Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Cultive as virtudes do
jumentinho. Seja duro no trabalho, perseverante em suas resoluções, fiel aos
seus valores e manso para com os seus.
(2)
O ser humano, nós em nossa
humanidade, não somos essencialmente maus nem fundamentalmente bons. Somos
apenas medíocres. Só isso e nada mais.
(3)
Hobbes, Rousseau e tutti quanti
se equivocam sobre a natureza humana porque, como nós, eles não eram capazes de
confessar a sua mediocridade.
(4)
Quem ri o tempo todo de qualquer
coisa não é uma pessoa plena não; é apenas uma alma desesperada tentando
disfarçar sua plúmbea desesperança.
(5)
Nada é tão estranho quanto
gratificante que rever o lugar onde passamos a infância. Tudo que um dia foi
gigante apresenta-se pequenino.
(6)
Desconfio de pessoas convictas de
sua bondade, que fazem questão de parecer boazinhas. Em regra não passam de
canalhas dissimulados. Só isso.
(7)
A questão não é saber um monte de
coisas e coisinhas, mas sim, saber o que e porque fazer certas coisas e
coisinhas. Todo resto é bobagem.
(8)
A questão fundamental em nossa
vida não é saber se iremos ou não realizar as nossas esperanças ou as
expectativas que os outros depositam em nos. O “X” da questão, em meu ver, é
saber se realmente estamos nos tornando o sujeito que devemos ser.
(9)
Nada torna uma pessoa mais
infeliz que a cobrança incessante de que ela deve ser feliz. Esse, de fato, é o
mais infame dos critérios de valor.
(10)
Uma coisa é realizar algo pelo
seu valor em si. Outra coisa bem diferente é realizar alguma coisa para ser
valorado por isso. Isso é vaidade.
(12)
Vaidade das vaidades, todos
conhecem esse dito. Maldito todo aquele que encara suas presunções como se elas
fossem as mais elevadas virtudes.
(13)
Não existe esse negócio
malvadinho bonzinho. O que há são alminhas tolas, ou mal intencionadas, que
confundem histericamente um discurso politicamente correto sobre o mal com o
que seja a bondade e, consequentemente, acaba-se distorcendo totalmente a
percepção e reconhecimento da maldade, reduzindo tudo a uma confusão infernal de
valores que apenas aprofunda mais e mais o ignóbil fosso de barbárie em que nos
encontramos atolados.
(14)
Construir pontes entre nós e o
outro, entre nós e o mundo; entre nossa alma e Deus, abrindo um caminho que nos
ligue a nós mesmos de maneira profunda, esse é, em meu ver, o propósito maior
de nossa caminhada por esse vale de lágrimas. E, desse modo, todo o resto não
passaria de bobagem caso não contribua para esse edificante intento.
(15)
Certa feita, Lula teria dito,
conforme lemos nos Diários da Presidência de FHC, que “ser professor de ciência
política não significa saber política”. Causa-me desgosto dizer isso, mas,
infelizmente, ele está certo sobre esse ponto.
(16)
Estou arrastando minhas vistas
sobre as laudas dos diários de FHC - vol. 1. Desgoste-se ou não do homem, esse
é um importante livro para ampliar nossa compreensão sobre a vida política
brasileira contemporânea. Podemos Aprovar ou não suas decisões, festejar ou não
as suas realizações; porém, uma coisa é certa: ele, FHC, manjava e manja dos
paranauê.
(17)
A filosofia é uma arte do ser e,
essa arte, consiste em conhecer o Ser. Por isso jamais se confunda o filosofar
com um diploma de filosofia.
(*)
professor e cronistas.
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