Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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COM LOUSA, CUSPE E GIZ

Escrevinhação n. 1056, redigida entre os dias 15 de outubro de 2013, dia de Santa Tereza D’Ávila, e 18 de outubro de 2013, dia de São Lucas.

Por Dartagnan da Silva Zanela


1. A questão é bem simples: professor não é e nem deve ser “agente de mudança social”. Se você é daqueles que se utiliza do espaço da sala de aula para disseminar crendices marxistas, cacoetes relativistas/multiculturalista, jargões cientificistas, trocadilhos politicamente-corretos, lorotas ateísticas/niilistas, patacoadas new age e tutti quanti, das duas uma: ou você para com essa coisa toda ou não mais queira chamar para si o respeito que é devido a um professor, pois tais imposturas não são dignas duma pessoa que esteja investida desta autoridade. Por isso, digo e repito: agente de mudança social não é professor. Aos segundos meus sinceros parabéns e que o Altíssimo os cubra de graças em sua magisterial caminhada. Aos primeiros, apenas o meu desprezo que, por sua deixa, já é muito mais do que lhes é merecido.

2. São Josemaria Escrivá ensina-nos que somente os covardes deixam-se esmagar pela dor. E assim agimos, desfibradamente, frente às intempéries da vida, porque medimos a salinidade de nossas lágrimas com base na brevidade de nossa existência temporal, firmando nossa mão na dimensão fugidia e pitoresca das cenas que inundam nosso parvo horizonte de consciência. Ora, com base nesta régua, toda dor, por menor que seja, torna-se um calvário. Entretanto, quando lembramos que tudo não finda aqui, como nos ensina Santo Antônio de Pádua, passamos a ponderar sobre a brevidade de nossa passagem por esse vale de lágrimas, juntamente com os instantes de aflição que nos acompanham nesta jornada, e percebemos que todos os dissabores somados, nada são diante da realidade da imortalidade. Se fôssemos apenas uma carcaça andante e falante, tudo tornar-se-ia estupidamente absurdo, sem dúvida alguma. Todavia, somos uma alma imortal e esse fato nos revela o sentido perene da vida que nos faz corar diante de nossa existencial fraqueza que não se cansa de se manifestar, melancólica, em nosso olhar que tanto mira na pequenez dos instantes sem perceber a Grandeza que nos criou.

3. Revi o filme Karol – o homem que se tornou Papa. A vida do Bem-aventurado João Paulo II é para mim uma grande fonte de inspiração e sua obra um manancial de sabedoria do qual procuro, na medida possível, sempre beber. Desta vez a película em questão fez-me chorar mais do que da primeira vez. Aliás, para ser franco, não me lembro de ter chorado na primeira ocasião em que pude assisti-lo. Bem, dum jeito ou doutro, o que estou querendo dizer é que após ver o que esse homem testemunhou desde sua juventude até a maturidade é algo que teria levado muitos ao desespero, ao ódio insano contra tudo e contra todos, mas não foi isso que ocorreu com Wojtyla. Ele apenas falava no amor na Verdade e da Verdade do amor. Algo que nós tão facilmente silenciamos em nosso coração frente a qualquer vicissitude que se apresente em nossa vida. Por isso, se você não deseja ser Papa, mas almeja ser alguém realmente digno, prestativo e bom, assista a esse filme. Não que ele vá transubstanciá-lo, mas, provavelmente, irá tocar em algumas daquelas feridas que você ama lamber e, quem sabe, irá levá-lo a respirar ares bem distintos dos que somos acostumados a inspirar na banalidade de nosso cotidiano.

4. Toda vez que me deparo com as notícias, tristes notícias, sobre o estado decadente da educação e da cultura brasileira, abate-se sobre mim uma grande sombra que me faz sentir a melancolia vicejar os átrios de meu peito. Tal sensação não advém das notícias em si, mas sim, das propostas apresentadas pela multidão tagarelante de especialistas em educação com seus planos mirabolantes para resolver definitivamente essa penosa vergonha nacional. A maioria dessas vozes, com certeza, tem formação, é devidamente diplomada, porém, nunca chegou a concluir sua educação. Pra falar a verdade, bem provavelmente nem mesmo iniciaram e, no fundo, bem no fundo, não estão nem aí pra isso. Se esses dignitários, e a sociedade brasileira como um todo, parassem com essa lengalenga de ficar dando palpites de como deveria ser a educação brasileira e passasse a dedicar-se a sua própria educação, com certeza, essa exemplar atitude teria uma força significativa na vida dos mancebos que, por hora, apenas recebem de nós o exemplar desdém pela educação, pela nossa própria educação que, por sua deixa, está sendo muito bem assimilado pelos infantes.

Pax et bonum
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