Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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ENTRE A HISTÓRIA E A POESIA



Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

ENTRE A HISTÓRIA E A POESIA - 01
Poesia e história partem da mesma fonte e, por isso, história e poesia almejam o mesmo fim ao atravessar a grande ponte da vida que pode ser forjada pelos olhos dum leitor generoso ou por meio da vista dum modernoso ignorante.

Aristóteles já a muito havia constatado essa obviedade em sua obra A arte Poética, porém, no ciclo moderno, com essa folia patética de cientificidade que perturba a todos aqui e acolá, os professores de história e bem como os supostos amantes da mestra da vida, deixaram essa Verdade ululante para lá, preferindo fingir um saber científico tão tosco que, no fundo, não tem valia alguma, nem mesmo como superstição.

Enfim, por negar a primazia da literatura e da poesia, a história deixou-se escravizar pelas mais vãs ideologias e, principalmente, pelo marxismo que torna a atmosfera historiográfica putrefaz, particularmente nessa terra de Pindorama onde as almas tem aversão aos livros e, desavergonhadamente, não gostam de estudar.

ENTRE A HISTÓRIA E A POESIA - 02
Onde não há uma procura sincera e abnegada pela verdade, aparentemente inalcançável, não há amor pela história. Não há. O que temos, nesses casos, é apenas e unicamente um servilismo deplorável a uma ideologia absurda, totalitária e, obviamente, reprovável.

Onde não há um esforço hercúleo para expressar e cantar a verdade de maneira amorosa, não há poesia e, naturalmente, torna-se inviável a possibilidade de sinceridade na forma de prosa, pois, onde esse esforço não encontra forças que o cultivem, as possibilidades humanas tornam-se limitadas e incapazes de ir além da mais rasteira futilidade.

ENTRE A HISTÓRIA E A POESIA – 03
A criação poética, bem como a ensinação histórica, trabalham com um punhado de lembranças e com algumas sacas de esquecimento que são devidamente equilibrados com o licor da imaginação.

Tal processo alquímico, na literatura, chamam de ficção e, em história, dão o elegante nome de reconstrução histórica ou, se for de seu gosto, histórica reconstituição.

De um jeito ou de outro, seja em matéria de poesia, literatura, história e mesmo quando o assunto é política, uma vida humana desprovida de uma imaginação moral fértil vê-se reduzida a uma triste condição de vil debilidade, uma vida condenada a repetir cacoetes ocos e a pensar e agir a partir de estereótipos tolos que, ao invés de nos guiar como uma estrela, apenas nos sufoca e nos condena a uma terrível tragédia ou a uma patetocracia de dar pena.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

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