Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(i)
Todo imbecil de carteirinha, quando ouve algo que não se
enquadra dentro dos mesquinhos e miseráveis limites de seus esquemas mentais,
ao invés de dizer para si que não entendeu, porque não conhece o que está
diante das meninas de seus olhos, prefere protestar e dizer, com aquela pose de
douto ignorante, que não concorda e blablablá.
Bem, para esse tipo rasteiro de gente, aprender algo novo
seria apenas uma forma escolarizada de se reafirma a soberba de sua ignorância
inconfessa. Raramente lhes ocorre que a realidade pode ser um pouquinho mais
ampla que sua preguiça cognitiva e bem mais complexa que sua desídia moral.
(ii)
A inferioridade da alma torna-se visível a todos os olhos,
inclusive aos mais desatentos, quando o sujeito entrega-se sem muita cerimônia
ao visceral remorder-se do ressentimento, seja ele invejo ou não.
(iii)
Toda vez que somos brindados com um novíssimo neologismo
politicamente correto, engajadíssimo, esse nos é apresentado não com o intento
de nos auxiliar na obtenção de uma melhor e mais ampla compreensão da
realidade, não mesmo. Essas tranqueiras são criadas com o vil propósito de
formatar nosso silêncio interior, intimidar o pronunciamento de nossa fala e,
com uma sutiliza sombria, dominar os gestos de nosso corpo e os gritos e
suspiros de nossa alma.
(*) Professor, cronista
e bebedor de café.
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