Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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NA CANOA FURADA




Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
NUMA PASSAGEM DE SEU LIVRO “ORTODOXIA”, Chesterton nos lembra de que um lunático é um sujeito que perdeu tudo, tudo mesmo, menos a razão. Afirmação essa que facilmente podemos comprovar quando, por descuido, damos trela para que uma pobre alma, ideologicamente deformada, exponha as suas sandices utópicas, as suas tais razões.

(Em casos como esse, papel higiênico pouco é bobagem. Previna-se).

Doravante, sujeitos assim, desse naipe confuso, visivelmente perderam tudo, inclusive a noção do ridículo, porém, todavia e, entretanto, não abrem mão, de jeito maneira, de suas razões furadas, com as quais ele procura se proteger de qualquer um que tenha a petulância de lhe contar uma verdade, por pequena que seja.

E, esses pobres diabos agem assim porque têm medo de conhecer a verdade. Eles a temem porque a dita cuja irá, provavelmente, implodir os alicerces de sua vida, destronando as razões equivocadas sobre as quais eles construíram sua existência.

Enfim, esses lunáticos, como qualquer desequilibrado, agarram-se com unhas e dentes às suas razões, porque são as únicas coisas que lhes restaram em sua confusa e delirante personalidade de papelão crítica e ideologicamente engajada, é claro.

(ii)
MUITOS CABOCLOS GOSTAM DE SE VANGLORIAR de que são pessoas autoconfiantes. Tolice. Somente uma pessoa desvairada, fraca de espírito e com um caráter de gelatina enche a boca pra dizer uma coisa dessas.

Sou franco em dizer que compreendo perfeitamente que uma pessoa realize isso ou aquilo porque confia plenamente em alguém, em algo ou em Deus; mas, porque confia plenamente em seu taco é algo que, para mim, sinceramente, não orna.

Digo isso porque a manifestação de tal tipo de fé em si mesmo, de tal egolatria, nada mais seria que uma forma muito simplória de tentar disfarçar a humana insegurança interior que advém duma soberba oca, tão bem vista pela sociedade modernosa, ciosa por querer ser o onipotente e que, ao invés disso, sem querer querendo, acaba apenas afirmando e confirmando a nossa total impotência.

Enfim, quando cremos, candidamente, que somos as criaturinhas mais perfeitas, as mais honestas e realizadoras de todas as vivas almas desse mundo, estamos depositando sobre nós mesmos uma confiança que apenas é devida a uma deidade.

E o pior é que todos nós fazemos isso. Uns com uma frequência maior que outros, mas todos, de vez em quando, cometemos esse deslize.

Pior! Há aqueles que veem esse tipo soberbo de atitude como sendo uma manifestação cabal de humildade, tamanha é a perversão que impera nos dias plúmbeos em que vivemos.

Resumindo o entrevero: autoconfiança, em excesso e por si só, não é sinônimo de força; é um claro sinal duma soberba fraqueza. Só isso e olhe lá.


(*) Professor, caipira, cronista e bebedor de café.

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