A defesa de Lula apresentou recibos falsificados; a carta de
Palocci abalou a República; as delações apresentaram informações aterradoras;
os magistrados do TRF4 sofreram ameaças; mas ele, Lula, continua sendo visto
por muitos como sendo a viva alma mais honesta desse triste país.
(ii)
Uma possível condenação, ou absolvição, de Lula mudará o país
porque será um acontecimento que terá um profundo enfeito nas entranhas do
estamento burocrático e na vida da sociedade brasileira. Para o bem ou para o
mal, depois do dia 24 de janeiro, o Brasil não mais será o mesmo.
(iii)
As dificuldades enfrentadas pelos tentáculos da CUT pra
mobilizar pessoas para irem às ruas defender Lula são um sinal de dupla falência.
Uma é o esvaziamento do carisma da figura do presidente sindicalista e, a
outra, o esgotamento do poder de influência do sindicalismo vigente.
(iv)
Não sou jurista, mas, permita-me dizer: creio na força do
direito, mas como ele pode ser um caminho para a paz quando autoridades (Maduro
e tutti quanti) fazem um uso vil do mesmo, reescrevendo-o ao seu bel prazer
para permanecer ad infinitum no poder? Creio que precisa-se de algo mais.
(v)
Todos aqueles que se arpoaram para defender o regime
bolivariano como sendo a mais cristalina democracia, que fique registrado: essa
gente tem sangue inocente nas mãos, da mesma forma que aqueles que defenderam e
defendem os regimes totalitários que imperaram no leste europeu.
(vi)
Cada um deve ser tratado de acordo com a dignidade que lhe é
devida. Trocando em miúdos, réu condenado deve ser tratado com o respeito que é
cabível a um réu condenado. Ponto. Tratá-lo como autoridade, como um ícone
acima do bem e do mal, é fortalecê-lo num ato de covardia moral.
(vii)
Houve um tempo em que o tal do respeito era algo que deveria
ser conquistado. Todo mundo sabia disso e compreendia isso com grande clareza.
Hoje não. O tal do respeito passou a ser algo que alguns creem que deve ser
exigido. Porém, esquecem-se que tudo o que é exigido é imerecido.
(viii)
Muitos apontam para a ineficiência do Estado Brasileiro como
sendo um dos grandes problemas da nação. E o fazem com razão. Porém, ao meu
ver, o problema não é tanto se o Estado é ou não eficiente. O grande problema, o
principal, é em que e para que o dito cujo deverá ser eficiente.
(ix)
Disse a sen. Gleisi Hoffmann: "Para prender o Lula, vai
ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente".
Ou seja: respeito as instituições democráticas, para essa gente, é tudo aquilo
que colabore com seu projeto totalitário de poder. O resto é golpe.
(x)
Alguns pensam que odeio Lula. Não odeio. Respeito sua
biografia, tanto que li três e um livro de sua lavra (discursos e entrevistas).
Apenas repudio seu projeto político de poder, sua visão ideológica de mundo e
seus efeitos sobre o presente e as marcas que perdurarão no futuro.
(xi)
A gurizada, peões nesse jogo sujo de xadrez, são e serão
usados como massa de manobra pra tumultuar, pra gerar factoides que serão
utilizados vilmente por gente sem caráter pra tentar favorecer o facínora que
simboliza o projeto criminoso de poder que arregaçou com esse triste país.
(xii)
Sabe o Evo Morales, que foi beneficiado por Lula, que acatou
a "expropriação" (roubo) da refinaria da Petrobras sob as bênçãos do
Foro de São Paulo? Pois é. Agora movimenta-se para impor o fim da liberdade de
expressão e religiosa. Diga-me quem defendes que eu direis o que tu és.
(*) Apenas um caipira
bebedor de café.
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