Por
Dartagnan da Silva Zanela (*)
(1)
Liberdade
e solidão são palavras que frequentemente se confundem uma com a
outra e, por essa e outras razões, nos confundem tanto a moringa.
(2)
A
dolorosa solidão de Cristo na cruz revela-nos a face - humana e
divina - da liberdade. A reação da multidão diante dessa visão
libertadora mostra-nos as múltiplas faces - humanas e demoníacas -
da escravidão.
(3)
Um
castigo, seja ele doméstico, escolar ou social, é um ato de
misericórdia para com aquele que fere o mínimo razoável que é
esperado da conduta de uma carcaça humana. Se ele não sente nem
compreende o erro que cometeu, se seu deslize não é exemplarmente
punido para sinalizar aos demais que aquilo que foi feito por sua
pessoa é inadmissível, com o tempo, seu ato desarrazoado ganha
status duma atitude incompreendida e discriminada injustamente pela
comunidade estabelecida. Resumindo o entrevero, é o óbvio ululante
que vovó dizia: panela quente queima os beiços pra ensinar o
moleque arteiro que ele não deve bolinar no tacho enquanto o angu
não for servido. Ou seja: numa sociedade onde entende-se que
repreender o delinquir e o transgredir seria algo inadmissível, todo
e qualquer absurdo passa a ser visto e tratado como normal e
progressista, como dizem por aí. Tudo passa a ser aceitável, menos
esforçar-se em agir de acordo com a normalidade que certa feita nos
fora ensinada por nossos avós.
(4)
Não é a sociedade que tem o
dever de entender as “razões” dum criminoso, mas sim, o bandido
que deve acatar as razões que levam a sociedade a reprimir as suas
atitudes infames.
(5)
O coração de Cristo é o
doloroso espelho que revela o amor Dele por nós e, ao mesmo tempo,
mostra-nos a nossa cruel indiferença por Ele.
(6)
Aprender a rezar é como aprender
a escrever. Todos nós, de algum modo, sabemos como proceder;
todavia, por vermo-nos absorvidos pelas lides cotidianas de nossas
vidas, acabamos não praticando a arte aprendida nos anos iniciais de
nossa caminhada por esse vale de lágrimas. E, se a praticamos, o
fazemos com pouco interesse e com muita desídia, não é mesmo?
(7)
Uma das artimanhas mais
diabólicas dos dias atuais é a confusão que se faz entre
misericórdia e coitadismo, entre piedade e bom-mocismo.
(8)
Filhos são pérolas preciosas em
nossa vida, as joias que coroam o amor e que fazem a vida dum casal
ser mais que um reles caminhar a dois.
(*) professor e cronista.
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