Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(i)
Não confunda a justificação de
suas opiniões com a apresentação dos fundamentos da mesma. No primeiro caso
apenas afirma-se porque você simpatizou com a dita cuja. Na segunda situação
procura-se indicar as razões que a sustentam independentemente de sua simpatia
ou antipatia.
(ii)
Uma das frases mais tontas, das
tantas que compõem a prosa pronta e artificiosa das conversas vadias, é aquela
onde o sujeito afirma que ele é uma pessoa adulta, envelhecida, mas que possui
uma alma juvenil. Espere aí: quer dizer que o caipora envelheceu e não quis e
nem quer saber de amadurecer? Bem, antigamente Nelson Rodrigues havia dito,
numa entrevista, que se fosse dar um conselho para os jovens, seria:
envelheçam. Hoje, se vivo fosse, o grande Nelson diria, sem pestanejar, aos
adultos: larguem mão de criancice e amadureçam.
(iii)
O que é um adulto que diz ser o
portador duma alma juvenil? O que é uma pessoa envelhecida que insiste em agir
e pensar como um guri? Só um idiota que imagina que seu desvio existencial seja
algo que mereça a atenção, admiração e imitação de todos. Só isso.
(iv)
A democracia dos sonhos da
pelegada vermelha é ver nosso cambaleante e triste Brasil tornar-se uma
Venezuela de corpo e alma.
No disforme entendimento dessa
gente, o que impera nessa tristíssima nação, a Venezuela de Simón Bolívar, seria
fundamentalmente uma avançada democracia mal compreendida pela zelite golpista
que não reconhece os inúmeros avanços e conquistas obtidos pelo regime
bolivariano.
Pois é, vai ser alienado assim lá
no mausoléu de Hugo Chávez.
(v)
Sejamos francos: defender o
aborto e, ao mesmo tempo, transformá-lo numa espécie caricatural de bandeira
ética e cívica nada mais é que advogar em favor do assassinato de um inocente
sem o menor direito ao reconhecimento de sua existência e, se isso já não fosse
suficiente, pregasse cinicamente, junto com tudo isso, a transubstanciação
dessa monstruosidade num direito fundamental. Resumindo: isso tudo não passa
duma pura e simples apologia do mal, por mais empavonada que sejam as alegações
apresentadas em sua defesa.
(*) Professor, cronista
e bebedor de café.
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