Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(i)
DEVEMOS PROCURAR RESTAURAR todas as
coisas, inclusive e principalmente nossa alma, em Cristo. Abraçar a mundanidade
para refazer-se é autodestruição.
(ii)
A SENSIBILIDADE DO BRASILEIRO para
problemas é toda invertida. Faz-se, aqui nessas terras, um auê por picuinhas e
mantemos silentes e indiferentes diante de problemas realmente sérios. Bem, é
isso o que ocorre quando o velho e bom senso das proporções é maculado pelo
relativismo moral.
(iii)
UM ERRO DEVE SER CORRIGIDO e, no
ato de corrigi-lo, o mesmo acaba sendo esclarecido quando a repreensão por sua
realização é clara e direta. Porém, atualmente, não apenas tornou-se feio
pensar em corrigir um erro, mas, se ousarmos corrigir o dito cujo, devemos
explicar e justificar a necessidade da sua reparação; não para aplica-la,
apenas para que nossa intenção não venha parecer malévola diante dos olhares
politicamente corretos que amam dissimular preocupações mil com tudo e com
todos que estejam em seu horizonte de simpatia. E de dissimulação em
dissimulação seguimos, ladeira a baixo, na longa marcha da decomposição de
nosso sistema de ensinação.
(iv)
PENSO QUE DEVERÍAMOS PROCURAR, na
medida de nossas limitações, apenas falar em nosso nome. Essa é a medida de
toda a nossa autoridade por ser o chão, o ponto de sustentação de nossa
realidade. Agora, quando o caipora começa com essa lengalenga de falar em nome
do povo, de seus títulos, dessa ou daquela corrente política, desse ou daquele
grilhão ideológico, dessa ou daquela cadeia de pensamentos, abandone, porque o
dito cujo não passa dum fantoche empavonado que não sabe o que diz, nem o que
faz e muito menos o que ele é. Ponto e zefini.
(v)
QUANDO O CARNIÇA ADERE A ESSA OU
aquela patotinha ideologizada, ele acaba encontrando a sua tão sonhada
capelinha do Butantã para nela destilar todo o seu rancor fantasiado de peçonha
ideológica e o faz, em regra, por viver uma vidinha esvaziada de sentido e propósito
e aí, catapimba, ele os encontra nesse tipo de tranqueira. Por isso, quando
esse tipo de caboclo encontra uma viseira desse naipe, que o ajuda a caminhar
de modo retilíneo pelas pedregosas estradas desse vale de lágrimas, ele
sente-se aliviado por ter, enfim, um caminho pra trilhar, mesmo que esse
termine por leva-lo ao fundo dum abismo sem sentido.
(*) Professor, caipira,
cronista e bebedor de café.
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