Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(i)
O MUNDO MODERNO PERDEU O SENSO da
alegria. Tamanha é a confusão que a loucura escandalosa passou a ser tida como
medida universal de contentamento.
Tamanha é a confusão que, se uma
pessoa apresenta-se serena, a placidez de seu semblante é tida como uma
manifestação discreta de tristeza.
Se isso já não fosse o suficiente,
confunde-se a júbilo com a satisfação de todo e qualquer prazer rasteiro. Não
que o prazer seja ruim. Não mesmo. O que é sinistro é colocá-lo, com sua
efemeridade e seu insaciável apetite, no lugar a alegria.
Não é por menos que a cada dia que
passa, vemos mais e mais um crescimento no número de almas sorumbáticas,
atordoadas com a monotonia da vida moderna, pois, ao contrário da alegria, os
prazeres, com o tempo, se esgotam, deixando um vazio nos inquietos corações
humanos.
Enfim, por essas é outras que toda
pessoa minimamente sensata sabe que esse mundo não é um harém, nem um parque de
diversões; toda alma minimamente razoável sabe que peregrinamos num vale de
lágrimas e que não devemos tratar os gozos efêmeros que encontramos aqui e
acolá como sendo o ponto arquimédico da plenitude de nosso ser que, por sua
deixa, não pode ser obtida aqui neste mundo e, muito menos, dessa maneira.
(ii)
POR MAIS QUE SEJA ALGO DESEJÁVEL,
uma mudança, grande ou pequena, sempre nos causa calafrios.
(iii)
SE AS PREOCUPAÇÕES LEVIANAS INVADEM
A TUA alma, ocupe-se. De preferência de algo minimamente edificante e que seja
razoavelmente decente.
(*) Professor, caipira,
cronista e bebedor de café.
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