Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
CONFUSÃO DO CÃO – A liberdade é, ao mesmo tempo, uma realidade e
uma ilusão. Uma realidade enquanto uma possibilidade de realização humana
frente às limitações que nos são impostas pela estrutura do mundo real; e uma
ilusão diabólica quando certas concepções de liberdade passam a ser idealizadas
por nós, como se elas fossem uma manifestação absoluta de nossa vontade que se
sobrepõe a estrutura do real. Na primeira agimos na realidade a partir de seus
limites e dos nossos. No segundo agimos num simulacro a partir dos ditames de
nossos desejos.
CIDADANITE E OUTROS BICHOS - Não confundamos o que queremos com
aquilo que é - ou que deveria ser - porque toda confusão desse gênero é um
fruto pútrido.
A feliz coincidência do querer
com o que deve ser ocorre quando o primeiro (o desejo) é devidamente ordenado e
isso apenas ocorre quando procuramos dispor nossa vida à luz das virtudes.
Agora, quando vivemos de modo
desordenado, fiando o nosso passo na vereda dos vícios morais e cognitivos,
gostemos ou não, as nossas veleidades serão apenas uma manifestação, um sintoma
da nossa intemperança.
Descomedimento esse que vê nesse
tipo de faniquito uma imagem aliciante daquilo que será considerado pelo
indivíduo uma necessidade inalienável, imprescindível, levando-o a agir feito
criancinha mimada que bate o pé para, de birra em birra, poder chantagear os
pais e assim obter o que quer.
Pois é, no Brasil atual, esse
tipo de atitude mesquinha, tosca e infantil tornou-se sinônimo de cidadania
crítica. Uma coisa linda de se ver sendo praticada por adultos e incitada (ou
ensinada) aos jovens.
O PONTO DO CONTO – Não existe nada mais desprezível no mundo
político que as perseguições e represálias que tenham motivação partidária.
Quando mandatários, ou caciques
legisladores, usam de suas prerrogativas para assediar uma ou mais pessoas que
não endossaram o seu apoio a suas pessoas, esses estão mostrando o quão
mesquinho e cinicamente pueril eles são.
E, como almas desse naipe abundam
nessas terras de botocudos, não será tão cedo que teremos essa pestilência
varrida pra longe de nossa anêmica democracia.
A BOLA DA VEZ – Lulinha, o ex-presidente maravilha, discursou, não
faz muito, para algumas alminhas perdidas de sua trupe, num ambiente
controlado, em algum canto do Brasil. Ele disse, entre outras lulices, que
aqueles que são anti-petistas e que desprezam sua pessoa pelo que ele é não
passam de pessoas que estão azedas feito limão.
E é claro que ele foi aplaudido!
Direito dele e daqueles o que o mimam. Direito o qual ninguém negará. Mas, tem
uma coisa: a turma anti-petista não tá azeda não. Pelo contrário! Todos estão
faceiros, ao menos a maioria, feito pinto no lixo, haja vista que não tem como
não rir pacas frente ao vil e ridículo estado em que se encontra o partido da
ética juntamente com seu grande líder, o homem mais honesto do Brasil.
VALORES TROCADOS - Para bandidinho e bandidão, aqui nessa terra de
desterrados, todas as garantias e mimos lhe são afiançados; agora, para os
homens fardados que, dentro de suas muitas limitações e possibilidades,
procuram servir e proteger aqueles que se esforçam em seguir o estreito
caminho, a esquisita tribo brazuca, esclarecida e diplomada, não diz nem mesmo
um modesto e envergonhado obrigado.
(*)
Professor, cronista e bebedor de café.
Blog2:
http://zanela.blogspot.com/
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