Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(DES)INFORMAR É A REGRA - O tom reinante na grande mídia brazuca é
um só. Todos os (de)formadores de opinião estão fazendo aquele teatrinho de salão
para tentar justificar a sua descarada atuação enquanto desinformantes, ao que
se refere a "cobertura" feita por eles da eleição presidencial nos
EUA.
Pois é, ninguém admite o fiasco;
ninguém faz nem mesmo um mea-culpa daqueles bem jaguara sobre o ocorrido,
nenhum abençoado desculpa-se por não estarem, de fato, informando os
brasileiros de modo probo; nenhuma dessas almas bate no peito pra dizer que seu
jornalismo era apenas um mal disfarçado esforço de propaganda para os
Democratas (entenda-se agenda Globalista), ou ao menos reconhece que estavam
fazendo uma indisfarçada torcida emocionada pela senhora Clinton (o que dá na
mesma).
Resumindo o entrevero: o
escândalo do ano não é a vitória do senhor Trump, mas sim, a maliciosa
(in)cobertura jornalística feita pela grande mídia – tanto pela de lá quanto
pela de cá - sobre o pleito eleitoral que findou. Se eles tivessem realmente
preocupados em, zelosamente, informar os seus leitores e/ou telespectadores,
não teriam que estar agora dando uma de João sem braço com a maior cara de
tacho.
Fazer o que, não é mesmo? Faz
parte da vida.
UM GRANDE PREJUÍZO - Quando perdemos a visão da imensa abrangência
da dimensão simbólica da realidade, inevitavelmente mutilamos a nossa
capacidade de entendimento dela e de nós mesmo e, por isso, nos tornamos
inaptos para compreender as inúmeras facetas que se apresentam sobrepostas
diante de nossos olhos todo o santo dia.
Quando isso acontece,
gradualmente perdemos a percepção da finalidade da existência, do sentido da
vida, que acaba sendo reduzido a reles princípios materialistas e quantitativos
que tem apenas como significado a materialidade e possível utilidade de tudo e
de todos.
Pois é, mas, por incrível que
possa parecer para alguns, um indivíduo humano, e bem como todo o universo, não
podem ser reduzidos à mera utilidade. Fazer isso é mutilar o sentido de ambos.
E se o fazemos é por ignorarmos a razão última da existência do universo e o
sentido de nossa jornada por esse pedacinho dele. E ignoramos por não mais
sermos capazes de contemplar o aspecto simbólico de toda a criação.
UMA DOLOROSA FACADA - Se a nossa capacidade de admiração, se nossa
percepção estética é mutilada, inevitavelmente, a nossa capacidade de
entendimento e compreensão ficam seriamente avariados e, consequentemente, nos
tornamos incapazes de diferenciar tudo aquilo que é belo daquilo que é
disforme. Não apenas isso. Inevitavelmente, com o tempo, nos tornamos incapazes
de diferenciar aquilo que é verdadeiro de tudo o que seja falso. Resumindo: a
deformação das artes desfigura a inteligência humana.
(*)
Professor, cronista e bebedor de café.
Blog2:
http://zanela.blogspot.com/
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