Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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PONTOS E BORDADOS – parte III

Escrevinhação n. 1031, redigida no dia 07 de agosto de 2013, dia de São Caetano de Thiene, de Santa Afra e do Papa Santo Xisto II.

Por Dartagnan da Silva Zanela


1. O gigante despertou! Eis o grito que muitos entoam aos quatro ventos das redes sociais. Dum momento para outro vê-se um amontoado de sujeitos até então isolados, gritando, uniformemente, palavras de ordem que lhes foram ditadas. Lá estão ostentando faixas, tremulando bandeiras, pintando a cara e, como num gesto mágico, eis que o Brasil desperta. Mas despertou de que cara pintada? Seja franco: o que você pretendia, ou pretende, com esse carnavalzinho de rua? Quem é o rei Momo desse desfile? Qual é a sua escola de samba e, principalmente, quem compôs o samba enredo que está agitando os seus pesinhos nesta triste avenida brasílica? Caraca! E você ainda quer me convencer que é um sujeito consciente? Quer me convencer de que o desperto gigante não é um zumbizão? É incrível o quão facilmente nos entregamos às volúpias irascíveis das massas sem nos darmos conta disso.

2. Aprecio muito a leitura de biografias, auto-biografias e de memórias. Livros sobre pessoas de grande quilate. Estadistas, militares, santos, sábios, escritores e tutti quanti. Aprendo muito com esse tipo de leitura. Não refiro-me ao devir histórico. Refiro-me a condição humana, sobre a maneira como os indivíduos sofrem as vicissitudes da vida e, deste modo, vejo o quanto, muitas das vezes, minha pequenez é descomunal.

3. Sinto o frescor da brisa que adentra as modestas janelas de meu rancho a roçar, com seus aveludados dedos, minha envelhecida face. Sinto com o frescor de seu toque o quão distante está o viço dos anos de minha inconsequente mocidade. Sinto mais e mais o quanto que minha carcaça perece, meu olhar encanece e, principalmente, minha alma envelhece... graças a Deus.

4. Muito se fala da tal tolerância. Essa conversa fiada causa-me dilatação escrotal crônica. Digo isso não por pirraça, mas sim, pelo seguinte: deve-se tolerar a existência de todas as pessoas, independente de quem seja. Porém, nem todas as atitudes humanas são respeitáveis e muitíssimas são mesmo intoleráveis. Todos têm o direito de pensar o que quiser, entretanto, nem todas as idéias são respeitáveis e, algumas, são mesmo inaceitáveis. Se não mais sabemos, e mesmo recusamo-nos aprender, distinguir uma coisa da outra, é porque, realmente, abdicamos da autonomia de nossa consciência e reduzimo-nos a condição degradante dum imbecil coletivo zumbi que não sobrevive um minuto sequer sem sua carapaça de bom-moço que disfarça mal e porcamente sua cuca oca. E tenho dito.

Pax et bonum
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