AOS 91 DE IDADE, EIS QUE FICA um vazio nas páginas impressas
no Brasil. Cony, que também era Heitor, não mais escreve entre nós. Carlos
Heitor Cony morreu. As letras no Brasil ficaram mais pobres, mais fracas e com
menos graça com sua partida para Academia Celeste de Letras.
(ii)
QUALQUER UM QUE CONTA COM A morosidade do judiciário pra se
dar bem é um canalha. Agora, quando o sujeito se gaba publicamente da lentidão
duma possível decisão do referido poder, não passa dum psicopata sem estilo,
sem categoria, sem nada além da sujeira egolátrica do seu umbigo.
(iii)
NUM ANO ELEITORAL, SEJA ELE QUAL FOR, sempre acabamos por
mostrar, pra todos que desejarem ver, o quão infantil somos no que tange as
nossas inclinações ideológicas e predileções políticas e partidárias.
Em períodos como esse, acabamos agindo feito uma chusma de
crianças mal criadas que anseiam apenas pela confirmação de nossos desejos. Só
isso. Nunca, ou raramente, queremos a realidade dos fatos. Especialmente se
esses fatos ousarem desmanchar o nosso castelinho eleitoreiro de areia. E se
isso ocorrer, aí, meu amigo, é um Deus nos acuda.
Enfim, por essas e outras que meu lado moleque não se empolga
tanto assim com essas criancices politiqueiras. E, se me empolgo, sei que logo,
bem logo, acabo me arrependendo.
Aliás, tolo é aquele que não lamenta e não se penitencia
pelos equívocos cometidos nessa, ou em qualquer outra seara e, por não nos
penitenciarmos, acabamos repetindo e repetindo os mesmos desatinos em contextos
diferentes. Especialmente na esfera política.
(iv)
NÃO CONFUNDAMOS, JAMAIS, FIDELIDADE partidária com
cumplicidade criminosa. Uma coisa não tem nada que ver com a outra. A primeira
sinaliza um claro compromisso com princípios. A segunda indica um vergonhoso
pacto entre partes escusas que se limpam mutuamente na própria sujeira.
(*) Professor, caipira,
escrevinhador e bebedor inveterado de café.
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