Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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UMA TRISTE MILONGA

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

O estudo da história pode ser justificado de várias maneiras. Justificativas essas que tem em vista a realização de determinadas finalidades. Aliás, como toda e qualquer ação humana.

Dentre as muitas justificativas que se fazem presentes, podemos constatar com relativa clareza um propósito subjacente a todas: o de fomentar um inconfessável rancor difuso fantasiado de indignação cidadã em misto com uma atitude de irreligião materialista artificioso disfarçado de criticidade.

Quanto o magistério da referida disciplina funda seus alicerces nesse tipo de solo o resultado a ser parido é um só: a deformação das almas que passam a imaginar-se como sendo as criaturas mais justas e impolutas que já caminharam por esse mundo e que, por isso, acreditam que caberia a elas corrigirem os infindáveis erros que foram cometidos pelos nossos antepassados.

Pois é. Quanta soberba. Quanta presunção numa só época e presente no ensino de uma única disciplina escolar. Detalhe: ela não é a única que sofre deste mal.

De minha parte, penso que a “mestra da vida”, como em tempos pretéritos a história era chamada, deveria procurar alicerçar as estelas de seu ensino na humildade e na gratidão - virtudes fundamentais para a boa formação duma personalidade.

Ora, é importante lembrarmos que, apesar dos inúmeros pesares, aqueles que nos antecederam neste mundo tem, no mínimo, a experiência de suas vidas, bem ou mal vividas, a nos legar para aprendermos o que significa bem viver; experiência a qual muitíssimas vezes desdenhamos de modo estupidamente imoderado. E, gostemos ou não de ouvir, tudo o que nos foi transmitido pelas gerações de antanho é infinitamente maior e mais precioso do que tudo o que somos capazes de produzir em nossa porca vida imersa na mais tosca efemeridade.

Enfim, se não somos capazes de reconhecer essa obviedade ululante é sinal de que a perversão (anti)educacional atual da história já rendeu seus pútridos frutos em nossos desavisados corações.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

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