Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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APENAS UM CHILIQUE [DEPRE]CÍVICO

Por Dartagnan da silva Zanela (*)

Existem inúmeras ideias que são profundamente corruptoras da alma humana e, na atualidade, o que mais temos é esse tipo de choldra.

Dentre elas, uma que gostaria de destacar nessas minguadas linhas é a de que a sociedade tem uma dívida para com todos e, uma bem grandona para com alguns de modo particular, que devem ser atendidas e acolhidas na forma dum direito.

O vício dessa ideia está em sua própria enunciação. Dum modo geral, todos nós, uns mais que outros, somos devedores das gerações que nos antecederam e duma multidão de indivíduos que com sua criatividade, genialidade e, nalguns casos, empreendedorismo, tornaram possíveis inúmeras coisas que nós mesmos seriamos incapazes de conceber em nossa empobrecida imaginação (e quem o diga realizá-las). E, mesmo assim, usufruímos de seus frutos.

Quando passamos a refletir sobre esse outro prisma, torna-se praticamente inevitável que cheguemos à conclusão de que, na verdade, devemos muito mais a sociedade que essa a nós.

Não? Bem, então perguntemo-nos em que nós contribuímos para tornar, não a sociedade, mas a vida de algumas pessoas mais confortável? Qual é a nossa contribuição para a elevação da dignidade de nossa gente, daqueles que nos circundam? Melhor! O que temos feito para sermos simplesmente mais dignos, prestativos e bons? O que?

Pois é, mesmo assim acreditamos candidamente que a tal da sociedade nos deve alguma coisa.

Pior. Educar na base dessa ideia viciada e viciosa produz em larga escala uma multidão de ingratos desprovidos do mais raso senso das proporções, de responsabilidade, e incapaz dum mínimo de simpatia. Quem o diga de empatia.

Enfim, a única coisa que pode ser parida tomando por base essa visão distorcida da realidade é uma sociedade podre de mimada que crê, candidamente, que sua putrefação moral é o suprassumo da tal da cidadania. Só isso e olhe lá.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

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