamente, deu no que deu e, conjunturalmente, continuaremos na mesmíssima encrenca.

(v)
O problema do Brasil não é o tal do capitalismo selvagem. Isso é bobagem. O real problema do Brasil é o capitalismo de compadrio.

(vi)
Quando o caboclo diz: “já li a obra do Olavo de Carvalho” e, em seguida, começa, com aquele ódio do bem, a sentar o Carvalho no Olavo, sei que não leu patavina alguma de sua obra. Nem um livro sequer. Na melhor das hipóteses assistiu a um vídeo ou leu um e outro post no facebook. Em alguns casos o sujeito até folheou “O Mínimo”, mas não conseguiu começar a lê-lo por medo de ter que acabar deixando de ser aquilo que ele acha o máximo.

(vii)
Tanto subestimar como superestimar um inimigo são o verso e o reverso da mesmíssima moeda. A primeira é fruto de uma ignorância soberba, já a segunda é o reflexo duma covardia moral e intelectual sem par e, tanto uma como a outra são erros que, com uma frequência alucinante, são cometidos no Brasil contemporâneo, tanto pela direita como pela esquerda.


(*) Apenas um caipira bebedor de café.

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