Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
Todo manipulador dum rebanho de gado cidadão, digo, todo e qualquer "grande líder" do tal do povo, nunca se esquece dum babado muito simples: que ele não representa os interesses das massas atomizadas e agonizantes; ele, o líder, é sempre aquele que diz à multidão algo que irá corresponder aos seus sentimentos de desesperança.
Não apenas isso! Tais demandas apresentadas às massas como sendo delas mesmas devem, necessariamente, serem capazes de manter a turma mobilizada, mesmo que tais exigências sejam literalmente impossíveis de um dia serem atendidas.
O que importa não a plausibilidade das "reivindicações", mas sim, que elas sejam capazes de manter os indivíduos, até então atomizados e isolados, sintam-se um só lutando por uma “causa comum”, mesmo que ela seja causa nenhuma.
Resumindo o borogodó: o que interessa aos pretensos líderes dos cidadãos macambúzios, que vivem vidas sem sentido algum, é dar a esses uma razão postiça que imprima um propósito artificioso em suas vidas para, desse modo, poderem utilizá-los como uma útil ferramenta na execução de seu projeto de poder e, de quebra, fazer os integrantes da massa ululante acreditarem que são sujeitos críticos e atuantes ao mesmo tempo em que dormem profundamente num lúgubre berço nada retumbante.
(*) Professor, cronista e bebedor de café.
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