Escrevinhação n. 1034, redigida entre os dias 12 de agosto de 2013, dia de Santa Joana Francisca de Chantal, do Beato Amadeu da Silva e de Santa Beatriz, e 15 de agosto de 2013, dia da Assunção de Nossa Senhora e de Santa Maria do Bouro.
Por Dartagnan da Silva Zanela
1. Domingo: dia dos pais e, principalmente, dia do Senhor. Lá estava eu a preparar o café da manhã em meu rancho. Feito isso, me dirigi para meu escritório e eis que vi meu filho mais velho diante do altar, prostrado introspectivo, a rezar. Após isso, abraçou-me. Passou um pouco, minha pequenina desperta e, de seu berço, gritou animada: “bença papai!!” Abençoei-a em meio a gostosas gargalhadas e ela respondeu-me com seu jeito moleca: “Amém!”. Eis aí o mais belo presente que um pai pode receber: ver e ouvir a beleza e a piedade manifesta no corações de seus infantes. Por isso choro e agradeço a Deus.
2. Reclama-se que o tempo disponível para o desfrute da vida é escasso. Sim, mas deseja-se mais tempo para desfrutar o que? Mais do mesmo? Necessitamos de mais tempo para ficarmos estrebuchados num sofá, em frente a uma televisão com um notebook sobre pança, fazendo nada para realizar coisa alguma? Tempo é uma dádiva divina que, infelizmente, desperdiçamos com as coisas mais fúteis no esforço contínuo e ininterrupto de nos aviltar vergonhosamente. Por essas e outras, meu caro, que tempo é questão de [des]gosto.
3. Nosso Senhor ensina-nos que aquele que não tiver nenhum pecadinho que seja poderá atirar a primeira pedra. Ora, bolas! Todos conhecem a passagem do quase-apedrejamento da mulher adultera que nos é narrado pelo Santo Evangelho. Aliás, diga-se de passagem, casamos de ouvir o dito do Verbo Divino nos lábios de um e outro para defenderem-se quando vexados por algum olhar acusador. Todavia, cara pálida, o Cristo disse isso não em causa própria, mas sim, em defesa de uma terceira pessoa. Trocando por dorso: quando lembramos os outros de seus defeitos apenas para nos escudar de críticas desconfortáveis, não estamos sendo humildes, mas sim, soberbos. E pra caramba! Por isso, ao invés de ficar fazendo pose de pecador [nem um pouco] arrependido, bata no peito e diga “minha culpa, toda minha culpa, minha máxima culpa”. Seria, penso eu, bem mais apropriado.
Pax et bonum
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