Não sei o que deve ser feito para arrumar o mundo, nem como
tornar o Brasil um país respeitável. Pra falar a verdade, não sei nem mesmo o
que fazer para que minha cidade seja melhor. Porém, sou capaz de pensar algo
que pode nos tornar uma pessoa melhor. Mas só um pouquinho melhor.
(ii)
Verdade seja dita: cachorro que ladra não morde, mas intimida.
Intimida até certa altura. Depois disso, bem, depois disso cada um sabe o que
fazer para que o ladrar vire um vagido acuado.
(iii)
As imagens midiáticas, não são o retrato da sociedade atual. Nem
os espetáculos, supostamente, da vida. A sociedade é formada por pessoas que se
relacionam através da mediação de imagens que são construídas a partir das
mídias que espetacularizam a vida em pequena e grande escala.
(iii)
Na sociedade atual, tudo passa pelo crivo da espetacularização e
a vida é reduzida a um conjunto efêmero de imagens. O aparente e o superficial
tomam o lugar antes reservado ao substancial. Hoje, o essencial tornou-se viver
o momento projetado para esvaziar-nos de nossa humanidade.
(iv)
A espetacularização da vida é a negação da mesma.
(v)
Quando consideramos algo bom simplesmente pela sua aparência
agradável, e midiaticamente apresentável, é porque as imagens espetacularizadas
já envenenaram nossa alma de tal forma que substituímos os critérios de beleza,
bondade e verdade pelos de aparência, afeição e sedução.
(vi)
A realidade já foi, praticamente toda ela, fotografada, filmada,
digitalizada. O que resta agora é que a mídia devolva a realidade para ela
mesma. E ela está fazendo isso de maneira sumamente deturpada e depravada,
piorando significativamente aquilo que, em si, já era bem ruim.
(vii)
No fundo, na sociedade contemporânea, não existem mais cidadãos.
Nem eleitores. Os que temos são espectadores ciosos por alguma forma de
interatividade com as estrelas do reality show da vida política. Fãs, de todos
os tons e matizes, que pairam em torno do brilho de seu senhor.
(viii)
Mais dia, menos dia, esse tal de suposto será preso.
(ix)
Empoderamento é não ser autorizado pela militância, e pelo
Estado, a livremente dizer não (a discordar) pra não ferir o comportamento de
rebanho ideologicamente constituído na base do não questionamento do ideólogo
alfa que diz quem se deve odiar pra se sentir uma alma boazinha.
(x)
Tem muita gente usando fortemente a tal da força de expressão.
Estão forçando tanto que está dando pra sentir o cheiro da força no ar.
(xi)
MST invade inúmeras fazendas em atos de apoio ao Molusco mor. Perfeito.
Então esse é o Brasil que, com Lula, essa gente quer construir? Entendo.
(xii)
Fernando Haddad sugeriu que o Viagra deveria ser vermelho pra
homenagear Lula. Está certo. Após o ato pro-Lula em São Paulo isso até faz
algum sentido. Depois daquilo que foi exibido, provavelmente, haverá muita
gente que precisará, pra se motivar, dum azulzinho. Ou vermelhinho.
(*) Apenas um caipira bebedor de café.
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