Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
O Brasil vive embevecido em sua
alienação, se ufana de seu fracasso e se indigna quando ousam lembrá-lo desse
vergonhoso quadro delirante.
(2)
Educação não é uma questão de
método; é sim de conteúdo. Seu grande problema não está em como ensinar, mas
sim, no que está sendo ensinando.
(3)
Quando a vergonha é grande demais
o caipora finge indignação e, afetado, dissimula um pastiche de dignidade pra
melhor disfarçar o vexame.
(4)
Com terrorista não se negocia
pela simples razão de que ele abdicou ao diálogo quando mandou seu recado
escrito a todos com sangue inocente.
(5)
Sem sacrifício não há glória,
inexiste ganho digno, não há vida honradamente vivida; sem auto-sacrifício o
real valor do existir é ignorado.
(6)
O estudo não deve ser encarado
como uma reles obrigação que nos é imposta, mas sim, vivido como uma sincera
devoção à procura pela verdade.
(7)
Estudar só para obter nota é
similar a presentear uma pessoa que mal conhecemos (e que não nos importamos)
com um presente de elevado valor.
(8)
Estudar sem uma amorosa entrega
ao bem que está sendo conhecido é similar ao ato de prostituir-se por vil
valor. Ou seja: pura degradação.
(9)
Bem pior que os ladrões da
república de Banânia são as excrecências que dissimulam dignidade ferida pra
defender a amada cleptocracia deles.
(10)
Seja paciente com aqueles que
erram e, na medida de suas limitações, ajude-os a reconhecer o erro para
poderem realizar o acerto necessário.
(11)
Afagar o erro, mimar o ego
daquele que falha não é um ato de misericórdia. Ao contrário! É um gesto cruel
para com quem precisa de correção.
(12)
Seja gentil e firme com aqueles
que tropeçam; duro com os petulantes e presunçosos; e seja implacável com os
dissimulados mal intencionados.
(13)
Uma comunidade pobre de
marré-de-si construir uma obra ao custo de cinco mil barões quando o governo do
Estado havia orçado-a em 270 mil barões é - para todos aqueles que dizem que o
povo brasileiro tem o governo que merece - um cala-boca definitivo.
Isso mesmo! Calem a boca! Cretinos!
Confesso que, a cada dia que
passa, estou mais e mais convicto de que é a nossa classe política é que está
longe, bem longe de merecer o povo trabalhador e gentil que ela desgoverna e
desorienta cinicamente.
Gente vil que não passam de uma
raça de víboras, dum amontoado de sepulcros caiados!
(14)
O caipora não é capaz de renunciar as distrações que estão no centro de sua vida e quer fazer crer que irá dar a atenção devida a um livro.
(*)
professor e cronista.
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